An edition of Vivendo na Eternidade (2016)

Vivendo na Eternidade

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Last edited by Silvio Dutra
August 9, 2016 | History
An edition of Vivendo na Eternidade (2016)

Vivendo na Eternidade

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Quando se fala em vida eterna ou eternidade é muito comum pensarmos apenas naquela vida plena e perfeita que há de se manifestar quando partirmos deste mundo para a glória do céu.
Todavia, ainda que isto seja verdadeiro, não corresponde a toda a verdade, pois somos chamados por Deus a alcançar a vida eterna, e por conseguinte a eternidade, enquanto ainda nos encontramos aqui deste outro lado do céu, ainda que em meio a todas as tribulações que possamos ter.
O Reino de Deus e a Sua justiça são alcançados no momento mesmo em que nos convertemos a Cristo, pois conforme Ele mesmo nos ensinou o Seu reino não vem com aparência visível, e que ele pode ser encontrado no nosso próprio interior.
Assim, Jesus é o Rei de um reino eterno e Ele estabelece o seu governo em nossos corações desde a nossa jornada terrena, e este governo de amor, justiça e verdade há de se estender pelos séculos dos séculos sem fim.

Publish Date
Publisher
Silvio Dutra
Language
Portuguese
Pages
50

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Edition Availability
Cover of: Vivendo na Eternidade
Vivendo na Eternidade
2016, Silvio Dutra
Paperback in Portuguese

