An edition of Família (2016)

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Last edited by Silvio Dutra
September 7, 2016 | History
An edition of Família (2016)

Família

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A família é uma instituição de criação direta divina para o propósito principal da prática do amor não interesseiro que sirva de modelo para a relação existente entre Cristo e aqueles que fazem parte do Seu corpo e que são designados como sendo a esposa do Cordeiro.
Neste livro você encontra tudo o que é necessário para um casamento duradouro e feliz.

Publish Date
Publisher
Silvio Dutra
Language
Portuguese
Pages
149

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Edition Availability
Cover of: Família
Família
2016, Silvio Dutra
Paperback in Portuguese

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Book Details


Table of Contents

Família
Silvio Dutra
Set/2016
2
A474
Alves, Silvio Dutra
Família./ Silvio Dutra
Alves. – Rio de Janeiro, 2016.
149p.; 14,8x21cm
1. Cristianismo. 2. Unidade. 3. Comunhão.
I. Título.
CDD 230
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Sumário
1 - Famílias Restauradas aos Pés do Senhor......................................................................
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2- O Dever do Marido.......................................
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3 - O Dever da Esposa......................................
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4 - O Padrão de Deus para os Filhos.........
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5 - Divórcio e Recasamento..........................
118
6 - Sobre o Divórcio - Mateus 19.3-12........
132
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1 - Famílias Restauradas aos Pés do Senhor
Apesar desta expressão restauração de famílias ser usualmente empregada com uma conotação mais restrita, referindo-se geralmente a reconciliações de cônjuges que haviam se separado ou desonrado de outras formas extremas a instituição do matrimônio, contra a ordenação bíblica de Hb 13.4; nós pretendemos enfocar o assunto em sua perspectiva bíblica mais ampla, por entendermos que restaurar, reformar, renovar, reconstruir, reavivar, aperfeiçoar, transformar nossas famílias consoante a vontade de Deus é uma necessidade sempre presente à qual todos os crentes deveriam se aplicar, para a glória de Deus.
Este título é excelente porque não pode haver verdadeira restauração de famílias a não ser por Cristo. É somente por se permanecer nEle e Ele em nós, que poderemos ser de fato restaurados segundo a vontade de Deus, conforme se vê em quase todas as Escrituras.
Na verdade a família somente foi perfeita neste mundo quando Adão e Eva estavam sem pecado no Éden. Desde que o pecado entrou no mundo, toda família necessita ser restaurada ao padrão inicial que Deus havia previsto para ela.
O que deve ser a família segundo Deus?
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Como vimos, esta restauração pode ser efetuada somente em Cristo e por Cristo.
Daí se dizer que se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os seus edificadores (Sl 127.1).
Mulheres que sejam submissas e respeitem e amem seus maridos.
Maridos que sejam providentes e que amem suas esposas no Senhor.
Pais que tragam seus filhos em sujeição e obediência amorosa no Senhor.
Filhos que obedeçam e honrem a seus pais, no Senhor.
Como poderemos ter isto sem um trabalho de restauração da graça que esteja sendo operado em nós individualmente, e em nossos lares como um todo, por sermos achados todos aos pés do Senhor?
Dentre as muitas coisas que estão sendo restauradas por Jesus por causa do pecado original, nós temos a própria família.
Nós lemos em Atos 3.21:
“ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus
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falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio.”.
E destas coisas restauradas que Deus falou pela boca dos profetas nós temos a família, como se vê por exemplo em Malaquias 4.6a: “e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais;”.
Restaurar é trazer de volta ao estado de perfeição original.
Restaurar uma família é portanto levá-la de volta ao propósito que Deus fixou para ela, desde antes da fundação do mundo.
Restaurar, renovar, reconstruir, reavivar, reformar, aperfeiçoar, transformar, é o propósito de Deus em relação aos crentes, às suas famílias, à Igreja.
Isto nós vemos em várias passagens bíblicas, como por exemplo nas que destacamos a seguir:
Restaurar novamente, do grego apokatistêmi – Mt 17.11; At 1.6
Restaurar aperfeiçoando, do grego katartizo – II Cor 13.11; Ef 4.12; Hb 13.21; I Pe 5.10
Renovar, mudar, do hebraico kalaf – Sl 102.25, 26; Isa 40.31
Renovar, reformar, do grego ananêso – Ef 4.23
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Renovar, transformar, do grego metamorféu – Mt 17.2; Rom 12.2; II Cor 3.18; e do grego metakesmatizô - Fp 3.21
Aperfeiçoar:
Do hebraico gamar – Sl 138.8
Do grego epiteléu (completar) – II Cor 7.1; Fp 1.6
Do grego Holotelês – I Tes 5.23
Do grego Plerô – Col 4.12; Apo 3.2;
Do grego Téleios - Mt 5.48; Tg 1.4
O reino de Deus deve ser buscado em primeiro lugar. Primeiro de tudo deve vir os interesses do Senhor. Deus deve ser amado e servido acima de tudo e de todos. Fomos criados para amá-lO com toda a nossa alma, todas as nossas forças e de todo o nosso entendimento (Lc 10.27).
Por isso, quando amamos mais aos nossos familiares ou a qualquer outra pessoa do que ao Senhor, Ele diz que não somos dignos dELe, porque estaremos alterando a ordem correta que Deus criou de que Ele deve ser amado acima de todas as coisas.
E amar ao Senhor é guardar os Seus mandamentos. É praticar a Sua Palavra. Por isso
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se fala em amá-lO com todas as nossas forças, porque isto exigirá grande esforço e diligência de nós. Fala-se de amá-lO com todo o nosso entendimento ou mente, porque será necessário ter discernimento da Sua vontade em mentes renovadas pelo Espírito Santo, pela instrumentalidade da Palavra. E também se fala de amá-lO com todo o coração ou alma, porque todo o nosso ser deve estar envolvido em adorar e servir a Deus, mas para isto será necessário fazê-lo em espírito, porque Deus é espírito e importa ser adorado em espírito.
É assim procedendo que nossos lares são abençoados. Tudo o mais falhará. Tudo mais fracassará. É somente quando cada membro, de cada família, compromete-se com Deus e uns com os outros, de viverem em santidade, e de modo consagrado para fazer a vontade do Senhor, que nossos lares recebem a bênção do Senhor.
Lares restaurados são lares governados pelo amor de Cristo. Mas para ter o amor de Cristo é necessário segui-lO. Para segui-lO é necessário negar-se a si mesmo e carregar a nossa cruz diariamente.
Sem a crucificação e despojamento do velho homem, do ego, do viver pela alma, da natureza terrena, da carne, não é possível crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. Não é
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possível andar no Espírito e discernir as coisas espirituais que são discernidas espiritualmente. Em suma, não se pode estar fortalecido com poder no homem interior, ou nova criatura, onde se manifesta o fruto do Espírito, que é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gál 5.22,23) coisas sem as quais não se pode ter verdadeiramente restauração de vidas e de lares.
Sem isto não se sentirá a presença de Jesus em nossos lares. O aroma da presença da santidade de Cristo em nossas vidas deve permear o nosso matrimônio e família. Onde Cristo reina nos corações há intercessão em favor dos membros da família, e choro de quebrantamento, e um desejo sincero de acertar em todas as coisas. Mas como teremos todas estas coisas quando quem manda é a carne?
Num lar no qual a presença de Cristo se afastou estas coisas nunca podem acontecer se a Sua presença não for desejada, buscada e cultivada.
Lares que perderam a presença de Cristo serão marcados por confusão, discórdia e desespero.
Quando o apóstolo Paulo disse aos filipenses para se regozijarem sempre no Senhor, ele apontou ao mesmo tempo as coisas que seriam necessárias para que eles pudessem ter tal
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sentimento. Ele falou da necessidade de humildade tal como existiu em Cristo; falou de submissão; de santificação; de se fixar o pensamento nas coisas que são verdadeiras, honestas, justas, puras, amáveis, de boa fama e que possuam virtude e louvor; e principalmente se fortificarem na graça de Jesus, porque a alegria e a paz são frutos da graça no coração.
A nossa força é fraca e inconstante. Mas a força da graça de Jesus é infinita e permanente. Por isso Ele quebra o nosso homem exterior, para que vivamos não pela nossa própria força, mas pela força operante da Sua graça e do Seu poder; de modo que possamos dizer juntamente com Paulo que quando somos fracos então é que somos fortes.
Como pode então haver a restauração da manifestação do poder da vida de Jesus nos lares, capacitando os seus membros a viverem em unidade e em amor, quando somos apenas ouvintes da Bíblia e não praticantes, por exemplo das ordenanças que nos foram passados pelo Espírito Santo através de Paulo nos comentários que acabamos de tecer?
Como pode então se contar com a bênção de Deus restaurando os nossos lares quando gastamos o nosso tempo com coisas vis na TV, Internet, ou onde for, e dedicando-nos a
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atividades que são abomináveis aos olhos de Deus?
Que sentido fará orar pelos familiares não salvos quando nossos lares estão corrompidos por estas coisas?
Deus não criou a família para a impureza. Não uniu o homem à mulher e não planejou trazer os filhos através do matrimônio, para que eles vivessem em disputas e discórdias, sem se respeitarem, amarem e se honrarem mutuamente.
Há todo um trabalho do inferno para tentar impedir que o projeto de Deus para a família seja cumprido.
Especialmente em nossos dias temos observado um intenso trabalho de Satanás para trazer nossos amados cativos em muitas práticas que lhes impedem de ter comunhão com Deus. E quando a comunhão com Deus falha, ela também falhará em todos os demais níveis de relacionamento.
Há muitos pais crentes chorando pela condição de seus filhos; como há também muitos filhos chorando pela condição de seus pais.
A guerra espiritual é renhida. Satanás tem se levantado especialmente para ferir os corações daqueles que têm consagrado suas vidas a Deus,
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atacando furiosamente os seus amados ainda inexperientes nos caminhos de Deus. É necessário portanto, cobri-los pacientemente em oração, sabendo que Deus é fiel em cumprir a promessa que fez de converter o coração dos filhos a seus pais, e dos pais a seus filhos.
Por isso é necessário permanecer sóbrios, vigilantes e criteriosos em todas as coisas, resistindo ao diabo firmes na fé, para que ele fuja de nós.
A volta do Senhor está cada vez mais próxima, e o diabo intensificará o seu trabalho nos últimos dias, e então precisamos também ficar cada vez mais fortalecidos na graça de Jesus para resistir a ele, vencê-lo e permanecer inabaláveis.
Esta é uma batalha para ser vencida no Espírito porque não estamos lutando contra carne e sangue. Precisamos portanto estar revestidos da graça para podermos discernir os movimentos do Inimigo procurando nos fazer cair em suas tentações com o intuito de roubar a nossa paz e comunhão com Deus.
Temos um Inimigo comum que é Satanás. Nenhum membro, de nenhuma família deve portanto olhar para qualquer um outro membro como se fosse seu inimigo. Ao contrário, deve ver nele um companheiro de batalha contra este Inimigo comum. Devem, portanto, exercitar-se
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no perdão mútuo e no amor, para que Satanás não tenha vantagem sobre eles. E devem estar bem conscientes e alertados que nesta hora difícil que temos vivido têm sido muitos os ataques do Inimigo procurando afastar os corações da comunhão de uns com os outros, e sobretudo em relação a Deus, de quem provém toda verdadeira comunhão. Os laços da união do amor de Cristo são as correntes poderosas que quebram todos os laços de desunião forjados no inferno.
Sem estar fortalecido na graça não será possível prevalecer com Deus e muito menos com os homens. É preciso gastar tempo com Jesus para reunir força e fé para destruir fortalezas. É preciso gastar tempo com a Palavra de Deus. Mas se em vez disso gastamos tempo com o chamado mundo virtual da TV, da Internet e sufocamos os nossos espíritos alimentando nossas almas (pensamentos, emoções, vontade) abrindo a porta dos nossos lares para os poderes das trevas, como poderemos esperar ser achados fortalecidos pela graça de Jesus?
Quando nos comportamos deste modo será em vão orar, jejuar, ler a Bíblia, frequentar os cultos da igreja ou todo e qualquer outro ato de devoção religiosa, porque seremos achados debaixo da repreensão que Deus dirigiu ao Seu povo através do profeta Isaías (Is 58.1-4), porque estaremos fazendo todas estas coisas buscando
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fazer o que seja do nosso próprio interesse, e não para conhecermos e fazermos a vontade de Deus.
O Senhor não poder levar a sério o nosso desejo de restauração de nossas vidas e lares, se nós não levamos a sério a Sua vontade.
Ninguém que viva segundo a carne, com suas paixões e desejos poderá amar com o amor que procede de Deus, porque este é fruto do Espírito. É preciso pois crucificar a carne com suas paixões e desejos (Gál 5.24) se pretendemos de fato viver no amor de Cristo.
Há muita literatura em nossos dias ensinando fórmulas para se alcançar sucesso em várias áreas, inclusive no casamento. Mas há que se considerar que nenhuma fórmula será eficaz caso não haja este sincero desejo de se viver de maneira consagrada à vontade de Deus. Nem mesmo a sã doutrina que ouvimos sendo pregada, domingo a após domingo, nos ajudará caso não nos disponhamos efetivamente a colocar em prática a verdade que temos ouvido.
A vida que temos para viver em nosso relacionamento em família é algo sério e real. Por isso não poderá ser um viver abençoado caso não consideremos a vontade de Deus e a Sua Palavra também de modo sério e real.
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O que está na Bíblia não foi revelado a nós pelo Espírito para ser simplesmente admirado, elogiado ou aprovado, mas para ser efetivamente obedecido e praticado.
Nada adianta chamar Jesus de Senhor se não nos colocamos debaixo do Seu senhorio.
Aquele que busca ajuda em outros deve também se ajudar. Não basta pedir que orem pelos nossos lares. Nós também temos que prevalecer com Deus em oração e sermos achados fazendo aquelas coisas que são ordenadas por Ele em Sua Palavra, se pretendemos ser bem sucedidos.
Entretanto, isto não significa que deixaremos de sofrer, que não teremos mais aflições e dificuldades. Ao contrário, é provável que em alguns casos estas coisas até se intensifiquem porque quanto maior é a nossa consagração ao Senhor, mais o Inimigo se levanta contra nós. Entretanto, uma coisa é sofrer impotentemente, ou então por estar praticando coisas erradas, e outra muito diferente sofrer por amor ao Senhor, à verdade, à justiça, ao evangelho. Este é o sofrimento que nos traz aperfeiçoamento espiritual e galardões.
A provação da nossa fé a refina de tal maneira que ela é achada muito mais preciosa que o ouro que perece. Ser aprovado nas provações produz perseverança e maturidade espiritual. É com
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isto que prevaleceremos sobre as investidas dos poderes das trevas.
Então, aqueles que estão sofrendo, devem ser pacientes no seu sofrimento, enquanto perseveram na prática do bem, fazendo a vontade do Senhor. Quão maravilhoso é isto! Quão grandioso é aos olhos de Deus! Por isso a Bíblia está repleta de exemplos daqueles que perseveraram na fé em meio as aflições que sofreram neste mundo.
Estando em comunhão com Jesus é possível ter paz em meio às aflições:
“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo 16.33).
Nosso grande alvo não deve ser portanto eliminar toda forma de sofrimento ou aflição, mas permanecer firmes na fé em Cristo, com gratidão e contentamento em nossos corações, em toda e qualquer circunstância.
Deus se agrada deste testemunho de fidelidade à Sua vontade nos vales da aflição.
Prossigamos adiante, sabendo que podemos todas as coisas em Cristo que nos fortalece.
O Senhor é bom e fiel e cumprirá portanto todas as boas promessas que nos tem feito em Sua
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Palavra, se formos achados empenhados em fazer a Sua vontade.
Ninguém se iluda pensando em avivamento do Espírito como se fosse um toque mágico que resolve todos os problemas a partir de um dado momento. É necessário que haja obediência efetiva à Palavra de Deus, se desejamos ter uma família da qual se possa dizer que é uma família restaurada aos pés do Senhor Jesus. É preciso ter coragem e fé que o Senhor nos ajudará a sermos e fazermos o que devemos ser e fazer. Maridos que amem suas esposas como Cristo amou a Igreja dando-se por ela. Maridos que sejam cabeças de seus lares, assim como Cristo é cabeça da Igreja. Mulheres que amem e sejam submissas a seus próprios maridos, assim como a Igreja é submissa a Cristo. Filhos obedientes a seus pais e que os honrem de fato, segundo a vontade do Senhor. Esta é a verdadeira fórmula do sucesso nos lares, de uma família que seja de fato uma família segundo a vontade de Deus. Apliquemo-nos portanto a isto para a Sua exclusiva glória.
Certo homem de Deus disse mui apropriadamente o seguinte:
“Satanás está tentando com toda a dissimulação do inferno, destruir os lares cristãos de qualquer maneira. As crianças estão sendo seduzidas e enganadas pelas tentações
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demoníacas. Muitos casamentos enfrentam graves dificuldades, com o divórcio se tornando um câncer que se multiplica dentro da igreja.
Jamais os lares cristãos estiveram sob maior carga e pressão do que neste momento. Os próprios fundamentos do lar cristão estão abalados - um resultado direto da decadência moral e espiritual da nossa sociedade.
Mas agora mesmo, creio que estamos exatamente no início do último reavivamento. Veremos famílias tiradas do cativeiro. Milhões de pessoas que se desviaram terão os seus véus removidos. E filhos e filhas desgarrados serão restaurados a seus pais.
Podemos salvar os nossos lares determinando que nossos corações obedeçam ao Senhor a qualquer custo. Enquanto outros vão a Ele só para serem abençoados, deve-se ir a Ele para escutar. Com os ouvidos abertos e um coração desejoso, Deus vai revelar Sua vontade, lhe mostrará o que é necessário da sua parte, e você poderá obedecer e desimpedir o caminho para restaurações e reavivamentos reais em seu lar.
Necessitamos recobrar a autoridade espiritual em nossos lares. Se o marido e a esposa cristãos não estão em unidade total, fluindo juntos no Espírito e no amor de Jesus, há perigo extremo pela frente. Um deles, ou ambos, não estão
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andando no Espírito. Quando ambos estão buscando a Deus na oração pessoal e na devoção a Deus, o Espírito opera as Suas maravilhas e os recolhe para o mesmo reino da ressurreição.
Nos últimos meses, o Espírito Santo tem despertado esposos, esposas e avós, e chamado os crentes de volta a um andar mais profundo no Espírito. Há uma purificação que caminha em todas as direções, com o Espírito estendendo-se sobre os lares, trazendo de volta lágrimas de arrependimento, e uma crescente fome pela realidade.
Deus está fazendo uma coisa nova na terra neste instante. Algo tão poderoso, tão sobrenatural, que está aterrorizando o inferno. O Espírito Santo veio para separar um povo para o Senhor. Ter sucesso na vida, atualmente, não é tão importante quanto ouvir a Deus. Prosperidade, para estes santos recém-batizados, significa enxergar Jesus de uma maneira nova e viva. Casas, terras, móveis, carros, roupas - todas estas coisas perderam o seu encanto junto a um povo que agora está amando apaixonadamente o Senhor da Glória. O Espírito Santo veio para revelar Cristo no papel de Salvador dos lares - nossos lares.
Tenho enxergado o interior do mundo espiritual, e vejo demônios fugindo; vejo poderes das trevas tremendo; vejo um diabo
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despojado - porque a verdadeira igreja de Deus, que anteriormente era um gigante adormecido, foi provocada pelo Espírito Santo a sacudir a si própria, se levantar e reivindicar seu posto de poder e autoridade.
Famílias inteiras, igrejas inteiras, ministérios inteiros estão sendo virados de cabeça para baixo. Deus está dizendo: "Levem a sério! Levem mortalmente a sério as coisas espirituais ou então sejam deixados de fora!". De todo o mundo ouço ministros dizendo: "Nunca estive com tanta fome de Deus, ou mais quebrantado ou necessitado! Estou buscando o Senhor para uma renovação total! Quero ser parte disto que Deus está fazendo!"
Conclamo a cada um dos filhos de Deus que lê esta mensagem - ORE! Ore pela purificação! Ore a favor de uma renovação do poder contra o pecado. Ore por uma nova unção do Espírito Santo sobre você. Ore por um derramamento do Espírito Santo sobre a sua casa. Ore por um grande e glorioso derramamento do Espírito de Deus sobre o seu pastor e sobre a sua igreja.
Se formos salvar os nossos lares, tem que ser agora! Deus está nos lançando um ultimato para que voltemos para o Seu altar, que voltemos à humildade e ao arrependimento. Somente podemos salvar os nossos lares pela oração, pela
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obediência, e um renovado derramamento do Espírito Santo.”.
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2- O Dever do Marido
Por John MacArthur, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
(Nota do tradutor: este é o primeiro de três textos do Pr John MacArthur, sobre família, que estamos apresentando neste livro, versando os demais sobre o dever de esposas e filhos. Confesso que este material chegou num momento muito oportuno em minha vida, décadas atrás, quando ainda recém-casado, não estava instruído devidamente quanto ao desígnio de Deus para a família, sobretudo quanto ao papel destinado para marido, esposa e filhos.)
