Um dos mantras da gestão da qualidade nos dias de hoje foi proposto no século passado pelo romeno Joseph Moses Juran, figura emblemática da área de Administração: quem não mede não gerencia, e quem não gerencia não melhora.

Apesar de voltada para o ramo dos negócios, focando especialmente no planejamento, melhoria e controle da qualidade, a ideia também permeia de certa maneira as reflexões no campo da saúde. Isso vale para quatro atores principais: aqueles que provêm os serviços (tanto no âmbito público quanto no privado); os profissionais, que assistem a população nas diferentes situações, seja por meio do suporte farmacológico, seja por meio do suporte terapêutico; os pacientes, que buscam tais serviços e tais profissionais em virtude de alguma fragilidade de saúde ou mesmo numa perspectiva preventiva; e a família destes, que deve desempenhar um papel de acompanhamento e apoio diante de doenças que lhe acometem.

O gerenciamento das situações e dos agravos de saúde que atingem as pessoas passa necessariamente pelo conhecimento – o mais profundo possível – das doenças, do perfil e das condições dos pacientes, das descobertas quanto a aspectos que caracterizam as mais distintas enfermidades e das alternativas que têm surgindo para a cura ou para a minimização dos desdobramentos decorrentes delas. Certamente, esse conjunto de dados, informações e saberes é primordial e determinante na promoção da saúde e da qualidade de vida.

Sob essa inspiração, apresentamos o livro Hipertensão e diabetes: conhecer para melhor assistir. A proposta que acompanha todas as partes dele é oferecer conhecimento sobre os aspectos que envolvem essas duas doenças crônicas não transmissíveis. Isso significa identificar possíveis causas, consequências e agravos, bem como os tratamentos – tanto farmacológicos quanto terapêuticos – disponíveis. Não deixamos de abordar também a dimensão da prevenção, identificando atitudes e comportamentos que a favorecem.

A obra está dividida em cinco capítulos. Os dois primeiros se ocupam em oferecer diversas informações sobre a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM): conceito, diagnóstico e classificação; prevalência no Brasil e no mundo; fatores associados (idade, sexo, cor da pele, sedentarismo, excesso de peso, obesidade, condições socioeconômicas etc.); tratamento; e complicações.

O terceiro capítulo propõe uma reflexão sobre a adesão terapêutica por parte de hipertensos e diabéticos, incluindo a apresentação de métodos voltados a avaliar se e como tal adesão ocorre. Já o quarto trata da qualidade em saúde na assistência aos portadores dessas pessoas, e, por fim, o quinto aponta avanços nas iniciativas de controle e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

Diante de um cenário no qual apenas no Brasil cerca de 38,1 milhões de pessoas com 18 anos ou mais sofrem de hipertensão arterial e aproximadamente 12,3 milhões têm diabetes – segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 –, o desafio é enorme. Portanto, mergulhar na temática oferece condições de melhor conhecer a HAS e o DM e melhor assistir a todos quantos são acometidos por essas doenças. Se conseguirmos estimular essas reflexões, teremos cumprido o papel a que nos propomos com a obra. Boa leitura!