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Book Details


Table of Contents

Vivendo na Eternidade
Silvio Dutra
JAN/2016
2
A474
Alves, Silvio Dutra
Vivendo na eternidade./ Silvio Dutra Alves. –
Rio de Janeiro, 2016.
50p.; 14,8x21cm
1. Eternidade. 2. Ressurreição. 3. Vida Cristã.
I. Título.
CDD 207
3
Sumário
Introdução
4
Tragada Foi a Morte pela Vitória de Cristo
5
As Coisas do Futuro São Nossas (I Cor 3.22)
9
Vida Mais Abundante
13
Algo Para Ser Pensado e Refletido
31
Vida Eterna
33
A Casa Derrubada e a Mansão Erigida
38
Não Apenas Salvador mas a Própria Vida Eterna
48
A União que Dá Vida Eterna
49
4
Introdução
Quando se fala em vida eterna ou eternidade é muito comum pensarmos apenas naquela vida plena e perfeita que há de se manifestar quando partirmos deste mundo para a glória do céu.
Todavia, ainda que isto seja verdadeiro, não corresponde a toda a verdade, pois somos chamados por Deus a alcançar a vida eterna, e por conseguinte a eternidade, enquanto ainda nos encontramos aqui deste outro lado do céu, ainda que em meio a todas as tribulações que possamos ter.
O Reino de Deus e a Sua justiça são alcançados no momento mesmo em que nos convertemos a Cristo, pois conforme Ele mesmo nos ensinou o Seu reino não vem com aparência visível, e que ele pode ser encontrado no nosso próprio interior.
Assim, Jesus é o Rei de um reino eterno e Ele estabelece o seu governo em nossos corações desde a nossa jornada terrena, e este governo de amor, justiça e verdade há de se estender pelos séculos dos séculos sem fim.
5
Tragada Foi a Morte pela Vitória de Cristo
Uma das maiores mentiras que permeia o consciente coletivo é a de que a morte separa para sempre pessoas amadas.
Dizemos que é uma mentira porque para quem está em Cristo a morte de um ente querido é para muitos, senão apenas uns pouquíssimos anos de separação, e para a esmagadora maioria não chega a ultrapassar os quarenta anos.
E o melhor de tudo é que, o reencontro será feito em perfeição gloriosa na companhia de muitos amados, inclusive aqueles que, por cuja fé que aqui tiveram, aprendemos a admirar e a amar, mesmo sem que nunca os tivéssemos conhecido pessoalmente. Isto se aplica especialmente aos heróis da fé, como Abraão, Davi, os profetas, os apóstolos, os grandes servos de Deus do passado, de todo o longo período de história da Igreja e até mesmo dos que foram nossos contemporâneos.
Na verdade, esta separação dos que partem, não é sequer para eles a cessação da vida, muito ao contrário, vivem muito mais porque estão na
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posse da plenitude daquela vida perfeita e eterna que Jesus veio nos dar.
Ora, se eles assim vivem, nós, que aqui continuamos na imperfeição desta jornada terrena, devemos fazer valer esta vida abundante que está em Jesus, continuando a viver para o seu louvor e glória, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus, e andando cheios do Espírito Santo, no seu amor, e abundando em boas obras.
Não permitindo que pensamentos deprimentes, desanimadores ou de qualquer outra natureza, que significa de fato o que é a morte para aqueles que não têm esta fé e esperança habitando em seus corações pelo testemunho da verdade da Palavra de Deus, e pela testificação do Espírito Santo com o nosso espírito.
Consolemo-nos portanto, uns aos outros com estas palavras, pois, para os que amam a Deus, a morte não significa, nada além de um até breve, tanto para quem vai para desfrutar a eternidade, quanto para quem aqui permanece ainda esperando a sua hora de entrada no triunfo final.
7
1Co 15:50 Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.
1Co 15:51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos,
1Co 15:52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
1Co 15:53 Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.
1Co 15:54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
1Co 15:55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
1Co 15:56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
1Co 15:57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
8
1Co 15:58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.
9
As Coisas do Futuro São Nossas (I Cor 3.22)
Que segurança temos das coisas ainda por vir?
Todavia, "as coisas que virão são nossas", sejam elas boas ou más. Para o bem: o resto da nossa vida, que é nossa para fazer o bem. A morte que está por vir e que é nossa. O julgamento, que é nosso, porque o nosso Irmão, nossa Cabeça, nosso Salvador e nosso Esposo, será nosso Juiz, 1 Coríntios 6.2, e no dia do juízo, haveremos de julgar o mundo. E então após o julgamento o céu é nosso, a imortalidade e a eternidade são nossas, a bendita comunhão no céu é nossa. "Tudo é nosso" então. Na verdade, o melhor está por vir, pois se não tivéssemos nada além das coisas que temos neste mundo, "somos de todos os homens os mais miseráveis", 1 Coríntios 15.19. Ou seja, os crentes, que em sua grande maioria são pobres quanto às coisas mundanas em relação àqueles que são mundo, porque é evidente que eles possuem muito mais os bens terrenos do que aqueles que são do Senhor. Isto tem sido testemunhado ao longo dos dois mil anos da verdadeira igreja de Cristo na Terra, e sempre será assim até o fim. Porque aprouve ao Pai das misericórdias nos fazer pobres destas coisas para o exercício e enriquecimento da
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nossa fé. Mas o que importa mesmo é que Cristo veio a este mundo se fazendo pobre para que fôssemos enriquecidos nele. De modo que não somos os mais miseráveis do mundo, ao contrário, somos os mais ricos porque temos a Cristo e tudo o que se alcança nele e que não é deste mundo. De modo que quando deixarmos este corpo estaremos para sempre com o Senhor, 1 Te 4.17, sendo co-herdeiros com ele. As coisas ainda por vir são as principais coisas, que a nossa fé conquistará. As coisas que não foram criadas pelas mãos do homem, mas que têm sido preparadas por Deus para aqueles que o amam, especialmente as promessas de felicidade e glória eternas, e a libertação de toda forma de mal, quer interna, quer externa. O Espírito Santo nos tem revelado uma parte destas coisas que nos aguardam, mas o pleno conhecimento do céu é adiado até o tempo em que lá chegarmos. E as coisas más que virão são nossas também. Elas não podem nos fazer mal, elas não podem nos "separar do amor de Cristo”, Rom 8.35. Nada neste tempo presente nos será prejudicial, quanto a poder desfazer a bendita união de nossa alma com Cristo, como Paulo afirma em Rom 8, especialmente na parte final do seu discurso celestial onde afirma triunfalmente em Rom 8,38 39: Rom 8:38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem
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os poderes, Rom 8:39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Isto porque todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, Rom 8.28. De modo que tudo contribui para o nosso bem e aperfeiçoamento espiritual, preparando-nos para o desfrute daquela vida melhor que há de se manifestar depois da nossa partida deste mundo. Tudo isto porque nós somos guardados pelo poder de Deus, através da fé, para a salvação que está guardada para nós, I Pedro 1.5. É um grande conforto que nada deve nos separar, não, nem mesmo a própria morte. Mas este texto oferece uma exuberância de conforto acima disso, pois afirma que a morte é nossa, I Cor 3.22, e em sendo assim, nada deve nos separar de Cristo. Assim, eu lhes rogo que se apoderem desta verdade para enfrentar o pensamento da triste separação da alma e do corpo. A morte separa estes dois velhos amigos, mas junta dois melhores amigos, a saber, a alma e Cristo. A aplicação que o apóstolo pretende com o texto de I Cor 3.22,23, é principalmente, que o cristão tenha a plena convicção do tempo por vir assim como do tempo passado ou presente. Temos certeza do que temos tido, e do que temos, mas também devemos ter a mesma certeza quanto às coisas que ainda estão por vir, quer no futuro neste mundo, quer na glória celestial depois da