O grande general Montgomery disse um dia aos jovens de suas tropas estas palavras profundas: "Cavalheiros, nem mesmo pensem em matrimônio até que tenham dominado a arte da guerra.".
Por que o casamento é como uma guerra em potencial? Por que parece ser tão difícil manter um relacionamento significante com alguém? Você sabe, a vida é feita de relacionamentos - não é verdade? E o relacionamento mais necessário é aquele que existe entre um homem e uma mulher num matrimônio. Tendo uma relação significante, duradoura com alguém
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torna o relacionamento melhor, mais rico, e mais pleno, e isto é algo realmente raro. Na realidade, nós olhamos para o matrimônio, e sempre que nós vemos o matrimônio retratado, geralmente se pensa em luta, infidelidade, descontentamento, amargura, disputa, que termina em separação, divórcio, e assim sucessivamente.
Bem, há uma razão para isto. Há uma razão para que o casamento seja difícil. Há uma razão para que as pessoas em nosso mundo não tenham relacionamentos significantes. Porque para a maior parte, isto é duro para eles terem relacionamentos significantes em qualquer nível, mas quando isto chega à condição matrimonial torna-se mais difícil ainda. E a razão é muito clara: Eu quero voltar aos três primeiros capítulos de Gênesis, e eu quero mostrar para você por que o matrimônio é uma coisa difícil. Eu admito isto – ele é difícil.
Em Gênesis 2:18-25, temos uma boa visão do desígnio de Deus para o matrimônio, e então nós veremos porque esta coisa se tornou tão deformada e pervertida e causou tanta dor ao relacionamento matrimonial.
Nós temos no Livro de Gênesis a história da criação, a criação de Deus do homem para ser a coroa da criação. Nós achamos, como nós vemos em Gên 2:18, que aquele homem já criado
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por Deus, contudo, não completo ainda (ele deveria crescer no conhecimento de Deus e em sabedoria, sendo amadurecido no seu caráter, e esta é ainda a condição para qualquer pessoa. Ela nasce, cresce física e mentalmente, mas também deve crescer espiritualmente – este é o plano de Deus na criação do homem – nota do tradutor).
E Deus disse, não é bom que o homem esteja só. Eu lhe farei uma auxiliadora (ou melhor, “uma ajudadora satisfatória"). E do pó da terra o Senhor Deus formou todos os animais do campo, e todas as aves do céu; e os trouxe a Adão para que lhes desse nomes. Mas para Adão não havia ainda uma auxiliadora satisfatória.
Agora, você percebe nisto que mesmo desde o começo, Deus havia projetado alguém para cuidar e um outro alguém para ajudar. Alguém para ser "autoridade", e alguém para ser "submisso". Alguém para ser o líder e alguém para ser o seguidor. Alguém para ter o cuidado da provisão e alguém para ser provido. E desde o começo o homem teve o papel de cabeça, e a mulher teve o papel de ser provida por aquela cabeça. O homem foi o que protegeu, proveu, e cuidou da mulher que era sua ajudadora. Observe que havia submissão da mulher ao homem, mas não ainda a ordem de que o seu desejo seria para o seu marido e que seria governada por ele, o que ocorreu depois da
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“queda” no pecado. Esta ordenança foi introduzida por Deus para garantir a estabilidade da união do homem e da mulher, agora no estado pecaminoso. É somente em Cristo, que o homem e a mulher podem retornar àquela condição original existente no Éden, em que a submissão da mulher era voluntária e de coração, sendo corregente da criação juntamente com o homem. Mas isto estudaremos pormenorizadamente adiante. Voltemos ao relato anterior à queda no pecado.
E para revelar que estava dando a mulher como propriedade ao seu marido, mas uma propriedade por fazer parte da sua própria vida, não criou a mulher como criou o homem, separadamente, do pó da terra, mas a criou a partir de uma das partes do próprio homem, de uma das suas costelas.
E ao acordar do sono profundo que o Senhor lhe dera, ao ver Eva, Adão exclamou: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.” (Gên 2.23). Grande exclamação de unidade, de amor, de alegria. Quando Deus instituiu o matrimônio era para este desígnio, e assim Jesus disse aos judeus endurecidos que apoiavam o divórcio que não foi assim desde o princípio, mas que o divórcio foi dado como concessão na Lei de Moisés em razão do endurecimento do coração dos homens, desde
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que o pecado entrou no mundo. Era melhor permitir o divórcio do que obrigar a permanecerem juntos, por exemplo, quando o marido desprezasse a mulher a ponto de tratá-la como se fosse um animal. O pecado corrompeu a pureza do matrimônio, mas esta pode ser resgatada em Cristo, quando se anda na Sua verdade. Aqui reside a luta nos matrimônios, que é sobretudo uma luta individual para cada um, marido e esposa, permanecerem na presença de Deus, única posição onde se pode ter a unidade do casamento. Mas, tendo Adão exclamado o reconhecimento que Eva era parte da sua própria vida, porque foi a partir dele que foi formada, o Espírito revelou que esta condição inicial deve ser retomada em cada matrimônio dando cumprimento ao propósito de Deus na criação do homem e da mulher, que diante dEle, no matrimônio, não são mais dois, mas apenas um. “Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gên 2.24).
O homem, depois de formado, depois de criado por seu pai e sua mãe, deverá sair de debaixo da autoridade de seus pais, para cumprir o desígnio de Deus, de ser agora também autoridade em seu próprio lar, governando sua mulher e filhos.
Voltando a Adão e Eva, no princípio, antes do pecado, havia um relacionamento maravilhosamente perfeito. Adão não teve
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nenhum problema de aceitação em relação a Eva, embora a tivesse conhecido em tão curto espaço de tempo. Como não havia pecado, não havia também qualquer egoísmo. Não havia nenhum critério para se avaliar negativamente porque não havia tal pensamento. Isto se comprova pelo fato de que ambos estavam nus e não havia nenhuma vergonha (Gên 2.25). Mas desde que ambos pecaram, tudo mudou. Já não é mais assim, e nem se deve esperar que possa ser assim em toda a sua plenitude enquanto estivermos neste mundo. Há o pecado com que lutar diariamente. Há os problemas enormes oriundos do pecado que infestaram este mundo, e com os quais temos com que nos deparar. Mas temos o dever de buscar em Cristo a perseguição daquele alvo original que sempre esteve no coração de Deus relativamente ao casamento. É por isso, que Deus espera que se veja no matrimônio o mesmo amor que há entre Cristo e a Igreja. O matrimônio foi colocado, como se lê em Efésios 5.22-33, como sinal da união entre a Igreja e Cristo. Esta união é eterna e estável. De igual modo o matrimônio deve ter na terra este caráter estável, suportando todo tipo de prova e superando toda e qualquer dificuldade, para que a fidelidade do relacionamento seja duradoura e estável. Daí se dizer que o que Deus uniu não separe o homem. Deus abomina o divórcio. O que Ele uniu só pode ser desfeito de modo aprovado por Ele mesmo, e
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o único modo de se desfazer esta união é pela morte.
Este é o desígnio de Deus no matrimônio: uma união indestrutível. E esta união tem uma liderança, alguém que segue na dianteira. Sim, há um que tem a supervisão e a responsabilidade, e há um que está debaixo daquela responsabilidade.
(Este princípio de Deus para o casamento já deve ser observado a partir do namoro e do noivado, pois a submissão e respeito da esposa ao marido deve ser visto desde o princípio do relacionamento, e não apenas quando o matrimônio for consumado. E, não se pode esperar outra coisa da parte de mulheres que sejam verdadeiras crentes e servas de Jesus Cristo, pois isto deve ser feito por amor e obediência a Ele e ao Seu mandamento para os casais que se unem debaixo da bênção de Deus – nota do tradutor)
Mas ao mesmo tempo, tudo isso está tão misturado formosamente em unidade que você realmente não vê isso. Você vê, "osso de meu osso; carne de minha carne; tirado de mim para ser um comigo.". Há esta unidade gloriosa dentro da união.
A submissão da mulher é voluntária, de coração, e é bela; A provisão do homem é
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também voluntária, sacrificial, de coração, e também bonita, assim não há nenhuma animosidade, não há nenhuma luta, mas uma perfeita e gloriosa união. Tão verdadeira é esta mútua dependência, que o ato mais glorioso deste mundo, depois do novo nascimento espiritual, que é a geração de filhos de Deus pela Igreja, esposa de Cristo, mediante a sua união com Cristo, pelo poder do Espírito Santo; é o nascimento natural, que é a geração de filhos naturais, pela união do homem com a sua esposa. É o consórcio de ambos que produz um novo ser.
Satanás tem procurado por todos os meios desacreditar também esta verdade, e esta bela figura relativa ao resultado glorioso da união do marido com a sua esposa, pela criação de uma mentalidade nestes últimos dias, valendo-se do avanço da ciência, de que a mulher não depende necessariamente do contato físico com o homem, e muito menos de estar casada, para gerar filhos (inseminação artificial em produção independente, clonagem etc). Mas, independentemente de tudo, sempre permanecerá de pé, através do que ensina a própria natureza, que o que Deus planejou para o homem e a mulher no casamento, é que vivam em perfeita unidade.
No relato sucinto da criação do homem, lemos em Gên 1.26-31 que Deus deu ao homem e à
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mulher uma corregência sobre tudo o mais na criação. E a ênfase disto está em Gên 1.27: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”. E sujeitou a ambos tudo o mais na criação. Quem é a humanidade? Homem e mulher. Macho e fêmea. Dois sexos distintamente claros, não somente nas características físicas que distinguem os dois sexos, como também nos papéis que representam no matrimônio, decorrentes de tal distinção feita por Deus.
Agora, o desígnio de Deus para o matrimônio é muito simples:
1. Gerar filhos
“Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra” (Gên 1.28).
2. Eliminar a solidão
“Não é bom que o homem esteja só” (Gên 2:18).
3. Para ter intimidade física
“O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também semelhantemente a esposa ao seu marido.” (I Cor 7.3). “Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e novamente vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.” (I Cor 7.5).
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4. Ter Alegria.
Deus planejou o matrimônio para você viver numa condição em que pudesse ter alegria – pura alegria.
E o sexo no casamento é parte desta alegria. Num leito sem mácula, como diz Hb 13. Gên 26:8 onde lemos que Isaque acariciava Rebeca, uma versão melhor diz que brincava, referindo-se ao contato íntimo de ambos.
Em outras palavras, Deus planejou, e a Bíblia destaca a maravilha e a virtude daquela relação física.
Mas, como já dissemos, a entrada do pecado, através de Eva, levou logo desde o início a uma inversão de papéis. A mulher usurpou a liderança do marido quando deu ouvidos à serpente, e desobedecendo o mandamento que fora dado por Deus a ambos. E além disso, foi quem o persuadiu a também comer do fruto. E dali em diante isso estragou o matrimônio como era antes do pecado. Se você quer saber porque a consolidação de um matrimônio é difícil, é porque houve aquele ato, uma reversão dos papéis; um fracasso em reconhecer o que Deus havia planejado. E Deus colocou isto de forma concreta com a expulsão de ambos do Jardim, e com o estabelecimento da maldição em razão do pecado de ambos.
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Na maldição dirigida ao homem Deus disse: “Visto que atendeste a voz de tua mulher, e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses: maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.” (Gên 3.17). O homem atendeu à voz da mulher, contra a ordenança de Deus, que é a cabeça de todo homem. Cabia ficar debaixo da autoridade de Deus, mas o homem se colocou debaixo da autoridade da mulher.
Na maldição dirigida à mulher Deus disse: “Multiplicarei sobremodo os sofrimento da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.” (Gên 3.16).
A pura alegria que haveria antes do pecado na concepção dos filhos, seria agora manchada pela dor que acompanharia a referida concepção. Adicionalmente, o desejo da mulher estaria sob o controle do marido, e ele a governaria. E aqui nós achamos algo invertido completamente: o homem vai agora governar a sua mulher.
Agora, você olha para sociedade humana hoje e ninguém negará que são visíveis no mundo as consequências relativas à maldição de Deus, e por mais que as pessoas não queiram admitir, a razão dos conflitos no matrimônio está baseada na reversão total de papéis desde que o pecado
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entrou no mundo. O matrimônio no mundo revelará o caráter desta maldição porque toda vez que a mulher buscar usurpar o governo do homem e dirigir em seu lugar, o homem regerá despoticamente.
Se você deseja saber porque nós temos os movimentos de libertação de mulheres, é porque a maldição reteve aquela realidade relativa à depravação da existência na história humana. Em outras palavras, as mulheres procurarão reger. E a razão porque nós temos opressão de homens, e porque os homens têm que reger as mulheres é também a maldição relativa ao pecado que o produziu.
Sim, há chauvinismo, não há qualquer dúvida sobre isto. O mundo está cheio de machões chauvinistas, eles têm sido abundantes ao longo da história da humanidade, e isso é parte da maldição do pecado. E há mulheres que buscam usurpar a liderança do marido em razão da maldição do pecado.
Assim amados, vocês veem, que há duas coisas necessárias para que o matrimônio possa funcionar:
1. A mulher tem que voltar para aquele lugar daquela submissão bonita que ela conheceu antes da queda no pecado, e o homem tem que voltar para o lugar onde seu compromisso
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simplesmente é, em amor, tomar aquela mulher como se ela fosse uma só pessoa com ele, e fazer por ela cada coisa que ele faria para si mesmo. Em outras palavras, nós necessitamos voltar novamente onde as mulheres são caracterizadas por sua missão de apoio e os homens são caracterizados por um amor sacrificial, exatamente como era antes da queda.
Você quer saber porque nós temos problemas no matrimônio?
Porque nós temos um matrimônio amaldiçoado para começar a ser trabalhado. Nós estamos lidando com duas pessoas pecadoras, e a depravação se manifestará na mulher buscando predomínio sobre o homem, e o homem esmagando a mulher sem amor - e nós temos isto em nossa sociedade hoje, como isto sempre existiu no mundo desde que o primeiro casal pecou. Esta é a tendência da natureza terrena sob a influência do pecado.
(Devemos nos empenhar então em sermos transformados por Deus, segundo a Sua Palavra, para que sejamos bem sucedidos no nosso relacionamento conjugal, vivendo no amor e na harmonia que Deus planejou desde o princípio da criação – nota do tradutor)
Os maridos não amam as suas esposas (amor não é gostar, não é sentir. É algo para se aprendido com Deus ao longo da vida, pela
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transformação da própria vida): O amor não faz parte da sua natureza terrena. A carne não está sujeita à vontade de Deus e nem mesmo pode estar. É algo, portanto, contrário à sua natureza. É natural ser egoísta, egocêntrico, ego-absorvido consigo mesmo. Não é natural portanto esquecer-se de si mesmo para buscar o bem do outro.
E os homens de hoje em nossa sociedade não são diferentes dos homens do passado: eles reprimem as mulheres; eles esmagam as mulheres debaixo de seus pés; eles não as promovem senão como objetos de sexo, e as mulheres têm sido abusadas.
Não há nenhuma dúvida em minha mente: os homens cumprem também a parte deles da maldição. Nós vemos um fluxo de proliferação de pornografia imunda, revistas, e filmes sujos, e tudo isto como fruto daquela matéria-prima que faz das mulheres algo parecido com um animal no qual não há nenhuma outra função além de estimular o instinto sexual do homem. Isso é muito errado! Isso põe a mulher muito longe do que Deus planejou para ela ser.
Sim, os homens têm oprimido as mulheres - não há nenhuma dúvida sobre isto, e as mulheres têm procurado anular os altos desígnios de Deus determinados para elas.
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Mas, naturalmente falando, nós não podemos esperar nada diferente, porque isso é o legado do pecado, e tudo que nós estamos dizendo para o mundo hoje, tudo aquilo que este púlpito está dizendo, e tudo aquilo já está contido na Bíblia é isto: Olhe, isto não tem que ser desse modo! Você não tem que participar dos movimentos de direitos das mulheres. Você não tem que ser um machão chauvinista! Você pode ter um relacionamento correto sendo uma esposa conforme o desígnio que Deus planejou para você de ser cuidada pelo seu marido, e o homem pode saber como ele deve investir a sua vida para prover e amar a sua esposa, havendo assim uma corregência sobre as coisas da vida, que preenchem completamente cada necessidade do coração humano.
Qualquer pessoa que não queira isto, que rejeite isto, não está buscando o verdadeiro bem para a sua vida, pois foi isto que Deus determinou para o casamento.
Você sabe agora porque todo casamento tem um problema desde o princípio, que deve ser resolvido em nossa atitude interior de coração de buscar obedecer a vontade de Deus estabelecida para o casamento no princípio da criação.
A maldição estabelecida sobre o matrimônio só pode ser removida em Jesus. No amor de Jesus.
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Agora, como não fosse bastante ruim o fato de ter que lutar contra a natureza terrena que milita contra o estabelecimento da unidade no casamento, Satanás também ataca o matrimônio! Direta e indiretamente ele age contra o desígnio estabelecido por Deus para o casal.
Ele conseguiu dissolver a unidade do primeiro matrimônio no Jardim do Éden, mesmo quando não havia pecado no mundo.
Ele começou logo a trabalhar para dissolver a unidade e o caráter monogâmico estabelecido por Deus para o casamento, pois vemos Lameque, um dos descendentes de Caim, tomando para si duas esposas (Gên 4.19).
Em Gên 3 temos a queda, em Gên 4, poligamia !
O padrão divino de serem os dois uma só carne foi imediatamente corrompido.
E deve ser considerado também que no princípio não havia qualquer pensamento pervertido, qualquer aberração relacionada ao sexo, porque lemos que Adão e Eva estavam nus e não se envergonhavam. Isto quer dizer que o sexo era algo que não trazia nenhum pensamento ou sentimento pervertido relacionado a ele. Mas desde que o pecado entrou no mundo, pensamentos maus
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passaram a acompanhar o sexo. E é necessário vencer também estas inclinações pervertidas da natureza terrena, para que se tenha um leito sem mácula, onde a mulher, especialmente não seja apenas um objeto para ser usado sexualmente pelo homem.
Além da quebra da unidade, da poligamia, dos pensamentos pervertidos, Satanás introduziu também o adultério e a prostituição. Mas não parou por aí, introduziu também o homossexualismo, pecado em razão do qual foram destruídas as cidades de Sodoma e Gomorra por Deus.
Agora escute, já é duro bastante fazer um matrimônio se consolidar com uma maldição; você soma a esta a atração da poligamia, a atração de pensamentos sexuais maus, de adultério, homossexualidade, e o plano de Deus para o homem no matrimônio vai ter que enfrentar muitos desafios. Mas Satanás não fica satisfeito com todos os seus planos infernais para destruir a instituição do casamento conforme planejada por Deus. Ele vai introduzir também a fornicação, que são as relações íntimas antes do casamento. Mas não é ainda o bastante para ele, e idealiza o estupro. Agora, repare como o diabo procura atacar a raça humana com uma sucessão de ataques rápidos, para deixar o matrimônio desfigurado e cada vez mais distante do alvo planejado por Deus. Mas
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tudo o que foi dito ainda é pouco, e Ele vai trabalhar agora para a separação através do divórcio daqueles que se uniram um dia pelos laços do matrimônio. E para isso ele vai apresentar toda sorte de argumentos, chegando aos mais pueris, apresentando-os como motivos para a separação, vai também estabelecer alvos falsos para o matrimônio, como obter a autorrealização, ser plenamente feliz, sem nunca ter decepções e assim por diante.
Satanás começa a mover o ato sexual, para fora do lugar que Deus estabeleceu para ele: no casamento, e além disso, ainda o deturpa, com as perversões sexuais, como do homossexualismo, por exemplo. Coloca nas pessoas a ideia de que têm direito a ter relações sexuais livremente, fora de qualquer compromisso, e seja com quem quer que for. Isto nunca fora planejado por Deus. É uma criação satânica que opera pelo pecado.
Você vê que é no meio de águas tumultuosas que o barco do matrimônio deve navegar. E se você não estiver bem consciente disso é bem provável que deixe o barco afundar por falta de vigilância e diligência para mantê-lo no rumo designado por Deus.
Mas ainda há muitas outras coisas que o inimigo tem inspirado para colocar o sexo fora do lugar que Deus determinou para ele, dentro do
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casamento, e num leito sem mácula, e dentre estas muitas outras coisas temos o incesto, a pedofilia, o sadomasoquismo e segue adiante, tudo no propósito de desacreditar a instituição do matrimônio conforme o que Deus já estabeleceu para ela. O resultado esperado pelo Inimigo é a destruição da sociedade, e o pensamento que casamento não é algo que funcione, que é algo que não é para sempre, que não é algo para se conduzir em pureza.
