No ensaio César Vallejo: ser e existência, Maria José de Queiroz dá prioridadeaos relevos autobiográficos que a obra literária pode privilegiar. Desse modo, o caráter sofrido da obra de um escritor de define pelos contornos reais de sua vida. Distanciando-se dos conceitos de "eu lírico" ou "sujeito poético", Queiroz analisa a poesia de Vallejo enquanto um poeta que se define, a partir de uma "poética da dor". Movido pela necessidade de comunicação, o poeta nortearia sua poesia como uma atividade vital, lúdica e imprescindível. Além disso, a linguagem poética do poeta peruano é pensada por Queiroz como uma tentativa de ordenação do caos interior do artista. Em Vallejo, Maria José de Queiroz explora o valor do pormenor. Os horizontes da casa, do guarda-roupa, das gavetas e dos armários, a secreta intimidade, que garantiria a consciência do sujeito, são temas recorrentes da poesia analizada neste ensaio.