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morte do corpo; porque Deus e Cristo não são apenas Alfa e Ômega; também, Cristo não é somente o que era, que é e que há de vir, Apo 1.8. Ele é "Jeová, o mesmo eternamente”, Heb 13.8. E, portanto, como as coisas passadas não poderiam nos impedir de ser escolhidos e chamados, e as coisas presentes não podem nos prejudicar, porque elas são nossas; ou seja, a nosso favor; as coisas que virão, porque Deus e Cristo, que é o mediador em Deus, têm o comando de todas as coisas que virão. E, portanto, podemos estar assim tão certos e seguros das coisas futuras a partir das coisas presentes. Que conforto é isso, que um cristão, quando ele está debaixo de grandes aflições, poder manter calma a sua mente e o seu coração com o pensamento de que tudo o que vier será sempre para o melhor, uma vez que todas as coisas são a nosso favor, por estarmos em Cristo. Tudo é nosso para ajudar-nos para o céu, tudo é nosso para um fim de conforto e felicidade. Evidentemente não cabem aqui as coisas que são indecorosas e reprováveis, porque estas não são e nem devem jamais ser nossas. Cristo veio para nos tornar ricos das coisas de Deus, da sua própria santidade, e não das coisas mundanas e pecaminosas.
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Vida Mais Abundante
"Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." (João 10.10)
"O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir." Os falsos mestres injuriam e colocam em perigo gravemente as almas dos homens e no final causam sua destruição. Seus fins egoístas só podem ser respondidos pela ruína dos seus ouvintes. O Senhor Jesus, o verdadeiro Mestre dos homens, não causa prejuízo a ninguém, e não traz a morte à porta de ninguém. Seu ensino é cheio de bondade, bondade e amor. Ele opera mais efetivamente para a felicidade e benefício dos homens. O erro é mortal. A Verdade de Deus é que dá a vida. A vinda da antiga Serpente operou nossa morte. O Advento da Semente da mulher nos trouxe a vida eterna. Jesus Cristo veio, primeiro, para que o seu povo tenha vida. E, em segundo lugar, para que onde a vida já foi dada, ela possa ser desfrutada em abundância.
I. A primeira verdade é que Jesus Cristo veio para que os homens tenham vida. Não vou me estender sobre o pensamento de que mesmo a vida natural prolongada do pecador é devido, em grande medida, por causa da vinda de Cristo. Aquela árvore estéril não ficaria tanto tempo no jardim da vida, se não fosse a intercessão que foi
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feita por ela aos gritos: "poupai-a mais um ano, até que eu cave ao redor e a fertilize." A interposição do Mediador é responsável pela vida alongada de infratores graves cujos crimes impõem o longo sofrimento do Céu. Se as orações do nosso grande Intercessor cessassem por uma hora, os ímpios seriam, talvez, afundados rapidamente no inferno, como Coré, Datã e Abirão, quando a ira do Senhor irrompeu sobre eles.
Isto, contudo, não é o foco do nosso texto. A vida, no sentido de perdão e libertação da pena de morte, é um grande resultado da vinda de Cristo. Todos os homens em seu estado natural estão condenados à morte, por terem pecado, e devem ser logo levados ao local da execução, devem sofrer a penalidade completa da segunda morte. Se qualquer um de nós é livrado no momento da sentença de morte e tem agora a promessa da coroa da vida, devemos a mudança à vinda do Redentor para ser um sacrifício pelos nossos pecados. Todo homem entre nós deve enfrentar a morte sem fim, a menos que, por meio daquele que veio à Terra e foi pendurado no madeiro como substituto do pecador, nós obtenhamos a remissão completa de todos os nossos pecados, que são como crimes horrendos à vista de Deus, e o veredicto da vida em vez da morte. Há vida em contemplar Jesus,
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mas, sem isto, os descendentes de Adão estão sob sentença de morte.
Além disso, todos nós estamos, por natureza, "mortos em delitos e em pecados". No dia em que nossos primeiros pais quebraram a lei de Deus, eles morreram espiritualmente, e todos nós morremos neles. E agora, hoje, separados de Cristo, todos nós estamos mortos para as coisas espirituais, sendo desprovidos do Espírito de vida que nos permite ter comunhão com Deus e para entender e apreciar as coisas espirituais. Todos os homens são, por natureza, sem o Espírito que vivifica, homens não regenerados que têm vida física e a vida mental, mas a vida espiritual eles não possuem, e jamais a terão exceto se Jesus lhes der a mesma. O Espírito de Deus, de acordo com a vontade divina implanta em nós uma semente viva e incorruptível, que é semelhante à natureza Divina. Ele nos confere uma nova vida, em virtude da qual nós vivemos no reino das coisas espirituais, compreendendo os ensinamentos espirituais, procurando as coisas espirituais e estando vivos em Deus, que é Espírito.
Ninguém entre nós tem qualquer forma de vida deste tipo de nascimento, nem pode ser obtida por ritos cerimoniais, ou por mérito humano. Os mortos não podem ressurgir na vida, exceto por milagre, nem pode o homem se levantar para a
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vida espiritual, exceto pela operação do Espírito de Deus sobre ele, pois é somente Ele, que pode nos vivificar. Cristo Jesus veio nos chamar dos túmulos de pecado. Muitos já ouviram sua voz e vivem. Esta vida espiritual é a mesma vida que irá ser mantida e aperfeiçoada no céu. Nós não devemos, quando ressuscitamos do túmulo, obter uma vida que não possuímos na terra - devemos estar vivos para Deus aqui, ou tomar nossos lugares entre aqueles cujo verme não morre e cujo fogo não se apaga.
Bate no coração do crente no dia de hoje a mesma vida que desfrutarão da plenitude de alegria na presença Divina. Se você olhou para Jesus somente há alguns minutos atrás, ainda assim, agora existe em seu coração a vida abençoada. A semente incorruptível é semeada em você, a qual vive e permanece para sempre. A vida celestial está dentro de você e para isso Jesus Cristo veio para derramá-la sobre nós. A verdade de que Jesus é o doador da vida está bastante clara no texto e isto leva à seguinte reflexão prática – a vida para a sua alma é apenas para ser tida em Jesus. Se, então, você está, neste dia, em busca de salvação, você é instruído para ir à única fonte disto!
A vida espiritual não é o resultado do trabalho - como pode o trabalho do morto espiritual gerar a vida? Não devem primeiro ser vivificados, e