(A sociedade atual tem associado ao casamento simplesmente a ideia de sexo. Mas, ao instituir o matrimônio, em sua plenitude, muitas outras coisas foram planejadas por Deus, de modo que aqueles que pensam somente em sexo, não poderão ser felizes no casamento, pois há necessidade de amor, generosidade, compromisso, respeito, disciplina, ajuda mútua, companheirismo e amizade, e onde falta isto, o próprio ato sexual não será pleno e agradável conforme planejado por Deus – nota do tradutor)
Agora, a coisa não para por aí, porque especialmente no caso de crentes, o diabo tentará conduzi-los ao jugo desigual, isto é a se casarem com descrentes, de forma que tenha livre oportunidade para atacar a parte crente através do incrédulo.
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Se isso não for bastante ruim, então viva em uma sociedade que exalta tudo isso.
Uma sociedade que debocha daqueles que se guardam virgens para o casamento. Que incentiva a prática sexual antes do casamento.
Para a nossa sociedade todas as coisas condenáveis que apontamos e depõem contra o matrimônio conforme instituído por Deus, são dignas de aprovação e divulgação.
O homossexualismo, o adultério, que dantes condenava, agora são exaltados. E não demorará muito para aprovar a pedofilia e o incesto, ou pelo menos ser indiferente a isto.
Esta é uma geração má e perversa, que está pronta para o juízo de Deus. Que está entregue a si mesma pelo Senhor, como prova da Sua ira, para praticar toda sorte de impurezas, porque tem resistido ao conhecimento da verdade, e tem negado o conhecimento de Deus por suas obras.
Agora, no meio de tudo isso, há uma boa notícia: não são vocês, marido e mulher, absolutamente, que fazem o casamento funcionar em unidade, como foi no princípio da criação. É o próprio Deus que converte o coração do esposo à esposa, e da esposa ao esposo. É neste sentido, principalmente, que Ele edifica o lar, enquanto
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o construímos firmados na Sua Palavra. É a busca de um caminhar em retidão com Deus, que produz isto. É o fato de honrá-lo por meio da obediência aos mandamentos que Ele determinou para o matrimônio que faz com que Sua mão se estenda e abençoe o casal com harmonia, amor e unidade. Somente Deus pode produzir isso. A nossa melhor boa vontade sozinha, não conseguirá mais do que uma imitação grosseira e passageira disto.
E a unidade a que nos referimos não é a de que um não perturbe o outro, que não desrespeite o outro, de ficar quieto no canto para que o vulcão não seja despertado. Não! É algo muito diferente disto. É alegria mútua que vem do coração.
Era assim com Adão e Eva antes do pecado. Porque a boa mão do Senhor era sobre eles. Tendo se afastado de Deus em razão do pecado, começaram a ter dificuldades no seu relacionamento. Assim, o sucesso no matrimônio, está proporcionalmente relacionado ao grau da nossa aproximação de Deus e comunhão com Ele.
Nunca se esqueça disso, enquanto estiver lutando contra a carne, o mundo e o diabo, na defesa do seu matrimônio.
Assim, o único modo de ser um vencedor em meio a tudo isto é:
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1. conhecer o Senhor Jesus Cristo (Ef 1-3).
2. estar cheio do Espírito Santo (Ef 5:18).
3. Praticar a Palavra de Deus.
Aparte disso você não tem nenhuma outra esperança de fazer com que seu matrimônio seja bem sucedido. Isto não depende de sorte. De bom gênio do cônjuge. Ou de qualquer outra coisa.
Vocês dependerão de que Deus edifique as suas casas, mediante a prática da Sua Palavra por parte de vocês, em todos os aspectos relacionados às suas vidas, e especialmente, nos seus mandamentos relativos ao casamento.
É preciso muita vigilância e prudência porque a nossa sociedade lança a fantasia diante de nós, e doura a pílula do matrimônio levando-nos a crer nas estórias de príncipes encantados e de Brancas de Neve doces como o mel. Há uma realidade na vida de qualquer pessoa que nada tem a ver com fantasia.
Vivemos num mundo tenebroso, onde Satanás o tem enchido com seus ardis. Atacando sorrateiramente, dissimuladamente, de maneira que possa cativar o coração dos descuidados.
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Previna-se e busque crescer com longanimidade, mansidão, paciência, amor, bondade, serviço, generosidade, enfim, em todas as virtudes que são fruto do Espírito Santo, de modo a ter um coração segundo o coração de Deus, e assim estar habilitado a ter um casamento bem sucedido.
As canções do mundo apontam para a fantasia romântica, ou para a perversão, tanto um como o outro depõem contra a consolidação do matrimônio. O verdadeiro amor é gentil, atencioso, agradável, mas não tem nada de falsidade, não apela para fantasias, pois se firma na verdade, não se alegra na mentira, na injustiça, no orgulho e na vaidade.
O ardil da natureza humana pode oferecer uma rosa e dizer “eu te amo”, sem que haja qualquer amor no coração.
A música que diz que o apaixonado achou a mulher perfeita, ou o homem perfeito, e que sabe que vão ser felizes para sempre em razão disso, pode ser muito bonito de se ouvir mas nada tem a ver com a verdade relativa à vida de homens e mulheres, que sem exceção, estão sujeitos ao pecado e às investidas de Satanás e do mundo.
Não é de admirar que a maioria das pessoas do mundo artístico estejam sempre desfazendo
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seus casamentos e contraindo novas núpcias, porque eles estão perseguindo um ideal inexistente da companhia perfeita.
Eles não estão procurando a beleza delineada pelo padrão bíblico, que é segundo a vontade de Deus. Eles e muitos outros que têm sido guiados pelas ilusões e fantasias exibidas nos filmes, na televisão, nos livros, nas revistas, nos jornais e em todos os meios de comunicação, que apontam principalmente para o supersexo. Eles estão procurando por supersexo. Eles devem ter supersexo. Porque é está a fantasia que tem sido engendrada pelo mundo. E os canhões desta fantasia estão apontados especialmente para os jovens, que se encontram na plenitude de suas capacidades físicas e hormonais.
Por outro lado, há aquela fantasia de que em algum lugar deve existir a pessoa perfeita que possibilitará um amor e um relacionamento maravilhoso.
Já dissemos antes que um matrimônio verdadeiro não pode ser construído em cima de fantasias.
Isto trará muitas decepções, cobranças, juízos, pecados.
O casamento deve ser construído sobre a verdade. E só há um lugar em que podemos
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encontrar a verdade relativa à vida de Deus: na Bíblia. E crescer no conhecimento da graça e de Jesus Cristo, de maneira que todo o lixo relativo ao sexo, todo machismo, toda rebelião de espírito, todo egoísmo, estarão sendo continuamente lançados para fora do seu casamento.
Nós não estamos morando em um mundo de fantasia. Eu não vivo de ilusões; mas o mundo inteiro está cheio de ilusões. A realidade está no Livro de Deus.
Agora, amado, é por isso que Ef 5 é tão importante; olhemos agora para isto.
Você quer ter um relacionamento significante? Você deseja ter um casamento em que a esposa se submete amorosamente ao seu marido, ao seu cuidado, e à sua proteção, e governo (porque é uma ordenança de Deus e uma necessidade desde que o pecado entrou no mundo) e liderança, e em que o marido ama sua esposa com o sacrifício do seu ego, e que se dá para satisfazer todas as necessidades da sua mulher e que a admira de todo o seu coração?
Se você está vendo isto se cumprindo você está consolidando um relacionamento em que Cristo está no centro, e que é conduzido pelo Espírito de Deus.
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Assim depois de ter dito que você tem que estar em Cristo, no primeiro capítulo de Efésios, e depois de ter dito em 5:18, que seja cheio do Espírito, você pode dizer agora que é possível para as esposas se submeterem aos seus maridos, e aos maridos amarem suas esposas.
E assim o que eu estou dizendo a você é isto: aquele matrimônio cristão como Deus o planejou, e como Paulo o apresenta em Efésios 5 é o contrário da "queda". Você vê? De certo modo mitiga a maldição. De certo modo leva para fora a maldição. Como crentes podemos ter um relacionamento correto segundo a vontade de Deus.
Agora a maior tragédia num casamento cristão é o conflito e a separação. Porque nega todo o potencial que Deus colocou nessa instituição. Se você é um crente você tem todos os recursos necessários para fazer com que seu relacionamento seja tudo aquilo que Deus pretendeu para o matrimônio ser antes da "queda", e é uma questão fechada que nós podemos ter isso.
A chave se encontra no verso 21: “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Nós dissemos que a submissão da mulher é o princípio básico, porque atende à ordenança específica de Deus. O caráter geral da submissão de Ef 5.21 não pode ser entendido que os
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maridos então devem também ser submissos a suas esposas. Isto não faz sentido porque os pais não devem ser submissos a seus filhos, nem os senhores a seus servos, nem Jesus Cristo à Igreja. O sentido do verso 21 é que cada um se submeta a quem deve se submeter, conforme determinado por Deus. A submissão é necessária a todas as pessoas. O próprio Jesus nos deu o exemplo sendo sujeito a Maria e José quando criança, e sendo sempre submisso a Deus Pai. É a submissão que nos ensina a sermos tratáveis, agradáveis, ternos, atenciosos, úteis em nosso serviço. Daí se dizer “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. E para que seja visível, e verdadeiramente praticada, Deus instituiu vários graus ou linhas de submissão: às autoridades, aos mais velhos, aos pais, aos senhores, aos maridos. De forma que não há ninguém neste mundo que não esteja debaixo do mandamento de ser submisso. Sempre lhe caberá ser submisso a alguém. Você dirá: “E quem for Presidente da República, ancião, marido e pai, a ninguém estará sujeito?”. Se ele for um crente estará sujeito ao pastor e aos anciãos da sua igreja, mas você não deve esquecer que todos estão sujeitos a Deus. Todo marido está sujeito primeiro a Cristo, depois às autoridades, aos que os presidem no Senhor, e se for o caso, aos que são mais velhos, e aos próprios patrões em suas atividades seculares. Você vê que a submissão que Deus planejou para as mulheres casadas é apenas mais uma linha de
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exercício de submissão. E isto na verdade não é um peso, é um privilégio.
A Bíblia não é opressiva, não é chauvinista, ela eleva a mulher à posição que Deus planejou para ela. Ela está numa posição em que é objeto de atenção, provisão, cuidado, proteção. Todo marido dará contas a Deus da sua mordomia referente aos mandamentos de Deus para ele em relação às suas respectivas esposas.
Ela é colocada como guardiã de seu lar e tem a missão principal de dar a prioridade número um ao amor a seus esposos e filhos, educando os filhos no temor do Senhor, fazendo deles homens e mulheres de Deus.
Agora voltando aos maridos. Ef 5.25 diz que os maridos devem amar suas esposas como Cristo também amou a Igreja.
A tendência no homem é dominar a mulher. Esta é a tendência da natureza humana - ser chauvinista. Isso está em nós por causa do pecado. Você sabe que nós exaltamos o homem machista - não é verdade?
O sujeito durão. O sujeito que pega a mulher pelos cabelos e a arrasta para a caverna. Exaltar este tipo de comportamento machista é realmente uma lástima.
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Isto nada mais é do que a manifestação da pecaminosidade do coração humano.
Há homens que se exaltam por usar e abusar de uma mulher. E assim, Paulo diz: “Maridos amai vossas mulheres”. Mas não está se referindo ao amor carnal, simplesmente humano, mas ao mesmo amor de Cristo.
A palavra para amor é agapao (grego). É a palavra usada para designar o amor que procede de Deus.
Sim, há autoridade em um matrimônio. Sim, há uma liderança. Mas a ordenança para os maridos, já que a dirigida às esposas é que sejam submissas, não é: governem suas esposas, sujeitem suas esposas, comandem suas esposas, mas amem suas esposas, porque Deus sabe o que é a natureza humana depois da entrada do pecado no mundo.
O pecado tomando ocasião pelo mandamento, daria argumento de sobra para consolidar a tendência natural ao chauvinismo, encontrando nisto, o opressor, uma boa justificativa para o seu procedimento, contrário ao caminho que Deus estabeleceu para o matrimônio desde o princípio.
1. A Maneira como Cristo Amou a Igreja.
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Agora, como Cristo amou a Igreja? Você diz: "Bem, eu não amo mais a minha esposa. Ela tem muitos defeitos.". E como Cristo amou a Igreja? "Não está a Igreja cheia de defeitos?
Cristo nos amou quando nós éramos ainda pecadores (Rm 5:8). Cristo é absolutamente santo, íntegro, sem qualquer pecado, é imaculado. Mas ofereceu-se em sacrifício por quem era seu inimigo, por pecadores. Foi assim que Ele amou a Igreja.
Agora, não me diga: "Bem, minha esposa, ela foi muito longe!".
Há algumas pessoas que chegam ao matrimônio com uma contagem de limite de erros que estão dispostos a suportar. Se errar mais de três vezes eu vou embora. Este não é o modo de agir no casamento. Escute, se Deus nos desse um limite para errar, quem ainda estaria unido a Ele?
O amor é benigno, é paciente, tudo sofre, tudo suporta.
Deus odeia o divórcio (Mal 2.16). Portanto, se você fosse o sujeito mais santo no universo e sua esposa a pecadora mais vil, Deus nunca mudaria o mandamento, concedendo-lhe que a deixasse para se casar com outra. Nunca! Ele não muda.
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Em Rm 8 encontramos a pergunta: “quem nos separará do amor de Cristo?”. Se o marido deve amar como Cristo, este amor deve ter o mesmo caráter. Quem separará sua esposa do seu amor?
Crisóstomo, o grande patriarca da Igreja Primitiva disse isto: “Tens visto a medida de obediência? Também ouça a medida do amor. Tem tua esposa se sujeitado a ti, assim como a Igreja tem se sujeitado a Cristo? Então tenha cuidado, em relação a ela para amá-la como Cristo ama a Igreja. É necessário que dês a tua vida por ela, assim como Cristo deu a sua vida pela Igreja.”
1. More com elas com discernimento
I Pe 3.7 diz: “maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, por isso que sois juntamente herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.”.
Isto tudo se resume em uma só palavra: sejam sensíveis.
Se você pretende amar sua esposa, você tem que ser sensível, compreensivo e considerá-la.
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Você sabe, você ouve as mulheres dizerem isto todo o tempo: "Ele nunca me apoia. Ele não se importa em saber o que eu estou sentindo. É insensível às minhas necessidades. Ele não entende as minhas dores. Ele não é meu companheiro na hora da aflição.”
Tudo isto constrói paredes no matrimônio.
É por isso que a Palavra de Deus manda você viver a vida comum do lar com discernimento das necessidades físicas, mentais, espirituais, emocionais de sua esposa.
Está entendendo? Sinta o que ela sente.
Muitas vezes é difícil ser sensível, em razão das contingências da vida, das exigências do ministério, mas devemos perseguir isto com toda diligência porque nos compromissamos como maridos em amar nossas esposas até que morramos.
Isto é uma coisa pela qual temos a responsabilidade de lutar. E se não o fazemos, podemos estar certos de que não estamos agradando em primeiro lugar a Deus, e depois a nossas próprias esposas. Porque estaremos falhando naquilo que Deus planejou para o matrimônio.
2. Cavalheirismo
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A segunda coisa não é nenhuma consideração, mas cavalheirismo. Dê honra à sua esposa como vaso mais fraco."
3. comunhão
Consideração, cavalheirismo, e comunhão. Isto é bonito: “sois juntamente herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações”.
Ei, vocês têm esta coisa juntos! A "graça de vida" é uma frase bonita, e desde então que você casou, não há mais o eu, mas o nós. Não o meu talão de cheques, mas o nosso talão de cheques. Não o meu dinheiro, mas o nosso dinheiro. Não o meu filho, mas o nosso filho. Façam junto, falem junto, morem junto. Eu agradeço a Deus que minha esposa é minha melhor amiga: meu melhor amigo, meu confidente mais íntimo, meu mais querido amigo. Nós comungamos junto, e há um pensamento espiritual aqui, "de forma que suas orações não sejas impedidas." Vocês precisam compartilhar suas vidas espirituais junto.
Deus nos deu os ingredientes para fazer isto funcionar. Ele pode inverter a maldição. Em Cristo, cheio do Espírito, nós fizemos um compromisso profundo. Homens, quando nós olhamos para aquela mulher e nós determinamos em nossos corações que nós
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iríamos amá-la como Cristo amou a Igreja, nós faremos o maior sacrifício, até mesmo se ela for a pessoa mais imerecedora porque este é o modo com que Cristo fez conosco. E nós seremos atenciosos, cavalheiros, e comungaremos com ela espiritualmente. Debaixo dessas condições o seu matrimônio será como Deus planejou que ele fosse. Você dará um legado para seus filhos, pois terá repercussão em suas vidas quando eles também se casarem, e Deus os ajudará se nós não pudermos.
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3 - O Dever da Esposa
Por John MacArthur, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
Estaremos estudando sobre o padrão que Deus projetou para matrimônio e para a família. Começaremos falando agora falando sobre o dever das esposas.
Nós vivemos em dias em que isto é uma coisa muito difícil para se proclamar porque o mundo não está disposto para aceitar o que lemos em Ef 5.22-24.
Deus tem algumas definições muito claras e distintas de uma família e das funções de uma família, e nós vamos estudá-las conforme se encontram registradas na Bíblia. Em Ef 5.22-24 está escrito: “As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas a seus maridos.”.
Isto é muito necessário para os nossos dias. Basicamente, diz que "as esposas devem se submeter aos seus próprios maridos, como ao Senhor.” O texto, do verso 22, no original está
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escrito assim: “E as esposas aos seus próprios maridos, como ao Senhor”. Omite a palavra submissão, porque o texto é uma continuação do verso anterior (21), onde se diz: “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. Dentro do grande assunto da submissão dos crentes (a Deus, às autoridades civis, aos pastores, aos anciões, aos pais, aos senhores) Paulo vai falar agora da submissão das mulheres aos seus maridos. De igual modo, no verso 24 a palavra “submissas” também não está registrada no original grego, pois está subentendida na sequência da apresentação da ideia no mesmo verso, onde se diz que do mesmo modo que a igreja está sujeita a Cristo, devem também as mulheres estarem sujeitas a seus maridos.
A ideia de submissão aqui aplicada é muito ampla. Não inclui apenas as esposas cujos maridos estão cumprindo as suas funções. Não apenas as esposas de olhos azuis, de cabelos loiros, ou escuros, não as esposas que sintam que esta é a melhor coisa para se fazer. "Esposas", é categoricamente isto. "Esposas", qualquer pessoa que é assim classificada, está incluída neste versículo. Não há nenhuma outra condição.
1. O Assunto da Submissão
Agora, a que isto realmente se refere?
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Bem, a palavra "submissão" não é a palavra "obediência.". Não vem de "hupakouo" (grego) que é a palavra para obediência. Ela vem da palavra "hupotasso" (grego) que traduz a ideia de sujeição, submissão, estar sob o governo de um outro.
A palavra "obediência" é usada por Paulo para indicar a relação dos filhos aos pais, e dos escravos aos seus senhores. Ele usa "hupakouo" (grego) que significa simplesmente “responder”, “atender”, “obedecer”. É uma palavra usada para um servo, e uma esposa não é um servo, ela não é uma escrava. Ela não fica na casa esperando por comandos: “Faça isto, faça aquilo, não faça isto ou aquilo!”.
Ela não é uma escrava - este não é o termo que é usado. Ele é muito mais íntimo do que isto, isto é muito mais pessoal, muito mais interior, muito mais vital, como indicado pelo termo "seu próprio marido." Em outras palavras, há uma possessividade aqui. Assume que uma esposa vai responder em submissão absolutamente voluntária ao seu próprio marido – alguém que ela possui.
Agora, isto não é uma referência a qualquer tipo de inferioridade; é simplesmente uma distinção ordenada por Deus para que aquela sociedade (união) possa ser preservada. Este é o caminho de volta à condição que havia no Éden, antes da
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queda, e a maneira de não ter que viver debaixo da maldição de Deus para a esposa, citada em Gên 3:16: “o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.”. Esta maldição será vista e se cumprirá na vida de todos aqueles que viverem na escravidão do pecado, onde a mulher terá contra si a lei de ser governada pelo marido sempre que tentar disputar com ele em seu coração o lugar de liderança que foi dado a ele por Deus, não lhe sendo submissa de coração, ou ainda anulando-se no relacionamento, não cumprindo seu papel de ajudadora satisfatória. E os maridos que não amarem suas esposas como Cristo ama a igreja, não serão cabeças em seus lares cuidando de suas esposas com provisão, atenção, cavalheirismo, amor e consideração, mas serão governantes despóticos, e não respeitarão a vontade de suas esposas; ou poderão também renunciar ao papel de liderança em amor que deveriam exercer, sendo dominados por suas esposas.
O cabeça é o homem. Fisicamente, Deus fez os homens mais fortes. Isto é uma indicação externa daquela verdade interna, que Ele planejou para ensinar que a tarefa de proteger o lar e a esposa é tarefa do homem.
A par de haver muitas mulheres no mercado de trabalho, a sociedade, com suas demandas de construção através de atividades em grande parte insalubres e pesadas, é fisicamente,
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construída pelos homens, mais fortes em sua constituição, eles são projetados por Deus para trabalhar, para proteger e para prover. Para dar segurança a uma esposa a quem o Espírito Santo chama (em I Pe 3.7) de "vaso mais frágil.". Isso é fisicamente verdade.
