An edition of The Nose (2002)

O Nariz

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Last edited by Ivan Silvestre
September 14, 2023 | History
An edition of The Nose (2002)

O Nariz

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«O Nariz, um conto do absurdo, claro, mas de um absurdo de dois bicos: age sobre o trivial, mas também o trivial age sobre ele, tornando-o estranhamente verosímil. Portanto, nada de fantasias! Podemos fartar-nos de estabelecer paralelos com os antecedentes românticos em que se perdia magicamente qualquer coisa: ora o coração, ora a sombra, ou então era o nariz que crescia—mas sentimos sempre uma diferença nítida: em Gógol não encontramos o ambiente de enigma: a suposição dos efeitos de magia como causa do acontecimento é rejeitada de imediato (a carta da “vítima” com as acusações balbuciantes de bruxaria, em que nem ele próprio acredita, e a carta de resposta da acusada que nem sequer percebeu as insinuações e que por isso lhes dá uma interpretação muito prosaica e, como tal, cómica). Nada de magias! Esta, aliás, é uma das particularidades da escrita russa, a partir de Púchkin: por mais misticismos, crenças, superstições, por mais almas que andem no ar, o escritor tem sempre os pés assentes na terra e alimenta dela a sua inspiração.
Iúri Mann (O Sistema Poético de Gogol, Moscovo, 1978) escreve que as ligações genéticas dos contos de Gógol com a literatura do romantismo (Hofmann, Chamisso) já estão suficientemente estudadas pela crítica. O que faltava era descobrir a mudança fundamental que esta tradição sofreu em Gógol. O motivo da perda pelo herói de uma parte do seu Eu, seja corporal, seja espiritual, estava ligado, na tradição romântica, com a acção de forças sobrenaturais. Em O Nariz não existe portador nem personificação da força não-real. Não se descortina culpado e, pelos vistos, não existe.
Existe apenas facto. E também a atitude das personagens para com o facto. Não há culpado, não há explicação do fenómeno. O leitor espera involuntariamente qualquer esclarecimento — mas o narrador afasta-se, põe a máscara do “censor” e prega ao leitor uma partida (“não percebo absolutamente nada”, diz) e, ainda por cima, declara que “acontecem coisas destas no mundo—raramente, mas acontecem”; depois sai de cena, deixando o leitor de mãos a abanar…»

Publish Date
Publisher
Assírio & Alvim
Language
Portuguese
Pages
76

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Edition Availability
Cover of: O Nariz
O Nariz
2002, Assírio & Alvim
Paperback in Portuguese

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Book Details


Edition Notes

Published in
Lisboa
Series
(Col. O Gato Maltês, no39)

Contributors

Translator
Nina Guerra
Translator
Filipe Guerra

The Physical Object

Format
Paperback
Number of pages
76

ID Numbers

Open Library
OL19776469M
ISBN 10
972370577X
ISBN 13
9789723705775
Library Thing
55701
Goodreads
3963495

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