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então trabalhar com esta nova vida? A vida é um dom e sua concessão a qualquer homem deve ser o ato de Deus. O Evangelho prega a vida por Jesus Cristo. Pecador, veja para onde você deve olhar! Você está completamente dependente da voz vivificante dAquele que é a Ressurreição e a Vida. “Isso", diz alguém, "é muito desanimador para nós." Destina-se a ser! É a bondade de desencorajar os homens quando eles estão agindo em princípios errados. Enquanto você acha que sua salvação pode ser efetuada por seus próprios esforços, ou méritos, ou qualquer outra coisa que possa surgir de si mesmo, você está no caminho errado e então é nosso dever desencorajá-lo.
O modo de vida reside no sentido oposto. Você deve procurar imediatamente ao Senhor Jesus Cristo! Você deve confiar no que Ele fez e não naquilo que você pode fazer. E você não deve observar aquilo que você pode trabalhar em si mesmo, mas o que Ele pode trabalhar em você. Lembre-se que a declaração de Deus é que "Quem crê em Jesus tem a vida eterna." Se, portanto, você está habilitado para vir e se lançar sobre o sangue e a justiça de Jesus Cristo, você tem a vida eterna imediatamente, o que, todas as suas orações, lágrimas, arrependimento, ir à igreja, etc, nunca poderiam trazer para você!
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Jesus pode lhe dar isto livremente neste momento, mas você não pode trabalhá-lo em si mesmo. Você pode imitá-lo e enganar a si mesmo. Você pode enfeitar o corpo e fazê-la parecer como se estivesse vivo espiritualmente, mas a vida é um fogo Divino e você não pode roubar a chama, ou acendê-la por si mesmo! Pertence a Deus, somente, o poder de vivificá-lo, e, portanto, eu lhe incentivo a olhar somente para Deus em Cristo Jesus! Cristo veio para que tenhamos vida! Se pudéssemos ter obtido a vida sem a Sua vinda, por que Ele precisaria ter vindo? Se a vida pudesse vir para os pecadores sem a Cruz, por que pregar o Senhor da Glória no madeiro vergonhoso? Por que suas feridas sangrantes, Emanuel, se a vida poderia vir por outra porta?
No entanto, ainda mais, por que o Espírito de Deus desceu no dia de Pentecostes, e por que Ele ainda permaneceria entre os homens, se eles podem ser vivificados sem Ele? Se a vida é para ser obtida sem o Espírito Santo, para que fim Ele trabalha no coração humano? O Salvador sangrando e habitação do Espírito são provas convincentes de que a nossa vida não vem de nós mesmos, mas do alto. Afastem-se, portanto, de si mesmos! Não procurem o que vive entre os mortos! Não busque no seu sepulcro a vida divina. A vida dos homens está no Salvador e quem crê nele nunca morrerá!
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II. Mas temos a intenção de passar a maior parte do nosso tempo, neste momento na segunda verdade de Deus, a saber, que Jesus veio para que aqueles a quem ele deu a vida possam tê-la em abundância. A vida é uma questão de graus. Alguns têm vida, mas ela pisca como uma vela que está apagando, e é indistinta como o fogo no pavio que fumega. Outros são cheios de vida e são luminosos e veementes, como o fogo na forja do ferreiro quando os foles estão em pleno vapor. Cristo veio para que Seu povo possa ter a vida em toda sua plenitude.
Aumento de vida pode ser visto de várias maneiras. Pode ser visto na cura. Um homem está doente na sua cama, ele está vivo, mas ele dificilmente pode mover um membro, ele é impotente e dependente daqueles que o rodeiam. Sua vida está nele, mas quão pouco é o seu poder! Agora, se o homem se recupera, se levanta de sua cama e toma o seu lugar no campo de batalha do mundo, é evidente que ele tem vida mais abundante do que na sua doença! Mesmo assim, há cristãos doentes dos quais precisamos dizer: "Fortalecei as mãos fracas e firmai os joelhos vacilantes." Sua constituição espiritual é fraca, eles fazem, mas pouco. Quando o Senhor Jesus restaurá-los, fortalecer-lhes a sua fé, iluminar a sua esperança e torná-los saudáveis, então eles não têm apenas vida, mas eles têm ainda muito mais!
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Nosso Senhor deseja que tenhamos saúde espiritual. Ele tem para esse fim sido o Médico de nossas almas. Ele cura todas as nossas doenças e é a saúde do nosso rosto. Uma pessoa pode, no entanto, estar na saúde e, ainda assim você pode desejar que ela tenha mais vida. Uma criança pequena, por exemplo, está em perfeita saúde, mas ainda não pode correr sozinha. Coloque-a no chão, e ela engatinha um pouco, e está pronta para cair. Esses ossos devem endurecer e os músculos devem ganhar força. Quando o menino se tornar adulto, ele terá vida mais abundante do que quando era um bebê. Nós crescemos na graça divina, podemos avançar no conhecimento, na experiência, na confiança e na conformidade com a imagem de Nosso Senhor. De bebês em Cristo Jesus nós avançamos para homens jovens. E de jovens a pais, na Igreja. Jesus quer nos fazer crescer. Este é um dos projetos de sua vinda e, portanto, possuímos vida mais abundantemente.
Uma pessoa pode, no entanto, ter tanto saúde quanto crescimento, e ainda desfrutar de uma medida restrita de vida. Suponha que ele está confinado como prisioneiro em uma cela estreita onde as cadeias e as paredes de granito perpetuamente limitam seus movimentos. Você pode chamar a sua existência, de vida? Não seria preciso falar dele como morto, enquanto
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ele vive, e descrever seu calabouço como um túmulo vivo?
Agora, marque bem isto: se o Filho de Deus vos libertar, sereis livres, de fato, e nesta liberdade encontramos vida abundante, transbordante como os fluxos de uma fonte!
Irmãos e irmãs, saibam que vocês não são mais escravos, mas filhos, herdeiros do Céu, co-herdeiros com Jesus Cristo, de quem os santos são companheiros e de quem os anjos são servos, isso é ter vida em abundância!
Tenho, assim, apresentado alguns dos pontos em que o aumento da vida se revela. Agora vou estabelecer o mesmo assunto de outra maneira. Gostaria de colocar diante de vocês, sete particularidades nas quais os cristãos devem procurar uma vida mais abundante.
Em primeiro lugar, deixe-os buscar mais resistência. Nosso Senhor Jesus veio para que, em um sentido espiritual, possamos ter resistência, para que tenhamos uma vida bem fundamentada, bem equipada e bem estabelecida, confirmada e vigorosa, para que possamos ser capazes de árduo serviço e ações poderosas! Ele quer nos fazer caminhar sem cansaço e correr sem desmaiar.
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Amado, você não vê quão grande é a diferença que há entre alguns cristãos? Não são alguns deles inválidos espirituais? Eles acreditam, mas a sua oração preferida é: "Senhor, ajude a nossa incredulidade!" Eles esperam, mas o medo está quase totalmente alojado em seus corações. Eles têm amor a Cristo, mas muitas vezes duvidam: "Eu amo o Senhor, ou não? Sou Seu ou não sou?"
Eles precisam de medicamentos e enfermagem. Dê-lhes algum trabalho para fazer para o Senhor e em quão breve tempo eles se cansam! Desencoraje-os um pouco e eles estão em desespero! Oh, que o Espírito de Deus lhes desse vida em abundância! Temo que uma grande proporção de homens cristãos neste dia estão na lista de doentes. Eles estão em um declínio profundo do princípio saudável e vital da santidade.
É triste ver como alguns cristãos professos são desviados por qualquer erro que é colocado diante deles. Se todos os cristãos fossem iguais, então o erro se disseminaria rapidamente entre nós, por falta desta firmeza de fé requerida.