Em Col 3:18, temos uma passagem paralela a Ef 5.22-24. Onde Paulo destaca que a submissão das mulheres deve ser “como convém no Senhor”. Este destaque é muito importante. A palavra no grego traduzida por “convém” é oriunda do verbo “aneko” que significa “estar ajustado a”, “ser parecido com”.
Isto significa que é algo que está ligado legalmente ao Senhor, que está baseado em algum princípio divino revelado na verdade da Palavra de Deus. Significa que a submissão é um mandamento divino que deve ser cumprido como qualquer outro mandamento revelado na Palavra: não matarás, não furtarás, amai-vos uns aos outros, sejam submissos, sendo que dentro da linha de submissão estabelecida por Deus encontra-se a das mulheres a seus próprios maridos.
Em I Pe 3.1,2 temos a reafirmação da ordenança divina: “Mulheres, sede vós, igualmente submissas a vossos próprios maridos, para que, se alguns deles ainda não obedecem à palavra, sejam ganhos, sem palavra alguma, por meio do
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procedimento de suas esposas, ao observarem o vosso honesto comportamento cheio de temor.”
Antes de comentarmos o texto de I Pe 3, gostaríamos de dizer que é uma grande bênção obedecer à ordenança de Deus relativa à submissão, que nos torna parecidos com o nosso Senhor, que é submisso a Deus Pai, e que se sujeita a Ele inteiramente de coração, conforme revelou em Seu ministério terreno, e mediante suas próprias afirmações relativas à Sua obediência ao Pai. A submissão é a vontade de Deus para o crente, seja homem, ou mulher, criança, jovem ou velho, todos devem aprender a serem submissos de coração, e foi por isso que Deus estabeleceu linhas de submissão que já citamos anteriormente. Em tudo, devemos esforçar-nos para sempre estar exercitando-nos nisto, considerando os outros superiores a nós mesmos.
As mulheres têm a bênção de terem mais um meio de se exercitarem nisso, pois que, pela vontade de Deus, foram sujeitadas a seus próprios maridos. Aos quais é ordenado por Deus que as tratem com consideração e com dignidade, porque, as mulheres receberam da parte do Senhor o privilégio e a honra de serem cuidadas por Ele através dos seus próprios maridos. A estes impôs o peso da responsabilidade por elas, indicando o seu especial cuidado para com os vasos mais frágeis
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que para serem tratados com proteção, amor e zelo, foram colocados em submissão aos homens.
Em I Pe 3, a mesma palavra “hupotasso” (grego), é aqui usada. É uma palavra para indicar "função" e não "essência". Não significa que você é menos ou pior que ele, ou menos espiritual. Ou que você deve fazer coisas mais servis do que as que ele faz, ou que você deveria fazer qualquer coisa diferente das que ele faz; não está falando este tipo de coisa. Simplesmente está falando sobre uma "função" de liderança e autoridade no lar.
Novamente, ele enfatiza, "seus próprios maridos.". Este possessivo que coloca em boa ordem a regra da submissão porque você realmente possui o seu marido; ele é realmente sua posse; você realmente o possui, e há aquele sentido de responsabilidade e compromisso. Já não mais dois, mas apenas um. Lembra? Ele lhe pertence, e você pertence a ele.
“Eu sou do meu amado e ele é meu” diz o texto de Cantares.
Agora, Pedro diz: “para que, se alguns deles ainda não obedecem à palavra, sejam ganhos, sem palavra alguma, por meio do procedimento de suas esposas, ao observarem o vosso honesto comportamento cheio de temor.”
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A Bíblia diz que se qualquer homem não obedecer à Palavra, eles também podem sem palavra alguma serem ganhos para o Senhor pelo comportamento das esposas, em submissão de coração. Pedro não está falando da mulher se tornar uma escrava do marido, uma sem vontade, um capacho, mas alguém que está submissa à vontade de Deus, trajada de um espírito manso e tranquilo, num comportamento honesto e cheio de temor, alguém que está debaixo da bênção de Deus e em comunhão com Ele. E a obediência à vontade de Deus inclui que esteja sujeita ao marido. É a isto que Pedro está se referindo. O bom testemunho do comportamento da esposa poderá ser usado por Deus para conduzir o marido descrente a Cristo, sem que esta se preocupe em ficar pregando o evangelho a ele com palavras.
No “comportamento honesto e cheio de temor” do verso 2 entendemos que você tem reverência para com o seu marido; você tem um certo temor por seu marido; você tem um certo respeito para com seu marido, assim como você tem para com Deus. Isto significa que há humildade, falta de orgulho; de disputas, de jogo pelo poder, em razão do respeito que você tem pelo seu marido.
Eu lhe digo uma outra coisa, não é somente pela atitude que você tem, mas pela maneira que isto
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se manifesta em si mesmo. Se você está preocupada com ele e tem respeito por ele, e o seu maior adorno tem sido a sua conduta, que é o reflexo da sua condição interior, da sua obediência de coração à Palavra, então você será muito atrativa para o seu marido, mais do que se estivesse adornada com roupas caras e joias.
Não há nada mais precioso num relacionamento do que um coração desarmado, que nunca está predisposto à resistência, à desarmonia, à contenda silenciosa (gelo) ou de palavras, e isto é resultante de um espírito manso e tranquilo, que é uma graça concedida por Deus àqueles que obedecem à Sua vontade.
Se o marido descrente for uma pessoa pela verdade, tendo uma esposa que caminhe deste modo, há de reconhecer um dia que o comportamento da esposa tem uma Fonte geradora, Cristo, e desejará também beber da mesma Fonte.
Para se alcançar isto, o adorno tem que ser o interior. Não o exterior. Porque quem está buscando apenas a superficialidade do mundo, que se expresse no uso de roupas e joias caras, está trabalhando em causa própria, está procurando alimentar a própria vaidade. Quando não se tem o adorno interior, o exterior não passa na verdade disso.
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Onde está o tesouro, aí estará o coração. Quem busca somente o que é exterior e aparente, não pode conhecer o que seja estar adornado interiormente, que segundo a Palavra, “é de grande valor diante de Deus”.
Isto não é trabalhado no lado de fora, mas no interior do coração.
Você vê que as coisas sobre as quais estamos falando são difíceis ou mesmo impossíveis de serem vividas e praticadas pelas mulheres da nossa sociedade, especialmente do nosso mundo atual.
O que vivemos na igreja é jogado fora com desprezo na maioria dos lugares públicos. As pessoas sem Cristo não estão sujeitas à vontade de Deus, e nem mesmo podem estar, conforme ensina a Bíblia.
E esta diz que o que agrada a Deus é um espírito submisso e quieto. Agora, isso não significa que você nunca deve dar a sua opinião, isto significa que você tem uma compreensão de que Deus espera que você seja humilde e paciente. Isso é a beleza de uma mulher – isto é a sua força.
Deus não se preocupa com o tipo de penteado do seu cabelo; Ele não se preocupa com quanto ouro você tem adquirido, ou com a beleza dos vestidos que você tem comprado, Ele está
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realmente interessado em que você tenha um espírito manso e tranquilo, que é o resultado de uma atitude de submissão.
Há muita ênfase colocada no verso 6 de I Pe 3, no fato de destacar que Sara chamava Abraão de senhor, e por vezes isto é usado até sobre a forma de brincadeira por maridos que dizem que suas esposas devem chamá-los de senhor, mas, na verdade, o que se destaca neste versículo, e no anterior (5) é o modo como agiam as mulheres santas do passado. A santidade sempre foi a maior preocupação delas. Elas estavam preocupadas com o seu testemunho interior. Com o seu exemplo de vida para os seus filhos, maridos, e todo o mundo. Elas se esforçavam por serem pessoas piedosas, úteis, senhoras de seus lares, educadoras pelo próprio exemplo de vida. Veja o destaque que o livro de Provérbios 31 faz sobre a mulher virtuosa. As virtudes internas do coração, o cultivo das mesmas era onde estavam os seus corações.
E por que as mulheres santas do passado agiam desse modo? Porque elas confiavam em Deus. Elas temiam a Deus. Elas queriam seguir os padrões estabelecidos por Deus. Assim elas se sujeitavam a seus próprios maridos.
O fato de Sara chamar Abraão de Senhor é indicativo do respeito que ela tinha por ele, e
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que demonstra que lhe estava sujeita de coração.
Isto mostra que é injustificado o temor de muitas mulheres na igreja que pensam que se sujeitarem a seus maridos eles vão abusar delas. Olhe que a submissão é uma ordenança de Deus e o Senhor honra a obediência a isto. As mulheres santas do passado confiaram em Deus, e sujeitando-se a seus maridos tiveram vidas e lares que foram abençoados por Deus, em face da sua obediência. Elas confiaram em Deus, e não tiveram nenhum medo de obedecer a Deus, e mesmo se houvesse qualquer abuso elas sabiam que Deus levaria a bom termo os resultados. Correto?
Você não precisa fazer a parte de Deus. Você obedece a Deus; submetendo-se a seu marido como fizeram as mulheres santas, com um espírito submisso e quieto, e Deus fará a parte que cabe a Ele honrando o seu testemunho de obediência à Sua vontade.
Você nunca ouviu a esposa do seu vizinho gritando com ele? Eu sempre penso em I Pe toda vez que eu ouço isso.
Do texto de I Cor 11.2-16, se depreende que muito mais do que ser uma norma reguladora do uso de véu por parte das mulheres da igreja de Corinto, temos um ensino sobre submissão. O
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véu era um sinal, uma forma externa de se indicar a submissão naquela sociedade antiga, o que deveria ser obedecido naquele contexto, em face das questões não morais que devem seguir a regra de tudo fazer para não ofender a consciência dos outros. No caso, o não uso do véu naquela sociedade configurava um desrespeito às convenções vigentes, e por conseguinte um escândalo que deveria ser evitado.
O véu era um símbolo, um sinal de que a mulher estava sujeita à autoridade (v 10).
As muitas divisões que haviam na Igreja de Corinto apontam para o fato de que eles não davam muita atenção ao assunto da submissão, que por sua vez está ligado ao da autoridade. A própria autoridade apostólica de Paulo fora colocada em questão por eles, e criaram por sua própria conta muitos partidos. Isto se refletiu provavelmente também nas mulheres, que estariam criando um movimento em prol da libertação da mulher. Elas estavam tentando fazer o mesmo trabalho dos homens, a ponto de Paulo tê-las proibido até de falarem e ensinarem na igreja, tal deve ter sido o caráter do levante que fizeram.
Paulo escreveu aos coríntios para consertarem as coisas que estavam erradas, e que contrariavam a vontade revelada de Deus.
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Na sociedade coríntia as mulheres usavam um véu como símbolo de submissão. Era uma sociedade pagã, e este véu não tinha o significado da profundidade bíblica para a submissão, mas era um sinal de modéstia, de humildade. E isto servia também para distinguir as mulheres, porque as meretrizes não usavam véu. Mas deve ter surgido dentro da própria sociedade este suposto movimento em prol da igualdade de direitos. Os homens não usam véu e nós não temos porque usá-lo. Certamente, isto não foi aceito, mas a influência penetrou na própria igreja, e daí o ensino de Paulo determinando que se acatasse a norma social para que não houvesse escândalo, e aproveitou o ensejo para reforçar o ensino bíblico sobre a submissão feminina. Porque, o que estava ocorrendo de fato na igreja, era uma resistência e desobediência a uma norma estabelecida por Deus, não propriamente sobre o uso do véu, mas da submissão da mulher ao seu próprio marido.
Paulo aproveitou para ensinar que pela própria natureza é comum que a mulher tenha cabelos longos e não os homens, e nisto há também uma ilustração física de uma verdade interior, pois o cabelo foi dado à mulher como cobertura, como sinal de que está sob autoridade, sob o governo do seu marido.
Cientificamente está comprovado que o cabelo das mulheres cresce mais rápido do que o dos
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homens. Isso foi planejado por Deus. Isso é um assunto genético e indica que Deus deu cabelo às mulheres, que cresce mais rápido, como um sinal de submissão para elas.
Deste modo, Paulo diria em outras palavras: “Não é algo ruim usar véu, porque é algo muito próximo daquilo que Deus planejou.”.
Assim, esteja certa que a você cumpre o princípio que manifesta submissão. Você vê isto? Tudo o que se pode dizer desta passagem de Paulo aos coríntios é o seguinte: “Uma mulher tem um lugar de submissão, e na sociedade ela não deveria violar este lugar.". Eu lhe contarei algo; uma mulher virtuosa chamará a atenção do seu próprio marido. Você já experimentou isso?
Em Tito 2.3-5 lemos: “Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem a seus maridos e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas a seus próprios maridos, para que a palavra de Deus não seja difamada.”.
Quanto aos deveres da mulheres idosas, cabe destacar que a referência a mulheres idosas não quer significar decrépitas, mas maduras. Estas,
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pela sua experiência na santidade, não sendo caluniadoras, não eram “mestras de escândalos”, mas “mestras do bem”.
Agora observe que as mulheres mais velhas devem ser o quê? Mestras. As mulheres mais velhas devem ser mestras. E a quem elas devem ensinar? As mulheres jovens.
As mulheres idosas devem ensinar as mulheres mais jovens. O que devem ensinar: a serem sensatas. Em outras palavras, conhecerem as prioridades, serem sérias, saberem quais as coisas que realmente são importantes.
E o que mais? “a amarem a seus maridos”. Isto mostra que a ordenança bíblica não é que somente os maridos amem suas esposas, conforme lemos em Ef 5. Muitos dizem erroneamente que as mulheres devem apenas serem submissas e que o dever de amar é exclusivo dos maridos.
O destaque do amor dos maridos pelas esposas em Ef 5, está em que Paulo o compara ao modo como Cristo amou a Igreja, sendo o seu provedor, cuidando dela. Esta é a função do homem no casamento. Isto realmente não compete à mulher como responsabilidade, enquanto o marido vive e é saudável.
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Mas, no que diz respeito ao amor no seu sentido geral é responsabilidade também das mulheres amarem seus maridos.
O mesmo versículo (4) diz que devem amar também a seus filhos. Isto é, devem gastar suas vidas amando seus maridos e também seus filhos. Com o mesmo amor desinteressado de Deus, que deve ser o amor a caracterizar cada um dos integrantes da família. Na verdade, esta é o núcleo de aprendizagem do verdadeiro amor, que não é interesseiro. Deus instituiu a família para ser um laboratório em que se aprende a amar como Ele ama.
Quando estas ordenanças são descumpridas Deus é desonrado, porque a sua Palavra é difamada (v 5). O alvo da obediência é que Deus seja glorificado pelo nosso testemunho em obediência à Sua vontade. Este é o grande objetivo. Assim se nós desejamos honrar a Palavra de Deus então devemos amar nossos maridos e nossos filhos.
No verso 5 se lê “boas donas de casa”. Literalmente, "guardiãs em casa".
A missão de criar os filhos não é dos empregados, mas dos pais, e particularmente da mãe, que por pressuposto passará maior tempo com eles enquanto o marido trabalha fora.
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A mulher deve ser uma dona de casa. Muitíssimo mais do que meramente no sentido de ser cozinheira ou faxineira. Mas no sentido de quem cuida do seu lar por amor ao seu marido e filhos.
Pessoas que cresceram sem amor numa família estão procurando isto desesperadamente em outros lugares, e nem sempre encontram o que estão procurando. Muitas vezes batem em portas erradas. E é exatamente isto o que está ocorrendo com a juventude do nosso país, entregando-se ao sexo fora do casamento, à violência, às drogas.
Ao que tudo indica, José viveu muito bem com Maria, apesar de terem vivido num lar pobre. Este foi o lar que Deus formaria e escolheu para trazer o Salvador ao mundo. Este era o padrão de muitas gerações da humanidade. Não era o conforto material que ditava as regras da vida de um lar. Vivia-se em harmonia e em paz com muito menos recursos do que o lar mais pobre dos nossos dias possa ter. Não havia nenhum dos confortos do mundo moderno. E as pessoas estavam satisfeitas com o que tinham. Na verdade, não eram bombardeadas pela mídia, que não existia, dia e noite, com os produtos que deveriam comprar. E o papel da mídia é deixar você insatisfeito com o que tem para comprar o que eles querem vender como coisa essencial,
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quando muitas vezes não passam de coisas supérfluas.
Agora se você acha que a vida é uma questão de ter. De conquistar posições. Então você vai ter certamente muitos problemas para viver dentro do padrão de gratidão e satisfação que Deus planejou para uma família.
Tudo será ansiedade e uma busca que não tem fim de posições melhores, enquanto o padrão bíblico é de não estar ansioso por nada e contentarmo-nos com as coisas que temos. São dois ditames inconciliáveis, a propaganda da mídia e a ordenança bíblica. A quem você vai obedecer?
Agora nós não estamos dizendo que uma mulher tem que ficar em casa e nunca sair de lá. Nós não estamos dizendo isso. Ela pode se vestir a rigor, calçar os melhores sapatos, ela pode ter um segundo carro e pode fazer muitas coisas fora de casa, assim como a mulher virtuosa que viajava para longe para adquirir coisas mais em conta para a sua casa, de forma a não esbanjar os recursos do lar. A mulher pode ter um ministério fora de casa que não lhe tome todo o tempo, todos os dias, pode ir às lojas e assim por diante. A ideia não é que o lar é sua prisão. De modo nenhum.
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Ela deve ser uma pessoa produtiva, mas, como ordena a Palavra, deve saber estabelecer prioridades, e a prioridade número um para ela, segundo a Bíblia, é o seu próprio lar e os seus. Assim o principal ministério de uma mulher casada é cuidar do seu marido e fazer com que seus filhos venham a ser homens e mulheres de Deus, por ter-lhes ensinado a andarem nos caminhos do Senhor.
Ninguém é obrigado a seguir os ditames de uma sociedade corrompida e que transgride diretamente os mandamentos de Deus. É completamente possível viver feliz e satisfeito com muito menos recursos, amoldando-se a uma vida modesta e simples, para que a vontade de Deus relativa à submissão da mulher ao seu próprio marido, e para que a mulher seja de fato a guardiã de seu lar, seja cumprida.
E o Senhor honrará esta obediência derramando bênçãos sobre a família, que de outra forma (na desobediência de sua vontade revelada) não poderiam ser experimentadas, até mesmo pelas contingências impostas pelo próprio modelo de vida assumido, e que traz consigo perdas inevitáveis para todos no lar, tanto para os pais quanto para os filhos.
Uma mulher virtuosa tem mais cuidado com sua família do que com suas próprias necessidades (Pv 31.15). Ela sacrifica o próprio
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bem estar e conforto em prol de servir melhor os que são seus.
Ela se contenta em viver com os recursos que possuem, e faz investimento desses recursos, sempre com vistas a economizar. Se você não pode se manter com o que seu marido ganha, então, você está vivendo além dos seus meios.
2. A Maneira da Submissão
O assunto da submissão que apresentamos anteriormente, tem a sua maneira, e esta significa que você é submissa não pela vontade do seu próprio marido, mas pela vontade de Deus, que assim determinou que fosse.
Se Jesus viesse a você e dissesse para deixar seu trabalho e ir para casa cuidar de seus filhos, você faria isto? É certo que sim. De igual forma você deve proceder com relação a seu marido, porque a Palavra diz que você deve ser submissa a ele como convém no Senhor.
Esta é a maneira da submissão.
3. O Motivo da Submissão
Em terceiro lugar, o motivo. O marido é a cabeça da esposa. A cabeça dá um comando e o corpo obedece. Você diz, mas isto é degradante. Não é degradante um corpo responder o comando de
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uma cabeça. Se o corpo não obedece a cabeça, isto sim é degradante.
4. O Modelo de Submissão
E finalmente: o modelo de submissão. Qual é o padrão? Cristo, a Cabeça da Igreja. Cristo o Salvador do Corpo. Assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim devem as esposas serem sujeitas aos seus próprios maridos em tudo.".
Eu lhe falo, quando nós seguirmos isto nós teremos lares mais felizes, filhos piedosos, menos divórcios, e Deus será honrado, e a Palavra de Deus não será blasfemada.
Finalmente, o verso 24, diz, "Em tudo" - você diz: "Tudo? ". Sim, em tudo!
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4 - O Padrão de Deus para os Filhos
Por John Macarthur, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
Continuando com o nosso estudo sobre o desígnio maravilhoso de Deus para a família, estaremos enfocando o padrão de Deus para os filhos.
Em Ef 6.1-3 lemos: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e à tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.”.
Este não é um mundo fácil para os filhos. A casa não é um lugar fácil. A sociedade não é um lugar fácil. Um adolescente escreveu isto numa carta:
"A economia está retraída. A unidade familiar está em dificuldade. O respeito à autoridade é uma piada. Pelo preço certo você pode comprar um senador ou um juiz. O dinheiro é inútil e você é inútil sem ele. Deixe de se preocupar por que seu filho precisa de uma bebida antes de ele poder enfrentar as sua aulas, ou por que sua filha saiu e se engravidou. Antes de nos classificar lembre-se que nós temos ainda que correr nesta vida por mais trinta anos enquanto você morre ou se aposenta e passa fome com sua Previdência Social.".
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Quão triste que alguém que foi um dia um pequeno bebê tenha ido tão longe. Mas reflete algo do medo e algo da desconfiança e algo dos caos e confusão e desorientação e perdição de uma geração de filhos e de pessoas jovens.
Um antigo provérbio chinês diz: "Uma geração planta as árvores, e outra desfruta a sombra.". Nós, nesta geração, ainda estamos vivendo debaixo de um pouco de sombra. Nossos avós e talvez até mesmo nossos pais, se nós somos bastante idosos, plantaram algumas árvores no passado e nós ainda estamos desfrutando alguma sombra. Mas esta geração não está plantando nenhuma árvore para a próxima. E eles não vão ter como se esconder em qualquer parte em um mundo devastador. O jovem que escreveu aquela carta não sente qualquer sombra, nenhum lugar de conforto, nenhum lugar para se esconder, nenhum lugar de segurança, nenhum lugar de refrigério, somente uma realidade espantosa tanto no presente quanto para o futuro.
Nós temos que plantar algumas árvores para dar sombra para a geração futura. Nós temos que fazer algo ou a próxima geração estará mais amedrontada ainda do que esta e a que vier depois mais ainda, e isso é uma coisa horrível para se pensar. E se nós pensamos neles por longo tempo, nós teríamos que concluir que o mundo do Anticristo não pode estar muito
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longe por causa da direção em que nós estamos indo. Como nós podemos plantar essas árvores? Como nós podemos dar sombra para nossos filhos e para os filhos deles? A resposta é voltar para os padrões da Palavra de Deus. E isso é o que faz isto ser amedrontador assim. Nossa sociedade percebe para onde vai, até certo ponto, percebe os caos de suas crianças, certamente as crianças percebem isto. Mas ao mesmo tempo eles rejeitam furiosamente a Bíblia. Eles não querem, como nós temos notado, sua intrusão moral no estilo de vida deles. Eles não estão dispostos para se submeterem aos padrões que são estabelecidos para o próprio comportamento deles. E assim eles desperdiçam a única esperança para os filhos.
A propósito, a Bíblia é muito clara no que ela tem a dizer sobre a vontade de Deus com respeito à família. Como Dt 6.6,7 afirma: “Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te.”.
Nossa parte é muito simples... ensine a Palavra de Deus a seus filhos. Ensine a eles a Bíblia. Essa é a nossa parte conforme vimos em Dt 6.6,7. A importância para a família de se obedecer os mandamentos de Deus está claramente citada em Dt 5.29: “Quem dera que eles tivessem tal
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coração que me temessem, e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos para sempre.”. Observe que não se trata de ir de vez em quando à igreja para receber a bênção de Deus para o seu lar. Mas em temer a Deus e guardar os seus mandamentos em todo o tempo. Não de vez em quando, mas em todo o tempo, isto é, todos os dias, todas as horas, todos os minutos de sua vida.
Eu não posso criar neles este tipo de coração, que teme e obedece ao Senhor em todo o tempo. Você também não pode criá-lo, mas Deus pode e Ele deseja fazer isso. Deus tem que lhes dar um coração para cumprir as Suas ordens, um coração que ame e pratique a Sua Palavra. Deus tem que chamá-los a Ele e nós temos que lhes ensinar. Aquele ensino da Palavra de Deus faz parte do processo pelo qual eles são chamados a Deus. E uma vez chamado, aquele ensino se torna o padrão no qual eles devem viver. Deus está pedindo então às famílias para ensinarem a Sua Palavra, apresentar a Palavra aos seus filhos. Realmente os pais são forçados a fazer isso porque esta é a única alternativa se eles desejarem ensinar seus filhos a amarem a Deus e conhecerem a bênção que vem àqueles que obedecem.
Novamente no Velho Testamento, em Josué 24.15, nós lemos isto: "Porém se vos parece mal
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servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”. E é esta a decisão que vocês têm que tomar como pais. Você servirá os deuses que estão ao seu redor, ou os deuses de seus pais, os deuses da presente era? Ou você servirá o verdadeiro e vivo Deus? E servi-lo significa que Ele é prioridade em sua vida, em sua família e você ensina as verdades dele e preceitos a seus filhos.
A propósito, neste texto de Josué 24.15 havia um pai que toma aquela decisão. E ele tomou uma decisão certa com respeito à família dele quando ele disse: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”. E essa é a decisão que toda família tem que fazer. Esse é o ponto crucial do assunto que se refere à família.
Realmente não há politicamente qualquer esperança para a família. Os políticos não podem trazer retidão aos lares. Isso é um assunto espiritual. Não pode ser feito por política. Não pode ser feito por educação. Pedagogos estão trabalhando mesmo, muito duro para tentar alcançar isso aparte do espiritual, aparte de uma revolução transformando o coração forjado pelo Espírito de Deus pela fé em Cristo. Eles estão tentando educar de alguma maneira as crianças
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a algum nível de moralidade, a um padrão com o qual eles não podem concordar.
Há somente um modo para trazer de volta a família ao lugar onde ela precisa estar e isso é conseguido tomando-se a decisão que Josué tomou, e isso significa que você vai escolher para sua casa que acima de todas as demais coisas vocês primeiramente servirão a Deus. E isso significa obedecer a Sua Palavra em todo o tempo e em todos os aspectos de suas vidas. É tão simples quanto dizer que nós escolhemos o padrão de Deus para nos conduzir, contra o padrão do mundo, no que tange a tudo que se refira à nossa família. E começa neste ponto. Você tem que fazer este compromisso, então começar a colocar isto em prática. O Senhor delineou na Bíblia o plano para a família. E quando você se compromete em seguir isto, não há nenhuma garantia de seu sucesso a menos que você siga isto permanente e completamente.
Agora o nosso texto em Ef 5 e 6 apresenta o que a Bíblia diz sobre o plano de Deus para a família. Nós já estudamos o padrão de Deus para a esposa, e também estudamos o padrão de Deus para o marido.
E agora nós vamos estudar o padrão de Deus para os filhos, isto é, qual é a responsabilidade dos filhos, e o que deve ser inculcado neles. E Ef
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6.1,2 diz que os filhos devem obedecer e honrar os seus pais. Obediência e honra, obediência e respeito é a responsabilidade deles.
Os filhos são uma adição bem-vinda à família. Eu preciso dizer que eles são uma adição bem-vinda à família porque nestes dias algumas pessoas estão dizendo que eles preferem não ter filhos, como se de alguma maneira isso fosse algo negativo nas suas vidas. Os Salmos 127 e 128 dizem que os filhos são uma bênção de Deus. O Espírito Santo diz em I Tim 5:14: "Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência.”. Novamente, os filhos são uma bênção, uma herança de Deus.
Jó 42.12, 13, diz: “Assim abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro; porque veio a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. Também teve outros sete filhos e três filhas.”. Você se lembra disso? Jó teve tudo e ele perdeu tudo e então Deus o abençoou ainda mais grandemente. Como? Ele teve sete filhos e três filhas. Deus o abençoou com aquela grande bênção de ter os filhos. Os filhos são uma bênção dada por Deus. Eles são uma evidência do Seu amor. Eles são uma evidência da Sua bondade. Embora eles pertençam a Ele, Ele no-los envia para que nos enriqueçam. Envia-lhes para
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encher nossa vida e para conduzi-los à piedade, para que eles possam também ser uma testemunha do verdadeiro Deus e do evangelho do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
Agora trazendo estes presentes especiais de Deus à maturidade e à piedade e à virtude e utilidade e efetividade no reino de Cristo, há duas coisas que nós temos que lhes ensinar. Nós temos que lhes ensinar a obedecerem os seus pais e nós temos que lhes ensinar a honrarem os seus pais. Isso é simples mas muito importante. E em grande parte, eu penso, que para que eles o façam efetivamente, isto depende de nós e do nosso compromisso com a Palavra de Deus.
Provérbios 22:6 diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, ainda quando for velho não se desviará dele.”. Isso é uma declaração geral simples que o modo que você treina uma criança aparecerá na maioridade dela. Isso é tudo o que está dizendo. Não é uma promessa, não é uma garantia, um penhor, é simplesmente axiomático, quanto ao modo que você educa uma criança que vai determinar o que eles se tornarão. E isso é a verdade geral dessa Escritura. E quando você os educa nas coisas de Deus isso terá um impacto naquilo que eles se tornam. Se nós seguirmos o plano de Deus, nós veremos aquele plano dando frutos.
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Certamente, isto é algo difícil para ser conseguido na plenitude do que se gostaria de ter. Não somente em relação ao comportamento dos filhos, como também ao dos próprios pais. Em família, há um aspecto que urge e que é prioritário sobre tudo o mais, a salvação, pela justificação e novo nascimento do Espírito pela fé em Cristo. O grande trabalho é o de livrar a alma do inferno, de todos os integrantes da família. Agora, a plenitude da bênção de Deus no lar é uma outra estória, e dependerá da obediência de cada um dos membros à Palavra de Deus. E isto não é algo que se tem visto tanto quanto deveria ser, ao longo de toda a história da igreja. Apesar de convertidos, a rebelião da natureza terrena é sempre um grande entrave à nova natureza obtida na conversão. Esta que deveria sempre vencer segundo o desígnio de Deus, mas para tanto, depende da obediência do crente à Palavra, e isto não é algo que a carne está predisposta naturalmente a fazer. Ela deve ser subjugada, mortificada pelo Espírito, e mediante o empenho e diligência do crente em praticar a Palavra. Quanto temos disto em nossos lares? A harmonia e a felicidade que desfrutarmos, como fruto da bênção de Deus sobre as nossas vidas responderá por nós.
Assim não é fácil e simples para os filhos obedecerem e honrarem os seus pais. Pelo menos não provou ser assim com meus filhos. E não está provando ser assim com meus netos. Deixe-me lhe falar por que é difícil, pelas
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mesmas razões que é difícil para uma esposa se submeter ao marido e é difícil ao marido expressar liderança amorosa, as mesmas razões se aplicam à dificuldade dos filhos obedecerem e honrarem os seus pais.
Número um: a maldição sobre eles, quando eles chegam ao mundo, estão chegando a um mundo que foi amaldiçoado por Deus. Eles estão debaixo do pecado que tem sujeitado todas as pessoas desde que Adão pecou. Eles são pequenos, egoístas, egocêntricos, rebeldes. Atraentes, lindos, mas já corrompidos pelo pecado. Isso é visível quando eles chegam. Eles gritam e eles não compartilham a dor de ninguém mais. Eles somente gritam para si próprios. Eles não têm nenhuma condolência. Eles não compartilham nenhum interesse em qualquer coisa na família. Eles não estão atentos à conversação. Eles não fazem qualquer esforço para ajudar em qualquer coisa. Eles somente estão preocupados consigo próprios. Eles pensam que ninguém existe a não ser eles, e são grandes em desobediência. Você não gasta a primeira infância dizendo a eles: "Sim, porque sim, bem sim, sim, sim.". Você diz continuamente a eles: "Não, porque não, bem não, não, não." Porque todos são inclinados a serem contradizentes e desobedientes.
Eles são bons em desobedecer, você não precisa lhes ensinar a desobedecer. Eles têm que ser
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ensinados a obedecer, porque estão debaixo da desobediência. Eles são totalmente egoístas, e querem fazer somente a sua própria vontade. Eles não querem esperar por qualquer coisa. Eles são totalmente impacientes. Eles não têm nenhuma consideração por qualquer coisa com que você está preocupado. O mundo inteiro gira em torno deles. E isso é uma expressão inicial da sua depravação em decorrência do pecado original, que pode ser simplesmente definida como egoísmo.
Assim eles têm que ser ensinados a obedecer por lições muito dolorosas. E eles se rebelam contra isso. Algumas crianças têm que ter um miríade de surras e disciplina enquanto outros parecem ter uma exigência menor. Eles vêm com um pacote de personalidade diferente, mas o treinamento é no entanto o mesmo. E eu suponho que Davi resumiu isto da forma adequada quando disse no Salmo 51:5: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” Ele não quer dizer que ele era uma criança ilegítima, ele quer dizer que simplesmente era pecador ao tempo mesmo da sua concepção. E não há qualquer treinamento que acontece no útero. Assim quando a vida vem à luz, está pronta para expressar seu pecado.
Então já que o pecador caído está exposto a um mundo mau, e a outras crianças más cuja fala e
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comportamento se torna um exemplo terrível, terrível para seu pequeno ver, e então você se torna protetor disso. Seus filhos são empurrados então muito rapidamente na sua própria depravação até a maioridade, e também expostos ao seu ambiente, lidando com as suas pressões e paixões. E se não houver um controle forte, um ensino forte voltado para a obediência ao longo daquele caminho, você terá um rebelde terrível. Exposto ao pecado sexual, em música, em literatura, em filmes, em televisão, em todos os seus entretenimentos, tendo que lidar com padrões antes de que tenham aprendido a controlá-los e a evitá-los onde deveria ser evitado.
Um adolescente de doze anos falou ao seu pai através de uma carta: "Olha, pai, eu fiz tudo, drogas, bebida, sexo, não há nada errado que não tenha feito, e não sei como sair disto.”. Alguns classificam os tais de crianças adiantadas.
Um dos resultados é que a idade da puberdade está sendo abaixada, isso é um resultado fisiológico bastante interessante. Está agora dois a cinco anos mais adiantado do que no passado, de acordo com psicologia. Por exemplo, no décimo oitavo século uma das coisas populares na Europa eram os coros de meninos, pequenos meninos eram soprano. Eles deixavam de ser soprano, de acordo com a
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história do décimo oitavo século, com a idade de dezoito anos porque as vozes deles mudavam. Agora as vozes deles mudam em sua maior parte entre as idades de treze e quatorze anos. O crescimento físico, que até o ano de 1900 continuava até os vinte e seis anos, agora para aproximadamente aos dezoito anos. A idade comum da puberdade em 1900 era de quatorze anos, e agora está em doze anos. E em 1600 a puberdade tinha lugar aos dezessete anos.
As pressões de sobre-exposição, as pressões causadas pelo pecado numa criança está acelerada em todos os tipos de áreas, como a sua alma já curvada pelo mal está sobre-exposta. Assim você tem esta depravação neles reagindo a este tipo de ambiente que torna mais difícil ainda trazer uma criança sob controle e em harmonia com os padrões da Palavra de Deus.
Em segundo lugar, você não só tem a maldição sobre eles, você tem o sistema do mundo exterior e como efetua a maldição sobre eles. E sobre o sistema que os rodeia, que chamamos de mundo, mantém a pressão continuamente sobre eles. É por isso que Rom 12.2 diz: “Não vos conformeis a este mundo”. Não deixe seus filhos ficarem conformados ao mundo. O materialismo consumista lhes ensina a ego-indulgência. Isso é uma coisa terrível para aprender. Na América nós gastamos mais dinheiro em brinquedos do que o produto
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nacional bruto total de mais de sessenta nações. Favorecendo nossas crianças, elas se tornam acostumadas a uma dieta fixa de egocentrismo. Eles veem duzentas horas de anúncios por ano na televisão. Vinte e dois mil comerciais que visam torná-los descontentes ou aprender o descontentamento geral de não gostar do que você tem e direcionar o desejo deles para comprar algo que você vê na televisão.
A sociedade lhes ensina a rebelião contra a autoridade. Ensina-lhes direta e indiretamente que a coisa mais importante na vida deles é o ego – a autoestima e a autorrealização fazendo a sua própria vontade e do seu próprio modo quando eles querem alguma coisa. Eles assistem uma média de 30 horas de televisão por semana enquanto eles estiverem crescendo até a graduação da escola secundária. Eles viram 20.000 horas de TV, mais que qualquer outra atividade, excluindo o ato de dormir. Eles são sobre-expostos a tudo na televisão. As crianças veem então provavelmente mais pecado em um mês do que os avós deles ou os seus bisavós viram durante toda a vida deles.
E toda aquela mídia está bombeando neles um estilo de vida que é contrário a Deus. É qualquer maravilha que dez milhões de crianças têm DVD, e que cinco mil são comprados diariamente? É também qualquer surpresa que algumas usem drogas cinco vezes por semana?
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Que mais de um milhão se ocupam com prostituição antes deles alcançarem a idade de dezesseis anos? Entre sete e quatorze milhões de crianças são alcoólatras. Milhões precisam de ajuda em clínicas psiquiátricas, algo em torno de dois milhões de acordo com a Agência de Saúde Infantil. Quase dois milhões deles recebem ajuda anualmente de agências públicas por causa do que é classificado como problemas psicológicos ou psiquiátricos. E assim vai.
(Ao tempo da escrita deste texto por John MacArthur não havia ainda a grande influência da Internet e dos Games que agravou ainda mais estre quadro – nota do tradutor)
Em II Tim 3.1 lemos: “Sabe, porém, isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis;”. Aqui é citada a dificuldade dos últimos dias. E isto atinge as crianças da nossa geração, que em todos os aspectos apresentam uma singularidade em termos de corrupção, quando os homens são amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, orgulhosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe entretanto o poder (II Tim 3.2-5).
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Você nota que na lista das características apresentadas por Paulo das pessoas que viveriam nos últimos dias, que há uma referência à desobediência aos pais. Há então um desafio da autoridade dos pais. E a sociedade tolera isto, a sociedade lhes ensina a se rebelarem contra a autoridade. Ela lhes ensina isso. Quer distribuir preservativos e requerer que nenhum pai tenha o direito de moldar suas próprias convicções religiosas em seus filhos. Rebeldes, indisciplinados, egoístas, sexualmente estimulados, as crianças bravas, amargas, frustradas, destrutivas são os produtos de uma sociedade que é desobediente a seus pais e isso está sem afeto natural. Eles não têm o amor normal de família.
A primeira palavra do verso 3: "desafeiçoados", astorgoi, significa sem amor familiar natural. Nós temos obviamente uma geração de crianças abusadas e não amadas. As crianças são vistas por muitos como um fardo. Os pais abandonaram o seu amor devotado aos seus filhos. Seis milhões de crianças em nosso país, e agora há mais ainda, eu penso, não tinham a figura paterna em casa.
As mães também se entregaram à autoindulgência e à perseguição de uma carreira fora do lar, e há milhões de crianças trancadas em casa e solitárias que se sentam atrás das portas fechadas das suas casas e ficam
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expostas permanentemente à televisão. Três a quatro milhões moram em orfanatos, instituições, sanatórios, encarcerados em instalações juvenis por comportamento criminoso, ou até mesmo em prisões. A filosofia dos últimos dias é anti-família, e todos nós sabemos isso. A ordem do dia feminista é anti- família. A porta de entrada para o homossexualismo é anti-família. O aborto é anti- família.
Deixe-me lhe falar quão distante isto foi. Em 1960, um por cento de crianças abaixo de dezoito anos experimentou o divórcio dos seus pais. Em 1990, cinquenta por cento, a metade deles. Nós estamos falando sobre liberar a criança. O que nós estamos fazendo com a criança está liberando conforme a propaganda socialista humanística de nosso tempo. Que liberdade é esta?
O humanista psicólogo Richard Farson, um dos defensores dos direitos infantis afirma que as crianças deveriam ser livres de castigo físico, livres para votar, que tenham total liberdade sexual e liberdade econômica. Que tipo de idiotice é esta?
Os engenheiros sociais desde 1979 começaram a celebrar o ano internacional da criança. E eles pediram às crianças para se livrarem de quatro coisas: das moralidades tradicionais ou valores;
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da autoridade paternal, incluindo qualquer castigo; da discriminação religiosa; e do nacionalismo, ou patriotismo.
E sempre me interessa que 80 por cento da mídia na América não têm nenhuma afiliação religiosa. Assim eles levam muito bem a ordem do dia e muito agressivamente.
Um de nossos senadores norte-americanos me escreveu uma carta dizendo que as forças de anti-família estão empenhadas em cumprir as seguintes metas: aborto para a felicidade da mãe e do pai, se há um, na casa. Eles querem cumprir estas metas... aborto, o governo quer controlar a natalidade, a legalização de matrimônio entre homossexuais, e isso estará muito rapidamente aqui, direitos iguais para as crianças, e o governo quer que as crianças recebam salário mínimo pelos serviços domésticos que fizerem em suas próprias casas.
Observe a família somente do ponto de vista da sabedoria humana, é óbvio que tudo está bem quando a família é saudável, e quando não for, não há nenhuma esperança para uma sociedade. A única esperança então para a geração por vir é se submeter ao que a Palavra de Deus ensina sobre a família e sobre criar os filhos. E francamente, não é tão difícil entender isto. Não leva anos e anos, não exige um lote completo de técnicas para entender isto.
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Sempre me pasma, a economia surpreendente de palavras com que Deus diz tudo. E o que Ele diz é isto: “Ensina a criança no caminho em que deve andar”. Em outras palavras, ensine suas crianças a obedecer e a respeitar. Isso é a súmula de tudo.