Eles creem, mas não sabem o porquê ou em quê, e não podem dar a razão da esperança que está neles. Eles não têm em si o material do qual os mártires são feitos.
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Aqueles que têm vida mais abundante são bons soldados de Jesus Cristo. Eles não são levados por todo vento de doutrina, mas permanecem na verdade de Deus, como lhes foi ensinada. Eles clamam, "Ó Deus, meu coração está firme!" Eles são "fortes no Senhor e na força do Seu poder".
Em um segundo sentido, temos vida em abundância pelo alargamento da esfera de nossa vida. Para algumas formas de vida humana, a gama é muito estreita. Nós lemos: "A terra é do Senhor e toda a sua plenitude", mas eles leem isto assim: "Esta terra é do nosso Deus e a plenitude portanto é toda nossa." As almas desses homens vivem como esquilos em gaiolas, e cada dia sua roda de brinquedo girando é todo o mundo que eles conhecem. Jesus Cristo veio para dar a seu povo uma vida mais ampla, mais abrangente do que isso!
Não estamos falando de conhecimento e aplicação em coisas naturais.
Quando Jesus vem, Ele amplia a esfera da mente mais capacitada e faz o maior intelecto sentir que era, senão uma pequena cabine confinada, até que Ele o liberte.
A graça de nosso Deus que nos perdoa agora nos firma numa rocha e nos faz contemplar o paraíso de perdão! Que coisa abençoada é ser
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perdoado, e ser querido ao coração do Pai e sentir o beijo do Pai! Este é um mundo novo para nós, vivermos como vivem aqueles que habitam com Deus para ver Seu sorriso e banquetear-se com seu amor! Esta é uma vida sem dimensões médias, para que habitemos em Deus e estejamos em comunhão com o Infinito. Neste sentido, temos a vida em abundância.
Em terceiro lugar, a nossa vida em Cristo torna-se mais abundante assim como os nossos poderes são exercitados.
Suponho que todos os poderes do homem estão na criança, mas muitos deles estão dormentes e somente serão exercidos quando a vida for mais abundante. Nenhum de nós sabe o que pode ser, mas estamos em nossa infância. Cristo veio para nos dar uma vida mais plena que nós ainda não temos atingido. Olhe para os apóstolos! Antes do Pentecostes, eram meros estudiosos juniores, só podiam se ocupar com as formas inferiores. Eram muitas vezes ambiciosos e controversos entre si, mas quando Jesus lhes deu o Espírito Santo, que homens diferentes eles se tornaram! Você acredita que o Pedro do Evangelho poderia ser a mesma pessoa do Pedro do Livro de Atos? No entanto, ele era o mesmo homem! O Pentecostes tinha desenvolvido nele novos poderes. Quando eu o ouvi dizendo: "Eu não conheço esse homem", e poucas semanas
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depois o vi em pé no meio de partos, medos, elamitas e, corajosamente pregando a Cristo, eu pergunto: O que aconteceu com esse homem? E a resposta é que Cristo lhe deu vida em abundância e ele desenvolveu em si mesmo poderes que estavam antes escondidos! Amado, você ora, sim, mas, se Deus lhe der mais vida, você vai orar como se fosse Elias! Mesmo agora você busca a santidade, mas se você tem vida mais abundante, você vai caminhar diante do Senhor em gloriosa retidão como fez Abraão! Eu sei que você louva o Senhor, mas se a vida mais abundante encher você, você vai rivalizar com os anjos em suas músicas! Repito o que já lhe disse, não sabemos o que podemos ser.
Ore a Jesus para fazer tudo o que você pode ser. Diga a Ele: "Senhor, me alimente em todas as graças, poderes e faculdades pelos quais eu possa te glorificar. Para a plenitude da minha maturidade, usa-me. Envie um rio cheio de vida sobre mim para que toda a minha alma possa acordar e tudo que está dentro de mim, o Senhor possa ampliar. Extraia de mim aquilo que possa vir de uma coisa tão pobre como eu. Faça o Teu Espírito operar em mim para o louvor da glória da sua graça."
Em quarto lugar, há um aumento do grau de energia que inferimos do texto. Podemos ter os poderes, mas não podemos exercê-los, e, sem
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dúvida, muitos homens têm grandes capacidades espirituais, mas eles se encontram ainda com falta de intensidade de propósito.
Agora, o Senhor Jesus tem nos equipado com um propósito que certamente nos estimulará a uma vida cheia de energia, pois "o amor de Cristo nos constrange".
Ele nos deu um motivo e um impulso aos quais não podemos resistir e estamos em aliança com Ele para glorificar Seu nome, enquanto vivermos. Estamos solene e sinceramente decididos a buscar a Sua honra. Isso dá uma intensidade de vida que aumenta sua abundância.
Um coração que é totalmente entregue ao amor de Jesus é capaz de ter pensamentos e ações que para as almas mais frias devem ser sempre estranhos!
Em quinto lugar, diremos que a abundância de vida é muitas vezes vista no transbordamento de alegria.
Quando as igrejas são avivadas, a vida abundante está nelas, então como cantam! Nunca vem um reavivamento da religião, sem um renascimento do canto! Assim, tão logo veio a Reforma de Lutero, os Salmos foram
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traduzidos e cantados em todas as línguas! E quando Whitfield e Wesley estão pregando, então, Charles Wesley e Toplady devem estar compondo hinos para o povo cantar, pois devem mostrar a sua alegria, uma alegria que nasce da vida! Quando o Senhor lhe dá, caro amigo, mais vida, você também vai ter mais alegria. Você não vai mais ficar deprimido em casa, ou pensando melancolicamente quando o Senhor lhe der a vida mais abundante!
Agora, em sexto lugar, este é um fato um tanto peculiar, mas eu acho que não deve ser omitido. A abundância de vida será vista na delicadeza de sentimentos. Quando o Senhor Jesus Cristo dá da Sua vida às pessoas, em suas formas mais elevadas, elas se tornam mais capazes de suportar a dor. O mesmo pecado dói cem vezes mais do que costumava fazer, e elas vão se esforçar com maior ansiedade para evitá-lo. Se você for um cristão, você pode agir errado e será penitente. Mas se você tem muita vida e você age errado, ah, então o seu coração vai se contorcer com angústia e você vai odiar a si mesmo diante de Deus! O homem cheio de vida sensível não somente irá sofrer mais, como também terá mais prazer, porque ele é sensível às alegrias desconhecidas para outros, e toda a sua constituição se emociona com um prazer que outros percebem, senão vagamente.
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O nome de Jesus é indescritivelmente doce para aqueles que têm uma vida abundante! Ele é precioso, se você somente tem vida, mas ele tem um valor acima de tudo o mais, para aqueles que têm o coração cheio da vida abundante.
E isso não é tudo o que eu quero dizer com delicadeza. Eu me refiro a isto: há uma delicadeza na fé com a qual somos educados não somente a entender, mas lidar com a boa Palavra da Vida. Quando dotados com esta faculdade, nós penetramos nos mistérios do coração de Jesus como os outros não podem fazer! Então, o Senhor deseja que seu povo desfrute de uma vida sensível que lhes revelará o que eles nunca teriam sentido e conhecido. Oh, quanto sua alma é abençoada com delicadeza santa! Quanto cada parte de sua natureza se torna cheia e transbordando de sensibilidade intensa! E, quando você tem uma sensibilidade educada para a mente divina, então, você estará onde Cristo deseja que você esteja!