“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e à tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.”. A propósito, estes são os únicos versículos na Bíblia que são mandamentos para as crianças. Eles deveriam ser ensinados às crianças. Deveriam ser ensinados a eles, especificamente, estas coisas. Eles deveriam ser ensinados a obedecer.
A propósito, a palavra criança é tradução do grego tekna, que é uma palavra genérica para descendência, necessariamente não identifica uma criança, há outra palavra para uma criança. Está falando em geral sobre crianças, nenhuma idade está em foco, engloba desde o nascimento até a juventude, contanto que eles estejam debaixo de controle e cuidado paternal, assim que eles estiverem maduros o bastante para saber o que é certo eles serão ensinados a obedecer os seus pais. Aquela depravação egocêntrica forte tem que ser derrubada, e a obediência é a chave para isso. Eles devem ser ensinados a obedecer. A palavra "obedece" é
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hupakouo, que tem a ver com ouvir debaixo, isto é, abaixar-se e escutar. Isto mostra como a obediência ocorre: com espírito submisso, e ouvido, especialmente do coração, atento e disposto. Obediência é o assunto, ensine suas crianças a obedecer.
E realmente esse é o assunto. E eu lhe contarei algo. Como você conduz seus filhos, e haverá ocasiões e períodos quando eles lutarão mais agressivamente do que em outros tempos contra isto. E é nestas ocasiões que você tem que forçar o assunto da obediência deles constantemente e fazer a consequência severa o bastante de forma que eles recebam e retenham a mensagem. Não serão dez anos de batalha, não serão dez anos de ensino aqui e acolá, algumas semanas de guerra real será geralmente o tempo que eles lutarão para manter as liberdades da própria natureza má deles.
Isto é muito sério para Deus, escute o que diz em Êxodo 21.15 e17: “Quem ferir a seu pai ou a sua mãe, será morto.”. E no 17: “Quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, será morto.”. Essa questão de obedecer os pais é muito séria aos olhos de Deus. Na Antiga Aliança, Ele revelou isto de forma prática. No Antigo Testamento você bateu na sua mãe, você bateu no seu pai, você os amaldiçoou, você está morto. Os juízes de Israel deveriam condená-lo à sentença de morte, conforme a vontade revelada de Deus.
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Deus chamou Israel para ser seu povo sobre a terra revelando o Seu caráter e retidão, e não há nenhum outro modo para perpetuar a retidão em uma família a menos que haja obediência. E isto é tão sério que a lei que regia a nação de Israel na Antiga Aliança diz que se você tiver qualquer criança que não obedecerá, que ela deveria ser morta para que o mal não se espalhasse em Israel. A desobediência e o desrespeito, era castigado através da morte. Isso revela quão sério é este assunto. Você não pode passar retidão a uma geração. Nem mesmo uma sociedade pode controlá-la. Você não pode ter nada do que é ordenado a menos que você tenha as pessoas que aprenderam submissão, obediência, e a grande palavra autodomínio. Quando você ensinar seus filhos a obedecerem, você lhes ensina autodomínio. Você lhes ensina como reprimir a depravação da natureza terrena deles, como ganhar a vitória sobre os seus impulsos pecaminosos. Você faz isto fazendo com que as consequências sejam severas o bastante, e eles não farão isto.
Isto é a única esperança para a sociedade. É a única esperança para a preservação da retidão. É a única esperança para a verdade de Deus ser honrado por uma geração obediente de crianças.
Imagine se houvesse ainda hoje pena de morte para todas as crianças rebeldes em todas as
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partes do mundo. Que tipo de impacto não causaria? Nós temos todas estas pessoas que correm ao redor tentando eliminar a correção física nos lares. Se eles lessem este versículo de Êxodo, eles ficariam realmente enfurecidos. Obviamente Deus na Sua misericórdia e graça, neste tempo da história remissória não repete este mandamento no Novo Testamento. Mas ainda hoje, vê a desobediência como algo terrível e passível de morte. Ele eliminou temporariamente a pena na dispensação da graça dando a oportunidade para que todos se arrependam e vivam. Mas chegará o dia em que todos aqueles que não se arrependeram e não receberam a graça que está em Cristo, serão punidos eternamente no inferno. A desobediência aos pais, especialmente naquelas coisas que se referem a honrar a Deus e guardar a Sua Palavra, é em última instância desobediência ao próprio Deus. O que Ele quer ensinar é que a desobediência conduz à morte eterna. E a obediência à Palavra, mediante a fé, é o que conduz à vida. Por isso lemos em Rom 6.16: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”.
Pv 1.8,9 diz: “Filho meu, ouve o ensino de teu pai, e não deixes a instrução de tua mãe. Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares para o teu pescoço.”. Realmente eles são
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uma grinalda graciosa sobre a sua cabeça e ornamentos sobre o seu pescoço. Você sabe o que isso significa? Eles lhe fazem uma pessoa bonita, eles lhe fazem uma pessoa gentil. Eles o abençoarão. Escute o que seu pai e a sua mãe lhe ensinam.
Pv 2.1,2: “Filho meu, se aceitares as minhas palavras, esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento,”. Um pai está dizendo: “Escute o que eu estou lhe contando porque é a verdade divina.”.
Pv 3.1,2: “Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos; porque eles aumentarão os teus dias, e te acrescentarão anos de vida e paz.”
Pv 4.1-6: “Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento; porque vos dou boa doutrina; não deixeis o meu ensino. Quando eu era filho em companhia de meu pai, tenro, e único diante de minha mãe, então ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e vive; adquire a sabedoria, adquire o entendimento, e não te esqueças das palavras da minha boca, nem delas te apartes. Não a desampares, e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá.”. Agora isto é ser um pai fiel.
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Pv 4.10: “Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida.”
Pv 5.1: “Filho meu, atende à minha sabedoria; à minha inteligência inclina o teu ouvido; para que conserves a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento;”
Pv 7.1,2: “Filho meu, guarda as minhas palavras, e conserva dentro de ti os meus mandamentos, e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos.”
Pv 8.32: Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque felizes serão os que guardarem os meus caminhos. Ouvi o ensino, sede sábios, e não o rejeiteis.”
Pv 13.1: “O filho sábio ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão.”
Agora vejamos alguns exemplos de como nós devemos instruir nossos filhos, e como nossos filhos devem responder.
Em Pv 30.11-17 nós vemos o oposto disso, isto é, quando uma criança não quer responder à instrução que lhe é dada. “Há daqueles que amaldiçoam a seu pai, e que não bendizem a sua mãe. Há daqueles que são puros aos seus próprios olhos, e que jamais foram lavados da sua imundícia. Há daqueles – quão altivos são os seus olhos e levantadas as suas pálpebras! Há
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daqueles cujos dentes são espadas, e cujos queixais são facas, para consumirem na terra os aflitos, e os necessitados entre os homens. A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três cousas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: Basta: A sepultura, a madre estéril, a terra que se não farta de água, e o fogo, que nunca diz: Basta. Os olhos de quem zomba do pai, ou de quem despreza a obediência à sua mãe, corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos.”. Aqui está o oposto. Quando uma criança não responde, não obedece, não é disciplinada corretamente, verso 11, há um tipo de pessoa, um homem ou uma mulher, um tipo de pessoa que amaldiçoa o seu pai e não abençoa a sua mãe, há um tipo que é puro aos seus próprios olhos, isto é, que não considera que é pecador e não leva a sério os seus pecados para lamentá-los e se arrepender deles, e com isso não é lavado da sua imundícia. Isso é muito típico de crianças que são rebeldes e contrárias aos seus pais, eles têm o seu próprio modo, a sua própria sabedoria, a sua própria avaliação para tudo, que você nunca vai poder lhes dizer o que devem fazer. Eles pensam que eles têm todas as respostas e o fato é que eles nunca foram lavados da sua imundícia. E assim são dirigidos pelo pecado, pela sua vontade egoísta dominada pelo pecado, e não pela graça e pelo amor do Senhor. Há um tipo de olhos altivos, e as suas pálpebras são elevadas em arrogância. Esta é a criança orgulhosa, egoísta,
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egocêntrica, rebelde que não escuta nada que os seus pais lhe dizem. Há um tipo de pessoa cujos dentes estão como espadas e os dentes de sua mandíbula como facas, para devorar o aflito da terra e o necessitado entre os homens. Eles são indelicados, eles são impiedosos, eles são filhos brutais, eles nunca aprenderam a bondade, ou esta nunca lhes foi ensinada. Não aprenderam nada da graça que torna as pessoas amorosas.
A sanguessuga que tem duas filhas: Dá e Dá, é uma referência a um tipo de sanguessuga que ataca os cavalos e que tem dois apêndices com os quais suga-lhes o sangue. Isto é especialmente uma referência a um tipo de filho rebelde que sempre quer mais e suga todos os recursos de seus pais. E há ainda no verso 15 uma referência a três coisas que nunca serão satisfeitas, e quatro que nunca dirão que é o bastante. O inferno e o útero estéril. O inferno nunca tem o bastante, e está sempre arrastando pessoas para lá, o útero estéril nunca está satisfeito, porque a vocação seria a concepção, e este desejo instintivo só pode ser apagado pelo poder sobrenatural de Deus, assim como o desejo sexual nos que Ele tem chamado para serem eunucos.
Temos a terra que sempre absorve a água que é derramada sobre ela, e o fogo que continua se alastrando se não for apagado. E você pode somar a isso as sanguessugas que representam
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em figura os filhos que não se importam com o que você lhes dá, não importa o que você lhes faça, eles nunca acharão que é o bastante. E essa palavra é boa, porque os pais que têm tais filhos rebeldes e pensam que eles podem comprar a lealdade deles, ou comprar a obediência deles ou comprar o respeito deles, deveriam saber que não poderão nunca fazê-lo porque nunca estão satisfeitos. Eles estão como a sepultura, ou como o útero estéril, são como a terra que nunca tem bastante água para absorver, eles são como o fogo que nunca diz: vou parar porque já tenho bastante, estou satisfeito.
E no verso 17 se diz que os olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência à sua mãe, os corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos. Este provérbio é perfeito porque o filho rebelde é cegado pelos corvos e pelos filhotes da águia que são aves de rapina e comem principalmente os olhos dos cadáveres.
Um filho rebelde está retratado dessa forma horrível por Deus, porque espiritualmente será cegado pela sua desobediência e desrespeito aos seus pais. Ele não conhecerá a graça e o temor do Senhor. Ele não verá o Reino de Deus, ele não verá a bênção do Senhor sobre a sua vida, por causa da sua rebeldia que o cega e o impede de ver e viver o amor do Senhor.
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E é triste para os pais que têm filhos que são assim rebeldes, e que não aceitam a instrução e a disciplina, serem finalmente sendo submetidos ao julgamento de Deus. E como isto é triste. Muito triste. Quantos pais? Quantos de vocês têm um filho que caiu debaixo do julgamento divino? Alguns até mesmo pereceram. Isto é realmente de quebrar o coração. Que coisa séria e urgente é então ensinar os filhos a cumprirem o mandamento de Deus, ensinando-lhes a obedecerem a seus pais. Isto é um bem que está sendo feito a eles, e não a imposição de um tipo de fardo.
Agora como você faz este processo? Como você traz uma criança à obediência e ao respeito? Voltemos para Provérbios 3.11,12: “Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.”. E a propósito, isso é citado em Hb 12.5-11 onde fala sobre disciplina. A categoria aqui é um ato de disciplina. De um pai que realmente ama o seu filho, você diz que você ama seu filho, então você disciplinará seu filho. Todo filho que você amar será açoitado por você. Isso é o que a carta aos Hebreus diz. Se Deus amar alguém, Ele o açoita, Ele o castiga. E é doloroso no momento, mas tem o efeito do fruto pacífico de justiça.
Assim, em primeiro lugar, nós aprendemos aqui que o processo de ensinar obediência e respeito
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é um processo de disciplina. A disciplina pode ser definida simplesmente desta forma, a disciplina é aquela função pela qual os pais recompensam a obediência e castigam a desobediência.... isso é disciplina. A não conformidade com os padrões divinos traz consequências negativas. A conformidade com aqueles padrões traz consequências positivas. É exatamente assim como Deus nos disciplina.
Em Pv 6.20-23 lemos: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao teu pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada e a instrução luz, e as repreensões da disciplina são o caminho da vida.”.
O que você faz é inundá-los com a Palavra de Deus de forma que isto informa a consciência deles e fala com eles. Agora você se lembra que a consciência não tem nenhuma moralidade? A consciência é somente um sistema de advertência, é uma cigarra, é uma luz vermelha, é um sino, é um apito. Isso é tudo. A consciência reage ao sistema moral na mente. Reage a seu padrão moral mais alto. Agora, para uma criança nascida no mundo a lei de Deus está escrita onde? No coração, Romanos 2, a lei de Deus é escrita no coração, está lá. Eles entendem o que
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é injustiça, eles porém amam a injustiça. E eles devem ser disciplinados para corrigirem isto.
Agora aquela lei de Deus escrita no coração deles pode ser afetada negativamente pelas mensagens que vêm da cultura. A cultura quer reconstruir aquele código de moral. Quer entrar com mentiras. Quer reformar o sistema moral inteiro deles, o sistema ético moral inteiro deles. E se tem sucesso fazendo isso, então a consciência que é o dispositivo de advertência fica mal informada e não lhe adverte quando você viola os mandamentos de Deus, porque você alimentou a sua mente com coisas que são contrárias à verdade revelada na Palavra. Se você tiver uma teologia distorcida, ou um sistema ético moral distorcido, então sua consciência reagirá de acordo com esse sistema deformado. Assim quando você entra no mundo, o que acontece? Aquela pequena criança é exposta a televisão, rádio, filmes, música, educação, o processo inteiro da cultura e reforma a grande verdade que foi colocada de nascença naquele pequeno coração por Deus e sobre o que é certo e o que é errado. Romanos 2.14,15 fala da norma da lei gravada por Deus nos corações de todas as pessoas, e Rm 1.19-21 diz que todos têm conhecimento da existência de Deus e de seus atributos invisíveis, e do seu eterno poder através da criação. E então as explosões da sociedade que, dinamitam isso com a teoria da evolução de forma que eles
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criem convicções de forma que cheguem a uma posição em que eles já não acreditam que Deus criou tudo, e onde também são dinamitados com a imoralidade do sistema, até o ponto em que eles já não sabem o que é certo e o que é errado, e o relativismo assume o comando, não havendo mais para eles qualquer absoluto, e com isso a consciência é desamparada. Toda a consciência reagirá aos sistema ético de Deus, e estando sendo formada por um sistema ético distorcido ela ficará mal informada e já não mais incomodará a pessoa quando estiver trilhando pelos caminhos da rebeldia, porque a sua mente não está alimentada com os padrões de conduta da Palavra de Deus.
Assim o que está sendo usado em nossa cultura hoje em dia? Um esforço muito grande para vender às crianças e aos jovens um sistema ético não cristão. Liberte-se de Deus, não há nenhum criador, não há nenhum Deus, não há nenhuma lei moral. Tudo o que você deseja é para você, tudo é puramente uma escolha de estilo de vida. Os ídolos e cantores da MTV quando são entrevistados e perguntados sobre o seu pensamento acerca do pecado, eles simplesmente negam que exista algo chamado pecado. A luxúria não é um pecado, é apenas a satisfação de desejos com pessoas do sexo oposto, sem cobranças de ambas as partes, sem compromissos, e para eles aí está a grande vantagem porque seguem livres para novas
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aventuras. Para eles a ganância é o que os torna ricos, portanto não é um pecado. A falta de orgulho é para eles exatamente a causa dos problemas com a sociedade por que lhes falta bastante orgulho para se imporem.
Assim o que a sociedade quer fazer é criar um sistema de incredulidade, de valores satânicos, de forma que o que está sendo dito no coração está errado. A segunda coisa que quer fazer é cauterizar a consciência. Como faz isso? Falando-lhe que você não deveria escutar a consciência. Com efeito diz que você não deveria se sentir culpado por nada que faça e que os outros considerem errado, você não deveria sentir vergonha, você não praticou nenhuma injustiça, o que realmente aconteceu é que você foi abusado, sua mãe fez algo a você, seu pai fez algo a você, você é uma vítima, não é sua falta, você não deveria se sentir culpado, você não deveria se sentir responsável... e assim a sociedade desobriga a pessoa de qualquer necessidade para escutar a voz da consciência. Assim você mata a função da consciência, você reescreve o manuscrito para valores morais e você tem um desastre potencial. E é esse o tipo de jovens que nós temos em nossa geração.
Agora você tem a ordenança de Pv 6.20-23: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao teu pescoço. Quando caminhares, isso te guiará;
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quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada e a instrução luz, e as repreensões da disciplina são o caminho da vida.”. Você tem que lhes ensinar os mandamentos da Palavra de Deus, você tem que atá-los continuamente aos seus pequenos corações, e amarrá-los ao redor dos seus pescoços... de modo que nunca venham a ficar longe de tais mandamentos... e de forma que quando eles estiverem caminhando eles estarão operando em suas pequenas mentes, quando eles estiverem dormindo, essas verdades penetrarão os sonhos deles, porque estarão tão profundamente inundados dos mandamentos de Deus que quando ao acordarem eles serão o seu primeiro pensamento em suas consciências. Aquela pequena criança deveria entrar na cozinha e o primeiro pensamento consciente da manhã é que aquilo que a mãe pedir eles imediatamente responderão. Qualquer pai diz, imediatamente eles respondem porque está no tecido da vida deles.
Em Pv 10.13 lemos: “Nos lábios do entendido se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de senso.”. A vara da correção é para as costas daquele que não tem compreensão. Agora, como você consegue que este menino ou menina lhe obedeçam? Você lhes bateu com algo, que é chamado aqui de vara. Você diz "Olhe, aqui está a vara, você quer fazer o favor de obedecer?” Se a vara nunca foi aplicada, eu não
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penso que eles entendam o quadro. Você é chamado para usar o castigo corpóreo basicamente. Isso é o que diz. Uma vara é para a parte de trás dele e não na frente ou no topo. Devem receber o castigo na parte de trás onde eles foram projetados para apanhar, sem sofrer danos físicos. O traseiro age como um acolchoando para o processo de disciplina.
Pv 13:24 diz: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina.”. Se você ama seu filho você deve dar no seu traseiro com uma vara. E se você não o fizer, quando ele o fizer por merecer, você odeia seu filho. Por que? Porque você está contente em deixar aquela criança crescer em padrões de vida pecaminosos. É que o que você quer para sua criança?
Dois policiais atendendo ao pedido de vizinhos abordaram uma mãe que estava disciplinando o seu filho batendo no seu traseiro, a queixa era que ela o estava espancando. Ela disse aos policiais: eu o estou corrigindo agora para que amanhã ele não venha a apanhar de vocês. E com isso os policiais foram embora sem dar palavra. Mas a sociedade está reagindo realmente a isto. Eles querem mudar os padrões de Deus. Por inspiração do Inimigo eles pretendem deixar as crianças sem disciplina para que sejam destruídas pelo seu pecado.
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Certamente deve haver um equilíbrio nesta correção. O pai e a mãe que estiverem em comunhão com Deus, andando na Sua presença, cheios da Sua graça e amor, certamente não se excederão na correção de seus filhos. Não farão isto para magoá-lo, machucá-lo, mas para que sinta e saiba que o pecado não traz boas consequências. Por isso se lê em Pv 19.18: “Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo.”. A correção não é um ato de violência que poderia deixar sequelas ou mesmo conduzir à morte. Literalmente, não deseje a morte para ele. Se você não disciplinar seu filho, você realmente está soletrando potencialmente a autorização da sua morte porque o comportamento antissocial, indisciplinado pode conduzir rapidamente à morte. Nós vemos isso em nossa sociedade, não é verdade? Morte por embriaguez, morte por drogas, morte por comportamento criminoso, morte por doença venérea, por todo lado. Crianças morrendo agonizantes, juvenis, adolescentes morrendo. Alguém não soube a verdade de Deus, alguém não os disciplinou bastante enquanto havia ainda esperança e eles desejaram com isso ainda que indiretamente e por ignorância, a morte de seus filhos, porque isso é o que ocorre com pessoas irresponsáveis, que vivem pecando, dominadas pelo mal e que nunca aprendem o autocontrole.
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Pv 22.15 diz: “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.”. A tolice está ligada ao coração da criança. O que diz aqui é bem direto. Você tem uma criança depravada e tola, se você quiser que ele não seja tão tolo, corrija-o com a vara da disciplina. Isso é isto.
Levou muito tempo para eu aprender a mensagem do castigo. Mas eu adquiri a mensagem finalmente que a dor não era particularmente agradável. Minha mãe diz a mim que ela se sente culpada porque ela me deu muitas surras quando era menino, e que isto era muito duro para ela. Escute, eu só posso agradecer minha mãe por isso. Se ela não tivesse me corrigido daquela forma, quem sabe que tipo de pessoa criminosa ou rebelde eu poderia ter sido?
Você diz: "Mas você pode ferir sua criança. Você pode afetar sua criança de alguma maneira, ou você poderia deixar algumas cicatrizes emocionais em seu filho.". Olhe, a Bíblia diz que você tem uma criança tola, que a maldade está ligada ao seu coração, não é maravilhoso que você não tem que fazer nenhum treinamento psicológico com a criança durante quatorze anos senão que o você tem que fazer é simplesmente corrigi-lo com a vara? O que eu quero dizer, é que você não tem que ir para a faculdade para fazer isso.
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Você diz, "Oh, mas isto não poderia feri-lo?”. Veja Pv 23.13: “Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.”. É exatamente o contrário. Se você quer poupar seu filho disto por temer feri-lo física ou emocionalmente, você estará contribuindo para que ele nunca associe qualquer dor às suas rebeliões, e poderá ter um futuro em que poderá não apenas ser um candidato à morte prematura por conta de não ter aprendido a disciplina quando criança, por se envolver com coisas deste mundo em que corre sério risco de vida, como também é um sério candidato ao inferno, porque não terá aprendido o temor de Deus. A vara não vai matá-lo. Ele sobreviverá. Essa é a resposta típica dos que justificam a retenção da vara e a falta de disciplina: "Oh, eu não quero feri-lo... eu tenho medo que se eu o ferisse que ele não gostará mais de mim.". Você ouve isso todo o tempo, e olhe o tipo de geração de jovens que temos tido. A culpa maior é dos pais que não os disciplinaram. Por terem se guiado por seus sentimentos e emoções e não por obedecerem a Palavra de Deus. Eles se esquecem que seus filhos serão gratos a eles no futuro. Que aprenderão a respeitar as pessoas. Que serão homens e mulheres de Deus num mundo pervertido. Seu filho lhe amará por lhe ter mostrado o caminho da retidão.
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Você diria que isto é a coisa principal? Eu penso que é a coisa principal. Eu penso que é por isso que isto está em toda a parte da Bíblia quando fala de disciplina.
O que nós estamos dizendo aqui? Nós estamos dizendo que as crianças têm que ser obrigadas a obedecer porque a depravação deles resiste a isto.
Ele tinha falado antes daqueles que devorou os pobres, e tinha falado deles passado, como a pior de todas as quatro gerações não mencionados (v. 14); Agora, aqui ele fala de sua insatisfação em fazer isto. O temperamento que os coloca em cima dela é composta de crueldade e cobiça. Agora, essas são duas filhas da sanguessuga que ataca os cavalos, a sua verdadeira prole, que ainda clama: "Dá, dá, dá mais sangue, dá mais dinheiro"; porque os sangrentos ainda estão sedentos de sangue; estão embriagados com sangue, eles acrescentam sede à sua embriaguez, e vão procurá-la mais uma vez. Aqueles também que amam a prata, o seu amor por ela nunca se fartará. Assim, enquanto a partir destes dois princípios que estão devorando os pobres, eles são continuamente desconfortáveis para si.
Agora, para uma maior ilustração disso: Ele especifica quatro outras coisas que são
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insaciáveis, com as quais esses devoradores são comparados.
Em Pv 29.15 lemos: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe.”. A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança que é livre para fazer tudo do modo que queira vem a ser motivo de vergonha para a sua mãe porque certamente ela será condenada pelo filho que tem, e especialmente pelo fato de não tê-lo educado. Você não pode deixar seu filho adquirir o próprio modo dele. Não é ele que tem a responsabilidade de moldar o seu próprio caráter. Esta responsabilidade foi dada por Deus aos pais. Por isso se diz no verso 17 do mesmo cap 29: “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à sua alma.”. A chave é que as crianças devem ser obrigadas a obedecer e devem sofrer as consequências dolorosas quando elas não o fizerem. Eles devem aprender a honrar e respeitar os seus pais de forma que eles não são apenas castigados por desobediência mas também por desrespeito e desonra.
Agora a razão porque nós fazemos isto é porque nós temos que guiar nossos filhos, nós temos que trazê-los para um lugar de retidão. Como nós fazemos isso? Bem, nós falaremos sobre o que significa "no Senhor", de Ef 6.1, onde se diz: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.”. E eu também vou falar como
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evangelizar seus filhos. Quando você deve evangelizar seus filhos, como você faz isso? Você diz, "Deus ama você e tem um plano maravilhoso para a sua vida?". Ou você prega um sermão sobre o inferno? Você os amedronta com as realidades do inferno, ou você os atrai com as felicidades do céu? Isto estudaremos no estudo relativo ao Padrão de Deus para os Pais.
Nunca devemos esquecer que é a própria obediência dos pais que se torna o modelo para a obediência dos filhos. É nosso respeito por um ao outro como pai e mãe que lhes mostra qual o tipo de respeito que eles devem ter por nós. É quando eu respeito minha esposa e ela me respeita que eles entendem o que é respeito.
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5 - Divórcio e Recasamento
Por John Owen, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
É confessado por todos que aceitam a Bíblia como a autoridade deles que o adultério é uma causa justa e suficiente para o divórcio entre pessoas casadas, e nisto estão corretos. Porém, uma diferença de opinião existe sobre a extensão dos efeitos deste divórcio. O divórcio é uma separação plena do laço do matrimônio, ou é somente uma separação das obrigações mútuas do matrimônio, sem a dissolução do laço?
Primeiro: Alguns ensinam que o divórcio consiste numa dissolução absoluta e no término dos laços do matrimônio e assim permite para a parte inocente a liberdade de se casar novamente.
Em segundo lugar. Outros ensinam que este divórcio é somente uma separação “da cama e mesa do matrimônio” e então o divórcio não dissolve de fato ou termina a relação do matrimônio. Ao invés, livra a pessoa somente do dever de prover física e sexualmente o seu cônjuge, sem que possa no entanto, contrair um novo casamento.
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Estou convencido da primeira opinião, isto é que o divórcio legal consiste numa dissolução absoluta em relação aos laços do matrimônio. Apesar de entender que há restrições e dificuldades impostas pelo próprio Deus em Sua Palavra para o divórcio, exatamente com vistas a preservar a instituição do casamento, de maneira que o próprio divórcio com o caráter de ser passado com uma carta legal e civilmente reconhecida, e que foi permitido por Deus não por consentimento, mas por concessão, é em si mesmo um fator dificultador para que se possa contrair um novo matrimônio, uma vez desfeito o laço anterior. Há que se considerar também os motivos que deram causa ao divórcio de forma a se identificar partes culpadas e não culpadas pela dissolução dos laços que Deus instituiu com um caráter de indissolubilidade, a não ser pelas situações excepcionais que Ele próprio estabeleceu em Sua Palavra.
Parte inocente em relação ao divórcio seria então aquela que não deu ocasião à separação e que lutou para preservar o casamento. E a culpada, por conseguinte, seria aquela que, pela transgressão dos princípios instituídos por Deus para a continuidade do matrimônio, deu ocasião à separação ou que manifestou o seu desejo voluntário de fazê-lo, ficando assim a outra parte livre para constituir, se o desejasse, um novo matrimônio, sem estar no pecado de adultério, diante de Deus.
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Note-se por exemplo, a título de antecipação dos argumentos que apresentaremos consistentemente adiante que até mesmo a obtenção de uma carta legal pode ser obstruída pela parte culpada, pelo motivo de não desejar concedê-la, conduzindo o processo de separação a uma situação judicial e não amigável, que pode levar até anos para a sua conclusão. Neste caso, no ato mesmo da abertura do processo judicial, a parte inocente terá demonstrado o seu desejo de estar debaixo da legalidade não apenas diante dos homens, como também diante de Deus, e ainda que esteja impossibilitado de contrair um novo matrimônio perante a sociedade civil até a conclusão do processo, no entanto, não estaria impedido de gozar de todos os direitos previstos para um membro da igreja de Cristo, por ter constituído uma nova família, enquanto aguarda pela decisão judicial da concessão do divórcio para que possa regularizar a sua situação de estado civil perante a sociedade. Entretanto, julgamos que procede melhor aquele que aguarda a conclusão do processo litigioso, pela fé que Deus honrará a sua decisão, antes que se envolva numa nova relação conjugal.
Estes princípios são inegociáveis porque eles refletem o caráter do princípio que Deus estabeleceu para o casamento, independentemente do afrouxamento que os
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países possam realizar pela legislação de seus códigos civis. Isto quer dizer que ainda que nenhum crente esteja desobrigado de cumprir as leis de seu país, ele no entanto, não estará justificado diante de Deus se vier praticar aquilo que apesar de ter amparo legal, não o tem por outro lado amparo pelo que está prescrito pelo Senhor em Sua Palavra.
Há implicações sociais muito sérias quando casamentos são desfeitos, e por isso Deus exigiu carta de divórcio, porque a carta não implica um simples ato de soltura, mas de compromisso legal assumido perante o magistrado civil de se arcar com as responsabilidades de provisão que cabem principalmente aos homens, quer em relação aos filhos, quer em relação à sua esposa, especialmente se esta não possui meios de subsistência e moradia. O laço desfeito não desobriga entretanto das responsabilidades perante Deus e perante a sociedade, de modo que o equilíbrio desta e a continuidade da vida possam ser mantidos e preservados. Não são apenas questões morais que se encontram em foco no matrimônio mas também questões práticas relativas à preservação da célula mater da sociedade que é a família.
Em outras palavras, todo servo genuíno de Deus terá portanto a devida consideração para com o matrimônio e se esforçará por todos os meios para atingir o alvo de Deus estabelecido para ele,
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desde o princípio de que marido e mulher passam a formar uma unidade perante Ele, e que não é da Sua vontade que esta união seja desfeita pela simples vontade do homem, porque isto não é da Sua vontade, segundo os princípios que Ele estabeleceu como criador da instituição do matrimônio.
As dificuldades que são impostas pela separação são portanto para serem sentidas realmente como dificuldades de maneira que ninguém se sinta estimulado a viver se casando e se separando, porque isto não é da vontade de Deus por simples motivo caprichoso, senão pelas sérias consequências, que o desapreço pelo matrimônio traz para a vida em sociedade como um todo, abrindo várias portas para a permissividade e muitos outros pecados e problemas sociais que advêm da falta da devida honra ao matrimônio, conforme é da vontade de Deus.
“Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará.” (Hb 13.4).
Entretanto, eu mostrarei que a segunda visão, isto é, que o laço do matrimônio é absolutamente indissolúvel, é antinatural e antibíblica por causa de suas muitas fraquezas e também darei três razões por que a primeira visão é verdadeira.
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A segunda visão não é verdadeira pelas seguintes razões:
Primeiro, este divórcio "de cama e mesa de matrimônio” não é um verdadeiro divórcio de acordo com a luz da Bíblia e a lei da natureza. Esta posição é uma recente invenção na história do gênero humano. Até mesmo na igreja romana que afirma que isto é uma verdadeira concessão no Velho Testamento e os divórcios das culturas antigas sempre implicava uma terminação do laço de matrimônio. Ainda os deveres morais e relações para honrar Deus do Velho Testamento não são ab-rogados pelo Novo Testamento, onde os motivos deles e propósitos estão mais claramente definidos.
Os católicos romanos vêm a esta posição por causa da visão antibíblica deles que o matrimônio é um sacramento Cristão e então desde que leva o estado de sacramento é indissolúvel. Mas se isto for verdade, então o matrimônio deveria acontecer somente entre crentes e não deveria ter nenhuma autoridade sobre os não crentes e isto não é claramente verdadeiro. O matrimônio é uma ordenação da criação e assim será praticado por todo o gênero humano, não somente os crentes.
Em segundo lugar, um divórcio que permanece perpetuamente "de cama e mesa de matrimônio” é danoso e destrutivo para o
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gênero humano. Se isto fosse verdade estabeleceria um estado novo de ser, desconhecido pela Bíblia. Neste estado novo um homem seria obrigado a ter uma esposa legalmente e simultaneamente seria obrigado a não ter uma esposa. Todo homem que é capaz de matrimônio é e deve estar em uma (e só uma) destas duas situações - se ele gostaria de ser ou não casado. Deus não chama nenhum homem no estado onde ele está amarrado à sua consciência de não receber a parte adúltera e ao mesmo tempo não tomar outra como a sua esposa devido a este divórcio.
Esta condição antinatural e ilegal e desconhecida pode - e provavelmente vai - conduzir um homem debaixo de uma necessidade de pecar. Isto é o que eu quero dizer quando afirmo que esta visão é danosa e destrutiva ao gênero humano. Vamos supor que um homem não tem o dom do celibato. Se este é então o caso que é a vontade expressa de Deus que ele deveria se casar para o alívio dele. Ainda, se ele se casar, ele pecou; e se ele não se casar, ele pecará.
Em terceiro lugar, esta visão é ilegal. Porque se o laço do matrimônio se desfaz então a relação ainda continua. Este laço de relacionamento é o fundamento de todos os deveres mútuos e obrigações no matrimônio. Então, enquanto o laço permanecer, ninguém pode se abster
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legalmente de levar a cabo os próprios deveres do matrimônio, nem proibir o seu desempenho. No matrimônio, cada cônjuge tem certos deveres e obrigações de um ao outro que lhes exige que executem de forma que cada sócio não pertence a si próprio, mas um ao outro. Assim cada cônjuge pode reivindicar os deveres do matrimônio legalmente do outro. Eles podem se separar durante um tempo por consentimento mútuo e isto pode impedir a execução atual de certos deveres matrimoniais durante um tempo. Mas fazer tal obrigação de um ao outro completamente nula enquanto ao mesmo tempo a relação de matrimônio continua está contra a lei da natureza e a lei de Deus.
Em quarto lugar, está muito claro na natureza e graça de base comum entre as nações que nunca apontaram para este tipo de divórcio. O matrimônio é uma ordenação da criação dada por Deus e é praticado assim por todo o gênero humano. Nenhum mero homem alguma vez teria ordenado uma tal relação. Ainda em toda a história nunca houve qualquer menção feita de um divórcio que somente é “de cama e mesa de matrimônio”. O caso sempre foi que aqueles que justamente se divorciaram de suas esposas poderiam se casar de novo. Algumas culturas, como os gregos antigos e romanos, permitiram ao marido até mesmo matar a adúltera. Isto foi mudado depois pelos romanos, mas a ofensa
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ainda permaneceu uma ofensa importante. Nestes casos, o divórcio aconteceu para permitir de propósito para a pessoa inocente a liberdade de se casar novamente. Então, a visão que o divórcio é somente “de cama e mesa de matrimônio” - dos deveres e obrigações do matrimônio somente e não do laço dele - é uma falsa visão.
A primeira visão – que o divórcio dissolve o laço do matrimônio absolutamente e permite o recasamento - é a verdadeira visão. Há três razões para isto.
Primeiro, que aquilo que dissolve a estrutura (união) do matrimônio e assim destrói todas as práticas (obrigações) do matrimônio dissolve também o laço matrimonial. Se você acabar com a estrutura inerente e propósito e fim de qualquer relação moral, a relação deixa de existir. E isto é o que é terminado por adultério e então pede divórcio. Porque a estrutura do matrimônio consiste nisto: As duas pessoas se tornam "uma carne" (Gên 2:24; Mt 19:6) mas esta união é dissolvida por adultério, porque a adúltera se torna uma carne com o adúltero (I Cor. 6:16). Assim ela não é mais nenhuma carne em união com o marido dela, mas ela quebra o laço e pacto do matrimônio absolutamente. E quando ela quebra o laço ela destrói todas as obrigações e deveres que acompanham aquele laço também absolutamente. Porque como se
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afirma um argumento de um laço que existe se ao mesmo tempo estiver quebrado? Aquele silêncio é um laço? Ou como um pode falar de um laço que não liga? Mas isto não é o que a segunda visão ensina? Por isso não cabe na própria legislação civil qualquer direito à parte que adulterou quando o laço é desfeito, por ter sido quebrado de tal forma.
Em segundo lugar, se a parte inocente de um divórcio não tem a liberdade de se casar novamente então duas coisas resultam:
1. A parte inocente está privada da sua liberdade pelo pecado do outro. Isto está contra a natureza. Isto sujeita o íntegro ao poder do mau porque todo cônjuge mau e infiel então tem isto no poder deles, a saber, privar o sócio deles dos direitos e liberdades naturais deles.
2. A parte inocente, se não lhe é permitido recasar, fica exposta a pecar e a julgamento por causa da deslealdade de outro. Nosso Salvador permitiu o divórcio no caso de adultério como uma opção para a parte inocente para permitir a liberdade deles, vantagem, e alívio. Mas se à pessoa não é permitido recasar, esta liberdade não seria nenhuma liberdade, mas provaria ser somente uma armadilha e um jugo a eles. Porque se a pessoa não tiver o dom de celibato, então ela fica exposta a pecar e julgamento.
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Em terceiro lugar, nosso bendito Salvador dá direção expressa no caso de adultério. "E eu digo a vocês, quem se divorciar da sua esposa, exceto por fornicação, e se casar com outro, comete adultério" (Mt 19:9). Assim está evidente e é o senso claro das palavras que o oposto também é verdade: "Aquele que despede sua esposa por causa de fornicação e se casa com outra não comete adultério.". De acordo com Jesus, o laço do matrimônio está no caso de adultério dissolvido, e a pessoa que se separa da sua esposa está em liberdade para se casar novamente. Enquanto Jesus ensina contra se divorciar da esposa e se casar novamente por qualquer motivo, ele apresenta a exceção do adultério que permite ao marido e a ambos se divorciarem e se recasarem.
Toda exceção é um caso particular que é contraditório à regra geral. A regra aqui é em geral: "Quem se divorcia da sua esposa e se casa com outra comete adultério.". A exceção aqui é: "Quem se divorcia da sua esposa por causa de fornicação e se casa com outra não comete adultério.". Isto poderia ser declarado de outro modo. A regra em geral: "Não é legal se divorciar de uma esposa e se casar com outra; é adultério.". A exceção: "É legal para um homem se divorciar da sua esposa por causa de fornicação, e se casar com outra.".
É inútil discutir que os outros escritores do evangelho, Lucas e Marcos não incluem a
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cláusula de exceção nos seus evangelhos (Mc 10:11-12; Lc 16:18). Porque embora eles não façam um comentário sobre isto, é duas vezes usado por Mateus (Mt 5:32; 19:9) e então foi falado certamente por nosso Salvador. Também, todo intérprete bom sabe que onde a mesma coisa é informada por vários escritores, as expressões mais breves e mais curtas serão medidas e serão interpretadas pelas citações mais completas e mais longas. E toda regra geral na Bíblia será limitada por qualquer exceção presa a isto em outro lugar da Bíblia. Saiba com certeza que é difícil encontrar regras gerais na Bíblia que não admitam qualquer exceção apresentada pela própria Bíblia.
É até mesmo mais inútil discutir que nosso Salvador só fala aqui com respeito aos judeus de forma que a cláusula de exceção tem aplicação a eles. Na resposta de Jesus para os fariseus ele recorre à lei da criação e às ordenações da criação original que têm autoridade sobre todo o gênero humano e não somente sobre os judeus. Ele declarou que a instituição original do matrimônio foi antes da lei de Moisés e então não está limitada somente aos judeus. Então, esta é uma lei que é aplicável a todo o gênero humano.
Também, quando o fariseus indagaram de Jesus relativamente ao divórcio, eles indagaram de um divórcio que era absoluto e que dava
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liberdade de se casar ao partidário do divórcio. Eles nunca tinham ouvido falar de qualquer outro tipo de divórcio. Eles nunca tinham ouvido falar de uma mera separação "de cama e mesa de matrimônio” no Velho Testamento. Nosso Salvador responde a questão deles de acordo com a compreensão deles e então recorre ao laço do matrimônio e não somente a uma separação dos deveres e obrigações. Então, Jesus nega as causas de divórcio que os fariseus permitiam e então afirma a fornicação como a única causa de divórcio. Ele ensina então que este divórcio do qual eles indagaram, era um divórcio absoluto do laço do matrimônio. Isto é como o fariseu entenderia isto e nós não podemos assumir que Jesus não lhes respondeu de acordo com a compreensão deles.