Precisamos de olhos que irão ver a terra que está muito longe assim que os portões de ouro da nossa casa celestial estiverem visíveis para nós. Assim, devemos ter a vida "em abundância".
O sétimo ponto é este – a vida, quando ela é em abundância, torna-se suprema. Os cristãos
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devem ter vida tão abundante que as circunstâncias não devem ser capazes de vencê-los – tão abundante vida que na pobreza são ricos, na doença eles têm saúde espiritual, no desprezo eles estão cheios de triunfo - e na morte cheios de glória!
Gloriosa é aquela vida que desafia as circunstâncias! Cristo deu a nós, irmãos e irmãs, a vida suprema, em sua tenacidade - ela não pode ser destruída - "Quem nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor?" Nem as coisas presentes, nem coisas por vir podem fazer isso. Nós temos a vida tão abundante que triunfa sobre tudo. O que eu desejo para nós, além de tudo é ter essa vida tão abundante que possa ser suprema sobre todo nosso ser. Há morte dentro de nós e esta morte luta contra a nossa vida. Nossa vida tem vencido a morte e a tem mantido sob os nossos pés, mas tremenda é a luta da morte para subir novamente e obter o domínio.
Irmãos, devemos manter a morte derrubada, devemos agarrá-la como com bandas de ferro e segurá-la e firmar nossos joelhos em oração sobre ela e pressioná-la contra a terra. Não devemos permitir que o pecado tenha domínio sobre nós, mas sim, a vida mais abundante, pela graça divina, que deve triunfar sobre a corrupção interior! Há ainda muito diante de
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vocês, irmãos, mas que é muito atingível. Você não deve se sentar e dizer: "Devemos estar sempre presos à carne, para produzir obediência." Amado, você pode vencer! A graça de Deus estará em você, você pode vencer!
A força de Deus, a vida de Deus que está em você pode ser aumentada e deve ser aumentada, pois Cristo veio para aumentá-la, até que a morte seja trilhada e você será mais do que vencedor, por meio daquele que lhe amou!
Se você precisa de vida, você deve obtê-la em Cristo. Se precisar de mais vida, você deve ir para o mesmo lugar. Não olhe para Cristo, no início e, em seguida, para outro lugar no final! Cristo veio para que você possa ter mais vida. Venha a Ele pela fé. Não olhe para cerimônias ou serviços exteriores ou qualquer outra coisa para o crescimento na graça, além de Jesus, mas voe para ele e ele vai dá-la a você, e você deve ser rico para todos os fins de bem-aventurança.
Tradução, adaptação e redução feitas pelo Pr Silvio Dutra, de um texto de Charles Haddon Spurgeon, em domínio público.
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Algo Para Ser Pensado e Refletido
A questão da vida eterna é muitas vezes respondida pelo sentido de alarme de grande perigo que se corre com o estilo de vida assumido.
Paradoxalmente, o que aparenta ser uma enorme vantagem para a salvação da alma, para a maior parte da humanidade, que vive de forma honesta e ordeira, pode vir a ser um terrível impedimento para tal propósito, quando se faz da justiça própria o meio para alcançá-lo.
Há de se viver de tal forma, mas não colocando nisto a nossa confiança para sermos salvos, porque é aí onde reside o perigo.
Por isso Jesus disse que meretrizes e ladrões precediam os escribas e fariseus no reino de Deus, porque haviam crido no evangelho; enquanto eles não se arrependeram e nem creram quando ouviram a pregação da verdade. (Mateus 21.31,32)
O que Jesus quis ensinar é que o modo de vida pecaminoso das meretrizes e dos ladrões era uma evidência marcante para eles, da necessidade de arrependimento e conversão.
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Por isso se achavam, potencialmente, em relação aos escribas e fariseus, em melhores condições de entrarem no reino de Deus.
Eis então denunciado pelo Senhor o grande perigo da justiça própria e da acomodação ao estilo de vida que é aparentemente justo, mas que não possui a única Justiça que pode satisfazer à exigência de Deus, que passa pela nossa conversão a Cristo.
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Vida Eterna
Na Bíblia, a vida eterna é apresentada às vezes, em contraposição a castigo eterno (Mateus 25.46).
Disto se depreende que esta expressão tem a ver com o tipo, com a qualidade de vida de bem-aventurança com Deus, além do seu significado usual, de algo que não pode ser medido pelo tempo; que é duradouro, para sempre.
Há de se destacar, que o castigo eterno é algo para o qual todos estão destinados naturalmente, em razão do pecado, mas a vida eterna é a reversão desta condição, que pode ser obtida somente em e por Jesus Cristo.
Há uma infinidade de razões para isto, mas nos deteremos em apontar apenas algumas que sejam suficientes para melhor entendermos o que seja esta vida eterna, que só pode ser obtida em Jesus.
Em João 17.3, nosso Senhor apresenta uma breve definição do que seja a vida eterna, indicando o único modo de alcançá-la, ou seja, pelo conhecimento pessoal e íntimo de Deus Pai, por meio do Filho:
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“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.”
Nós podemos observar em várias passagens bíblicas, que já entramos na posse da vida eterna quando cremos em Cristo, mas a plenitude desta vida somente poderá ser vista no porvir, quando todas as coisas estiverem restauradas pelo poder do Senhor.
Por ora, ainda há a morte do corpo, que em certo sentido é uma interrupção da vida, mas quando estivermos na plenitude do estado de vida eterna, já não haverá mais qualquer morte, nem mesmo nascimentos, porque estará selado para sempre o destino daqueles que hão de herdar a vida eterna, e o daqueles que herdarão o desprezo e vergonha eterna (Daniel 12.2).
Estando limitados pela noção de espaço e tempo, que são determinados pela matéria e pela velocidade, torna-se muito difícil para nós, entendermos completamente o significado da dimensão desta vida eterna que é espiritual, e que, portanto não está subordinada a tempo e espaço, assim como não está o nosso Deus, do qual se diz que para Ele um dia é como mil anos, e mil anos como um dia.
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Não conseguimos manter permanentemente em memória a visão que convém à vida eterna, quando esta for estabelecida, e quando já não houver nem esta Terra, nem todo este universo, uma vez que depois do milênio será estabelecido o juízo do Grande Trono Branco citado em Apocalipse, quando já não mais existirá o ímpio e nem mesmo qualquer descendência humana, porque o número dos eleitos terá sido completado, e Deus porá um fim completo à possibilidade de haver algum pecado entre aqueles que foram por Ele completamente aperfeiçoados em Jesus.
Todos serão como os anjos, em corpos celestiais glorificados imateriais, e teremos por morada eterna a Nova Jerusalém, a cidade que não precisa da luz do sol e não pertence a esta dimensão material e natural.
A glória de Deus será manifestada em plenitude em todas as suas criaturas que herdaram a vida eterna, e já não haverá qualquer mancha, ou ruga, ou coisa semelhante.
Este estado eterno absoluto somente será estabelecido quando o plano de Deus tiver sido cumprido totalmente. E é neste sentido que a Bíblia diz que aguardamos por esta vida eterna, ou eternidade em Cristo Jesus.
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Por isso a redenção, a justificação, a regeneração, a santificação, a aliança com Deus por meio de Jesus Cristo; enfim, a nossa salvação deve possuir também este caráter eterno, sendo inextinguível em sua natureza, pois foi para a eternidade que estamos sendo destinados, para fazermos parte do cumprimento do propósito eterno de Deus. Especialmente o autor da epístola aos e Hebreus, se refere a isto em várias passagens.
Daí se infere que a segurança da nossa salvação é também eterna.
Por haver uma coroação nos aguardando e uma vida que terá um peso de glória que não pode ser comparado nem o mínimo com o que vivemos aqui, o apóstolo Paulo se expressou da seguinte maneira:
“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” (I Coríntios 15.19).
E também:
“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (Romanos 8.18)
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Por tudo o que vimos podemos dizer que vida eterna é muito mais do que viver para sempre, e podemos assim, entender melhor o caráter da promessa que Jesus nos faz por cremos nEle.
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A Casa Derrubada e a Mansão Erigida
Partes de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.
"Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus." (2 Coríntios 5.1).
O apóstolo Paulo figura entre o mais bravo dos bravos. Notamos, também, com admiração, como o herói de tantos perigos e conflitos, que poderia brilhar e queimar com fervor, ainda estava entre os mais calmos e tranquilos de espírito. Ele tinha aprendido a viver além dessas circunstâncias presentes que preocupam e perturbam. Ele havia realizado uma marcha sobre as sombras do tempo e entrado na posse das realidades da eternidade! Ele não olhou para as coisas que se veem, mas colocou toda a sua atenção nas coisas que não se veem e, por esse meio, ele entrou em uma profunda paz e alegria que o fez forte, decidido, firme, imutável. Eu gostaria que Deus nos concedesse a capacidade que dera a Paulo de ser "sempre confiante" - o hábito de ter o homem interior renovado de dia em dia!
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A maioria de nós é como o inseto dos dias de verão, que ostenta a sua vida por breve momento entre as flores e eis que tudo está acabado! Será que não estamos muito aptos a viver no presente imediato que é revelado pelos sentidos? A maioria dos homens tem as suas almas presas a seus corpos - aprisionadas dentro das circunstâncias do dia! Se pudéssemos ser completamente libertos do cativeiro das coisas visíveis e sentidas, e pudéssemos sentir a influência total do invisível e do eterno, quanto do Céu poderíamos desfrutar!
A vida de Paulo foi áspera e tempestuosa, mas ainda, quem não a desejaria? Se não houvesse vida futura, ele teria sido, de todos os homens, o mais miserável, pois era um dos mais pobres, mais perseguido, mais desprezado, mais caluniado, mais cansado e o mais sofrido dos mortais! E, no entanto, se eu tivesse que apontar o dedo para uma vida feliz, eu não hesitaria em escolher a vida do apóstolo Paulo, para quem viver era Cristo! Também deve ser notado especialmente, quanto à sua felicidade, que ele tinha uma razão para isso. Meu texto começa com a palavra "Porque". Paulo é sempre argumentativo -a inclinação de sua mente é nessa direção. Portanto, se ele é derrubado, ele tem uma razão para isso e se ele está calmo, ele pode mostrar a justa causa para a sua paz.
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Alguns religiosos estão delirantemente felizes, mas não podem te dizer o porquê. Eles podem cantar e gritar e dançar, mas eles podem não apresentar nenhuma razão para sua excitação. Eles veem uma multidão entusiasmada e eles pegam a infecção - a sua religião é puramente emocional! Eu não vou condená-los, mas eu lhe mostrarei um caminho mais excelente. A alegria que não é criada por causas substanciais é mera espuma e a espuma logo se desvanece. A menos que você possa dizer por que você está feliz, você não vai ficar muito tempo feliz. Se você não tiver princípio na parte de trás de sua paixão, a sua paixão vai queimar até virar uma cinza negra e você vai procurar em vão por uma centelha de vida.
Não era assim com Paulo - ele era um homem bem equilibrado. Se era capaz de desafiar o presente e se gloriar na perspectiva do futuro, ele tinha uma sólida razão para fazê-lo. Eu gosto de um homem que é fervoroso e entusiasta e ainda em seu fervor é tão razoável como se ele tivesse uma lógica fervorosa. Deixe o coração arder, mas tenha cuidado para que seja controlado e gerido pela discrição. Um homem cristão instruído é racional, mesmo em seus êxtases – está pronto para dar a razão da esperança que está nele e cuja esperança parece elevar-se acima de toda razão. Ele está feliz, mas ele sabe qual é a razão da sua alegria. E para que
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ele possa suportar as provações cruéis do mundo, expõe alegria espiritual. A paz do verdadeiro crente pode responder às minúcias de tempo ou aos demônios. Esta é uma casa construída sobre um firme fundamento, uma árvore que tem uma raiz firmemente estabelecida, uma estrela fixa em sua órbita e, portanto, é infinitamente superior à casa construída sobre a areia, à árvore arrancada, ao vapor fugaz da mera emoção.
Que Deus, o Espírito Santo nos instrua para que possamos conhecer a Verdade de Deus de que a felicidade sólida certamente deve crescer! Eu vejo no texto diante de nós, antes de tudo, uma catástrofe que Paulo via ser muito possível, "Se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer." Em segundo lugar, a provisão que ele certamente sabia que seria feita quando essa catástrofe ocorrer, "Nós temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus." Devemos refletir sobre o valor deste conhecimento que o apóstolo Paulo possuía.
"Se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer." – ou seja, a morte física. Paulo não tinha medo de que ele próprio fosse dissolvido! Ele não tinha o menor medo quanto a isso. Ele não diz: "Se eu fosse destruído", ou "Se eu tivesse que ser aniquilado." Ele não conhece a suposição
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deste caráter. Ele sente-se convicto de que ele próprio está perfeitamente seguro.
Está latente no texto um elemento de profunda calma quanto a seu verdadeiro eu. "Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício." Se a nossa casa for dissolvida não devemos ser desfeitos. Se fôssemos perder esta tenda terrena temos "um edifício de Deus, eterno, nos céus." O homem real, o eu essencial, está fora de perigo e tudo o que ele fala é sobre a queda de peças de um certo tabernáculo, ou tenda, no qual, no presente, ele está hospedado! Muitas pessoas estão em um grande medo em relação ao futuro, mas aqui Paulo está vendo a pior coisa que poderia acontecer-lhe, com tanta complacência, que ele a compara a nada pior do que a demolição de uma barraca em que ele estava se preparando para residir por um pouco de tempo.
Uma casa de alvenaria sólida pode precisar de um pé de cabra e uma picareta para remover as pedras de seus lugares, mas as ferramentas mais fracas podem desfazer uma tenda – o tabernáculo ao qual Paulo se refere no texto - e não devemos esquecer que ele tinha o ofício de fabricar tendas.