Além disso, o Apóstolo Paulo claramente afirma que a parte inocente que é maliciosa e teimosamente abandonada pelo seu cônjuge está livre para se casar novamente. Isto afirma que a religião Cristã não remove o direito natural e privilégio dos homens no caso de divórcio. “Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos não fica sujeito à servidão, nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz.” (I Cor 7:15). Se um cônjuge parte - se devido a diferenças religiosas ou caso contrário - e recusa viver junto com um marido ou esposa, a parte abandonada está em liberdade de se casar novamente. O cônjuge
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abandonado está em liberdade porque todos os propósitos e obrigações do matrimônio são frustrados por esta condição de deserção. Então, o que deve um irmão ou irmã que são crentes fazer no caso em que eles foram abandonados? O apóstolo diz: "Eles não estão em escravidão, mas livres e assim a liberdade de se casarem novamente.".
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6 - Sobre o Divórcio - Mateus 19.3-12
“3 Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,
5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?
6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
7 Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
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10 Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.
11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.
12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” (Mt 19.3-12).
Nós temos aqui a lei de Cristo para o caso de divórcio, oriunda de uma discussão com os fariseus. Tão pacientemente Ele suportou as contradições dos pecadores, que as transformou em instruções para os seus próprios discípulos.
Nós vemos nestes versículos:
O caso proposto pelos fariseus (v.3). Eles lhes perguntaram se era lícito um homem se divorciar da sua mulher, sem que estivessem desejando realmente serem ensinados por Ele. Algum tempo atrás na Galileia Ele havia também se pronunciado contra o divórcio no Sermão do Monte (Mt 5.31,32). Eles pensavam que ele se prenderia aos afetos das pessoas em vez de aos Seus preceitos. Ou pensavam que ele
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diria que os divórcios não eram legais, e assim teriam ocasião para dizer que ele estava negando a Lei de Moisés, que os permitia.
Apesar de a Lei de Moisés prever que os divórcios somente poderiam ser admitidos por causas justas, eles estavam tentando ao Senhor com a insinuação de divórcios por quaisquer motivos.
Qualquer motivo, especialmente o desgosto no matrimônio em relação ao cônjuge foi descartado por Jesus, porque o matrimônio é uma instituição universal para crentes e descrentes, para temperamentos brandos ou fortes, enfim, para quaisquer condições pessoais, então, nada há que justifique a dissolução do laço senão a única razão apresentada por Jesus de fornicação. Evidentemente, não era a ocasião para Ele declarar, como o apóstolo Paulo viria a fazer depois, que há a parte inocente, e livre para contrair novas núpcias, quando a outra parte decide desfazer o laço por qualquer outro motivo.
As Escrituras do Velho Testamento estão repletas de princípios que revelam o quanto Deus detesta o divórcio, o repúdio, o adultério, mas como os fariseus não faziam um uso correto das Escrituras, eles desconsideravam completamente o que nelas estava contido a tal
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respeito, e seguiam a tradição que eles próprios inventaram para justificarem o divórcio, com base no único preceito de que Deus havia permitido através de Moisés que fosse dada carta de divórcio caso alguém pretendesse desfazer o laço matrimonial. No entanto, eles desconsideravam também o contexto em que tal permissão havia sido concedida, e conforme se encontra registrado no Pentateuco (Dt 24.1).
Citamos apenas a título de exemplo que Deus realmente não aprova o divórcio, a afirmação que consta em Malaquias 2.16: “Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio...”.
Os fariseus sempre consideravam tudo pelo ângulo simplesmente jurídico-legal, e as Escrituras, e Cristo, o autor delas, sempre enfatizam o ângulo espiritual, e os princípios espirituais que se encontram por detrás do preceito legal. A letra da Lei é apenas um corpo do espírito que há na Lei. Mas os fariseus não conseguiam ver o espírito, senão apenas a letra, e assim erravam duplamente tanto por desconhecerem o poder de Deus quanto o verdadeiro significado das Escrituras.
Então Jesus os levou a considerar o propósito de Deus na criação do homem e da mulher, e quanto à instituição do matrimônio. Ele remontou até ao primeiro casal no Éden, que se
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encontrava em perfeição antes da queda no pecado, formando uma perfeita unidade diante de Deus e com Ele. Como poderia então Deus aprovar a separação daquilo que Ele havia unido para durar perpetuamente?
Não seria por um simples ato legal, isto é, baseado no comprimento da Lei, sem levar em conta as condições previstas na própria Lei, e ainda que estas fossem consideradas, que aos olhos de Deus seria aprovada qualquer separação baseada em motivos injustificados. Na verdade, aos olhos do Senhor não há nada que justifique a separação, e até mesmo o ato de adultério seria uma concessão para liberar a parte inocente da continuidade do laço, no caso de apesar de perdoar a parte culpada, não se sentisse encorajada a continuar confiando na mesma. Assim, estaria liberada até mesmo para contrair novas núpcias sem achar-se com culpa diante de Deus.
Por isso Jesus citou aos fariseus a lei fundamental do matrimônio conforme consta nas Escrituras:
“Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne. Assim não são mais dois, mas uma só carne.” (v. 5, 6).
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E concluiu: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (v. 6b).
Ele afirmou assim o princípio de que o matrimônio aos olhos de Deus é uma instituição que Ele criou para durar e não para ser considerada pusilanimemente, por quem quer que seja.
O princípio que norteia a união matrimonial não é se me sinto ou não feliz na mesma. Se sou de temperamento compatível ou não com o meu cônjuge, mas que uma vez consumada a conjunção carnal, passo a ser um com aquele com o qual me ajuntei sexualmente.
Por isso Paulo considera um ato de adultério o de quem se relaciona com uma meretriz, porque fazendo-se um só corpo com ela através do ato sexual, peca contra Cristo, com quem está unido pela fé. Fazendo-se uma só carne com a meretriz, ele é visto aos olhos de Deus tão prostituído quanto a prostituída à qual se uniu.
“15 Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
16 Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.” (I Cor 6.15,16).
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Isto tudo porque a relação matrimonial, para Deus, é mais íntima e próxima do que a existente entre pais e filhos, e se a relação filial não pode ser violada tão facilmente, quanto mais a matrimonial.
Um filho pode abandonar seus pais, ou os pais abandonarem seus filhos senão pelo motivo do casamento destes? Veja então o peso que Deus colocou na instituição do matrimônio que Ele próprio criou. Quantos ignoram isto, e pecam grosseiramente a este respeito? Entretanto, a par da sua ignorância, são achados em culpa perante Deus, porque a própria natureza ensina que a família possui um caráter sagrado para o Criador.
Os filhos trazem a herança genética comum de seus pais, e isto é um grande argumento para que vejam que são realmente marido e esposa, uma só carne diante de Deus. É pela união de ambos que outros seres humanos chegam ao mundo, e não com as características genéticas de outras pessoas, senão somente daqueles que os geraram. Deus poderia gerar as pessoas por outro caminho escolhido por Ele, mas determinou fazê-lo pelo matrimônio para atender a vários propósitos específicos, como o do aprendizado do amor não interesseiro, da submissão, dentre tantos outros revelados na Palavra (vide especialmente Efésios 5.22-33). Então a unidade dos filhos com seus pais, está
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diretamente dependente da unidade entre os próprios pais. E unidade sobretudo espiritual, em amor, baseada na verdade, conforme Deus havia intentado desde o princípio. Um casamento assim constituído depois que o pecado entrou no mundo, seria portanto o que melhor responderia ao propósito original de Deus.
No entanto, nada justifica a separação, mesmo nos múltiplos casos em que casais têm se unido, onde há por exemplo parte crente, e parte não crente, parte santificada (crente fiel) e não santificada (crente infiel) etc. Porque, pelo poder de Deus, é possível até mesmo que as partes que impedem o cumprimento do Seu propósito original, sejam trazidas à referida condição, pelo arrependimento ou conversão.
Não há impossíveis para o Senhor, e Ele sempre honrará de uma forma ou de outra aqueles que O honram. Caso haja relutância da parte ofensora da Sua vontade em consertar-se, Ele cuidará da parte que se manter fiel a Ele. Tudo coopera para o bem dos que amam a Deus. Isto nunca deve ser esquecido, mesmo no caso de uma união conjugal aparentemente desafortunada. Aquele que tem o Senhor por Seu ajudador não tem nada e ninguém a temer neste mundo. E pode aprender, tal como o apóstolo Paulo a viver contente em toda e qualquer circunstância, inclusive nesta de um
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jugo desigual imposto por um dos consortes que insista caminhar contrariamente à vontade de Deus. Isto é possível porque o amor de Deus que é derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo, nos leva a suportar todas as coisas mediante o poder do Senhor que nos fortalece nas circunstâncias difíceis. E este amor sobrenatural, conforme definido em I Cor 13, tudo suporta, tudo sofre, tudo espera, porque é paciente, benigno, longânimo e em nada é egoísta. E tudo fará para agradar e honrar a Deus, cumprindo tudo o que Ele nos tem ordenado em Sua Palavra, e dentre estes mandamentos, o de permanecer casado fazendo todas as coisas por amor, não como para homens, mas para Ele mesmo, e pelo desejo de ser-Lhe obediente em tudo.
A edificação de um lar verdadeiro depende na verdade mais da operação de Deus do que dos próprios cônjuges, conforme se afirma nas Escrituras (Sl 127.1). Realmente há poderes terríveis que operam contra a unidade do casal, especialmente os espíritos malignos, que somente o poder do Senhor pode repreender. Especialmente casais cristãos ficarão sujeitos a estes ataques em razão do ódio que o diabo tem contra Deus, e tudo fará para tentar frustrar o plano que Ele determinou para o casamento desde antes da fundação do mundo. Se não houver então um caminhar em fidelidade de ambos os cônjuges com Deus, dificilmente
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haverá uma comunhão plena entre eles, porque sem levar em conta o próprio pecado deles que ainda opera na carne, há estes espíritos que somente podem ser vencidos quando estamos revestidos com toda a armadura de Deus.
Entretanto, para que não houvesse uma desesperança numa das partes que pretenda edificar a sua casa, enquanto a outra permanece infiel à vontade de Deus, Ele estabeleceu o princípio da parte crente santificar a não crente (I Cor 7.14), isto é, eles estarão indiretamente debaixo da proteção de Deus prevista para o matrimônio por causa da fidelidade da parte crente a Ele. Então vale a pena esforçarmo-nos para buscar a face do Senhor e a Sua vontade, para termos paz em casa, pela retribuição da honra que Lhe devotarmos, pela repreensão que Ele fará aos espíritos que se levantam contra nós.
Esta união matrimonial somente deve ser desfeita pela vontade de Deus, pela morte de um dos cônjuges, mas nunca pela própria vontade do homem, nem mesmo dos magistrados, porque afinal, não foi o homem que planejou a instituição do matrimônio, senão Deus. Por isso Jesus disse que o que Deus ajuntou não o separe o homem.
O profeta Malaquias declarou ao povo de Israel qual havia sido um dos principais motivos de
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Deus não estar mais se agradando deles, apesar de estarem banhando os seus altares com lágrimas, não porém de arrependimento, mas pela dura condição de vida em que eles se encontravam:
“14 E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.
15 E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.” (Mal 2.14,15).
Os israelitas estavam endurecidos em seus pecados, e esta foi a mesma razão de Jesus ter dito aos fariseus porque Moisés havia permitido que dessem carta de divórcio às suas esposas debaixo do Antigo Pacto.
Como eles não viam o matrimônio como uma instituição divina, e não cumpriam os propósitos fixados por Deus para ela, o Senhor havia permitido o divórcio, mas não consentido com isto, porque nunca foi da vontade dEle que fosse separado o que Ele uniu.
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Então se um homem trataria severa e duramente a sua esposa, sem qualquer consideração para com ela, ficando muito longe do amor que deveria devotar a ela, como o que Cristo tem pela Igreja, e se na dureza de seu coração, nada melhor poderia ser esperado desta pessoa, melhor seria então que se separasse, mas não sem deixar de atender às necessidades legais da repudiada, daí a razão da carta oficial de divórcio que deveria ser passada pelas autoridades, para garantir o direito daquela que tivesse sido deixada sem causa pelo seu marido.
Deus não somente vê, mas prevê a dureza dos corações dos homens, e por isso vestiu os mandamentos do Velho Testamento ajustando-os ao caráter das pessoas, que ele sabia previamente, viveriam entregues à dureza de seus corações, sem arrependimento, por causa do pecado que há no mundo.
Mas um crente que conhece a vontade de Deus a respeito do matrimônio, não deve seguir esta norma concessiva que Ele havia dado desde Moisés, mas seguir o mandamento de amar a esposa assim como Cristo amou a Igreja, e a esposa amar e respeitar o marido sendo submissa a ele. E mesmo no caso de alguém ser crente e estando em jugo desigual, há a possibilidade de se contar com o favor e
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proteção de Deus, conforme comentamos antes, por um viver fiel a Ele.
Se a lei de Moisés considerou a dureza dos corações dos homens, a graça de Cristo no evangelho a cura, e pode transformar corações de pedra em corações de carne.
Se pela lei vem o pleno conhecimento do pecado, pelo evangelho, este é dominado e vencido.
É interessante observar que se por uma lado a Lei procurava mitigar a dureza de coração permitindo o divórcio, por outro lado condenava o crime de adultério com a punição de morte (Dt 22.22). Mas o evangelho de Jesus Cristo mitiga o rigor da pena do adultério, e prescreve o divórcio como uma possível penalidade se a parte ofendida assim o desejar.
É importante também observar que a palavra usada por Jesus em nosso texto, no original grego, não é adultério, mas fornicação (de porneia), designando provavelmente uma impureza cometida antes do matrimônio, e que viesse a ser descoberta posteriormente.
A lei de Cristo tende a restaurar o homem na sua integridade primitiva, tal como estava no Éden, antes da entrada do pecado no mundo. E a lei do amor e perpetuidade conjugal não é nenhum
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novo mandamento, porque foi instituída por Deus desde o princípio. Então esta lei, conforme reafirmada por Cristo é para o nosso próprio bem e de toda a sociedade, inclusive para o próprio mundo secular, haja vista que na maior parte dos casos não serão apenas os cônjuges as partes afetadas por um divórcio, mas também os filhos oriundos do seu casamento.
Os próprios discípulos de Jesus não haviam entendido ainda o princípio sábio e bom que há na lei do amor e da perpetuidade do matrimônio, e se precipitaram concluindo que se um homem não podia, aos olhos de Deus se separar da sua esposa quando bem lhe agradasse, sabendo eles, que se o fizessem, a consequência seria a de terem que prestar contas com Deus no futuro tribunal de Cristo, então, segundo eles seria melhor não casar nunca e permanecerem solteiros.
Entretanto, desde o princípio, quando nenhum divórcio foi permitido, Deus disse que não é bom que o homem esteja só, e os abençoou, o homem e sua esposa, em sua união conjugal.
E apesar de o casamento trazer consigo muitas cruzes, não é apenas nele que acharemos cruzes neste mundo, mas em todas as áreas de atividade e de relacionamentos. Estas cruzes, num mundo de pecado, nos ajudarão no nosso aperfeiçoamento em santidade, especialmente,
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em ensinar-nos a orar a Deus sem cessar e a depender dEle, conforme sempre foi da Sua vontade. Assim aquilo que parece ser contra nós, é a nosso favor, na modelagem do nosso caráter à semelhança ao de Cristo. E o modo de carregar estas cruzes é com paciência e gratidão a Deus em nossos corações.
É nosso dever carregar nossa cruz depois de termos nos auto negado perante o Senhor. Não importa o que sintamos ou qual seja a nossa vontade, senão a vontade de Deus para nossa vida.
O matrimônio é um laço, um jugo que voluntariamente tomamos, e que segundo a vontade de Deus, devemos continuar carregando com amor, paciência, mansidão e voluntariamente, isto é, de livre e boa vontade.
Entretanto, o Senhor afirmou que há realmente casos em que as pessoas permanecerão solteiras, não pela mera vontade delas, mas por ter sido esta a vocação escolhida por Deus para elas, para atender a propósitos específicos, tal como foi o caso do profeta Jeremias e do apóstolo Paulo.
Nestes casos excepcionais dirigidos pela vontade de Deus é de se supor que é melhor o aumento da graça do que o aumento da família, e o relacionamento com o Pai e seu Filho Jesus
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Cristo será preferido antes de qualquer outro tipo de companheirismo.
Mas Jesus desaprovou totalmente como sendo danoso, proibir matrimônios, porque nem todos estão vocacionados para permanecerem solteiros, e devem portanto suportar o jugo do estado de casado, sem estar debaixo da tentação de evitar ou fugir do jugo que é imposto pela vocação recebida de Deus neste mundo.
Assim, aqueles que sofreram a calamidade de terem sido feito eunucos pelos homens, ou por um defeito de nascença, sendo impossibilitados fisicamente de contraírem núpcias, não deveriam de fato se casarem, mas recorrerem à providência de Deus para superarem a condição que lhes foi imposta, independentemente da vontade deles. Apesar desta calamidade, há a oportunidade de servirem melhor e desimpedidamente a Deus no estado de solteiros.
De maneira que é uma virtude e graça divina aqueles que se fizeram eunucos por amor ao reino de Deus, atendendo à vocação recebida do próprio Deus para servi-lo em tal estado de solteiro. Estes que foram capacitados a terem uma indiferença santa a todos os prazeres do estado de casado, serão honrados pelo Senhor no voto de celibato que fizeram, em obediência
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à vontade de Deus, que correspondeu à própria vontade deles.
Por isso Jesus disse que este estado de solteiro é uma condição que pode ser suportada somente por aqueles a quem é dada tal capacitação pelo próprio Deus.
Finalmente, gostaríamos de registrar um fato real para ilustrar a possibilidade de alguém ser feliz apesar de não ter um casamento nos moldes que Deus planejou para esta instituição desde o princípio. Trata-se de uma esposa que chamaremos de “J” cujo marido chamaremos de “M”. Eles se encontram casados há mais de trinta e cinco anos, tendo dois filhos com cerca de trinta anos de idade. “J” se converteu a Jesus depois de alguns anos de casada, tendo seu esposo “M” permanecido incrédulo até o presente. Ele se opôs duramente a ela quanto ao fato de ter que deixá-lo em casa, ainda que uma só vez aos domingos, para ir à igreja. Ela ficou por um bom tempo em oração para que Deus trabalhasse no coração de “M” porque não queria agir de forma insubmissa. Ela tanto orou que ele consentiu que assistisse somente os cultos das noites de domingo. Isto foi uma grande alegria e vitória para ela. Sabemos que continua orando para que ele aceite a sua participação nas demais programações de sua igreja. Mas o que é digno de registro é o fato de que ao exigir que ela permaneça em casa no
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domingo pela manhã, ele não fica em casa porque sempre se reúne com um grupo de companheiros para ficarem bebendo num bar da esquina onde residem. Você perguntará qual é o perfil de crente de “J”: uma mulher infeliz? Desgostosa da vida e com o seu Deus? Ao contrário, ela se esforça para ser uma boa esposa, apesar de tudo, conforme ordenado pela Bíblia, e é uma mulher feliz, cheia de fé e a alegria no Senhor Jesus. Ela conta o modo sobrenatural como Deus exerce governo sobre o seu marido, de maneira que ele tem sido, apesar de suas fraquezas, cada vez mais atencioso para com ela, e suas idas para o bar estão ficando menos frequentes. Ela sabe que é por amor a ela, que Deus não permite que os espíritos malignos tenham livre acesso ao seu lar, e assim ela sempre tem desfrutado em casa a paz de Jesus em sua vida. Sempre apegada à Palavra de Deus é uma fonte de inspiração e socorro para muitas vidas, sempre compartilhando com seus irmãos em Cristo porções da Palavra de Deus com fé e alegria no Espírito. Estas joias são exemplos que Deus nos dá para seguirmos e para que nos consolemos nas aflições que teremos que experimentar enquanto neste mundo.

Edition Notes

Published in
Rio de Janeiro, Brasil

The Physical Object

Format
Paperback
Pagination
vi, 149p.
Number of pages
149
Dimensions
21 x 14,8 x 0,8 centimeters
Weight
199 grams

ID Numbers

Open Library
OL25944346M

Work Description

Religião cristã

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September 7, 2016 Edited by Silvio Dutra Edited without comment.
September 7, 2016 Edited by Silvio Dutra Edited without comment.
September 7, 2016 Created by Silvio Dutra Added new book.