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Isto reporta à fragilidade dos nossos corpos. Nós não somos tão tolos a ponto de pensar que porque estamos em uma saúde robusta, hoje, temos necessariamente de viver assim na velhice! Nós recentemente tivemos entre nós abundante evidência de que aqueles que parecem ser os mais saudáveis são muitas vezes os primeiros a serem levados, enquanto pessoas débeis permanecem no meio de nós, cujas vidas são uma maravilha contínua e uma luta perpétua! Quando pensamos da mercadoria frágil de que nossos corpos são feitos, não é de estranhar que em breve deverá ser quebrado.
Quando Paulo estava escrevendo esta carta, tinha muitos sinais sobre ele de que seu corpo seria dissolvido. Seus muitos trabalhos estavam dizendo isso. Ele estava desgastado com a fadiga. Ele foi gasto no serviço de seu Mestre.
Ele estava tão cheio do fogo celestial que nunca poderia descansar! Depois que evangelizou uma cidade, foi forçado a ir para outra. Se fosse expulso de um vilarejo, ele corria para o outro, pois estava ansioso para entregar a mensagem de salvação. Vestia-se com trabalho e sentia, portanto, que chegaria o dia quando o seu corpo iria ceder sob a intensa emoção de sua agonia de vida. Além disso, ele suportou frio, fome, nudez e a doença que lhe vieram pelos seus sacrifícios missionários.
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Uma vez ele comoventemente falou de si mesmo como "Paulo o velho" - e os velhos não podem fugir à consciência de que seu corpo está falhando. Certas partes em ruínas avisam o idoso que a casa está em ruínas. Há sinais da idade que lhes avisa que sua casa terrena não foi construída para permanecer para sempre - é um tabernáculo ou tenda montada para fins temporários. Portanto, Paulo foi levado a sentir que tanto a fragilidade natural do corpo e, também, a partir das injúrias que já tinha sofrido, havia diante dele a probabilidade evidente de que a casa terrena de seu tabernáculo seria dissolvida.
Mas Paulo sabia que se a sua morada em tenda fosse derrubada, ele não ficaria sem um lar! Ele sabia que tinha "um edifício de Deus."
Que conforto saber que em tudo o que ocorre à nossa casa temporária, temos uma morada fixa e se estabelecida! Isso nos faz sentir independentes de todos os perigos e ajuda-nos a acolher com alegria o inevitável, venha ele quando vier! O que o apóstolo quer dizer, no entanto? Ele quis dizer, em primeiro lugar, que no momento que a sua alma deixasse o seu corpo, que ele entraria ao mesmo tempo naquela casa de que Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito" Você quer saber sobre essa casa?
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Leia o Livro do Apocalipse e aprenda sobre seus portões de pérolas, suas ruas de ouro, suas paredes de pedras preciosas mais raras! Leia sobre o rio que atravessa a cidade e sobre as árvores que dão os seus frutos a cada mês!
Neste momento, neste corpo mortal, nós gememos desejando que o nosso espírito seja libertado da escravidão, mas o nosso corpo ainda não está emancipado, embora tenha sido comprado com um preço. Nós estamos "esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo", e assim, "o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida por causa da justiça." Nossa alma foi regenerada, mas o corpo aguarda o processo, que, em seu caso, é análogo à regeneração, ou seja, a ressurreição dos mortos. Santos desencarnados podem ter que esperar alguns milhares de anos, mais ou menos, e habitar na casa do Pai acima, mas virá o som da trombeta e a ressurreição dos mortos, e então o espírito aperfeiçoado habitará em um corpo adaptado para a sua glória. A certeza da ressurreição nos eleva acima do medo que, caso contrário, cercaria a dissolução do nosso corpo.
Isso nós sabemos, pois conhecemos o amor do Espírito. Ele que fez do nosso corpo o Seu templo encontrará um descanso para as nossas almas. Assim, a partir do Pai, do Filho e do Espírito Santo, temos a garantia de que não vamos
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passear para lá e para cá sem casa, embora esta forma mortal seja dissolvida! Além disso, deixe-me dizer-lhe uma coisa. Paulo sabia que quando ele morresse, havia um paraíso preparado, pois ele já havia estado lá, conforme seu próprio relato em 2 Coríntios 12. Ele diz que foi levado até o terceiro céu! Lembre-se que este é o lugar para onde o Senhor Jesus disse que levaria o ladrão moribundo: "Hoje estarás comigo no Paraíso". Este é o lugar onde Jesus está e onde estaremos com Ele para sempre, quando a casa terrestre deste tabernáculo for dissolvida! No entanto, mais uma vez, queridos irmãos e irmãs, você e eu sabemos que quando este tabernáculo terrestre for dissolvido, haverá um novo corpo para nós, porque nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos. Em minha mente a resposta definitiva para a minha mais profunda descrença é o fato da ressurreição de Jesus dentre os mortos!
Logo estaremos em nossa nova casa. Ah, irmãos e irmãs - uma hora com o nosso Deus vai compensar todas as provações do caminho!
Por isso, vamos nos entregar a esse amor divino e, confiando no nosso Senhor, vamos seguir em frente para a felicidade eterna, até que o dia amanheça e fujam as sombras! Vamos triunfar e nos regozijar porque está preparado para nós
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um "edifício de Deus, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus."
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Não Apenas Salvador mas a Própria Vida Eterna
Bem-aventurados são todos aqueles que sabem e reconhecem que nosso Senhor Jesus Cristo não é apenas o Salvador que os justifica e que os livra da condenação eterna, mas também o Único que é dado à humanidade para ser a vida daqueles nos quais habita por meio do Espírito Santo.
Ora, o que são os ramos sem a Videira? Eles têm vida e frutificam?
De igual modo, ninguém pode ter a vida espiritual celestial operando sucessivos crescimentos e transformações se não estiver unido a Jesus pela fé, experimentando o poder da Sua vida sobrenatural divina em seu ser.
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A União que Dá Vida Eterna
Tudo e todos pertencem a Cristo conforme o desígnio de Deus Pai, que assim o decretara antes mesmo da fundação do mundo.
“porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.” (Colossenses 1.16)
Mas somente aqueles que são lavados de seus pecados no sangue de Cristo, são tornados filhos e herdeiros de Deus. Isto porque a justiça de Deus exige que somente podem participar da sua natureza perfeita e santa, aqueles que forem semelhantes a Cristo.
Por isso, estes que participam da vida de Cristo, foram antes, justificados pelo perdão total de seus pecados.
São herdeiros de Deus e do próprio Cristo, porque são a sua herança assim como Cristo é também a herança deles.
E isto sucede porque agora já não são muitos mas apenas um com Cristo, assim como ele é um com o Pai e com o Espírito Santo.
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Por isso o cristão deve viver agora para Aquele que o salvou e justificou.
Quem não tiver isto não está vivo mas morto espiritualmente, separado da natureza de Deus, porque é impossível ter vida espiritual e eterna fora do filho de Deus.

Edition Notes

Published in
Rio de Janeiro, Brasil

The Physical Object

Format
Paperback
Pagination
viii, 50p.
Number of pages
50
Dimensions
21 x 14,8 x 0,4 centimeters
Weight
90 grams

ID Numbers

Open Library
OL25938070M

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